17 outubro 2012

O Nascimento de Jesus


O Nascimento de Jesus 

                                            E o verbo se fez carne

Mt. 1. 16; Jo. 1. 1, 14
Introdução
Aqui iniciamos uma senda pela história e vida de Jesus. Vamos segui-lo a cada movimento e vê-lo dar os primeiros passos, vamos sentar aos seus pés para aprender com ele no templo de Salomão mesmo que ele seja ainda um rapazinho de doze anos de idade e depois vamos segui-lo de espreita por quarenta dias no deserto. Vamos sentar aos seus pés para ouvir o seu mais retumbante sermão: “O sermão da montanha”. Talvez iremos nos ridicularizar com o homem-Deus que hora está  com os homens que tem a vida cheia de pecado e logo depois está ressuscitando um amigo depois de quatro dias.
Vamos de mãos dadas com o seu Espírito navegar por águas profundas e desconhecidas em pleno deleite do amor desse Homem-Deus que nunca abandonou a arte de amar. Vamos ver as ações daquele que é o endereço de revelações e profecias de toda a história do povo de Deus.
Vamos tentar descobrir quem foi esse homem na medida dos passos que damos nas estradas que ele passar. Com a ajuda do Divino Espírito iremos desvendar mistérios ocultos ante os olhos dos homens e iremos nos alegrar com a revelação de mistérios e códigos que estão implícitos nas Sagradas Escrituras.
I- Códigos e Profecias que revelam o Filho de Deus
A Bíblia é um livro de códigos que são mistérios especiais que estão ocultos aos olhos de quem faz uma leitura superficial dela. Mas a qualquer um que se entregar inteiramente ao Santo Vento lhe será tirada dos olhos o véu que o impede de enxergar as maiores revelações do Livro de Deus.
De modo que alguns desses códigos são como flashes de luz que apontam para Jesus. Apenas no livro da Origem de todas as coisas temos três textos que são alusões claras de Cristo Jesus. Vemos Deus cobrindo Adão e Eva com a pele de um animal após a queda, O Senhor ouviu o grito de Ismael, estando este nas sombras de carvalhos, a árvore que deu origem a cruz, o maior símbolo de salvação para a comunidade cristã. E vemos o cordeiro que Deus providenciou para ser sacrificado no lugar de Isaac, sendo então a revelação de que Jesus Cristo é o Cordeiro providenciado por Deus para morrer em nosso lugar. Mas vamos analisar o fato da queda do homem no jardim do Éden.
A queda do Homem e a História da Redenção. ( Gn. 3. 21)
O homem foi criado para que houvesse um ponto de equilíbrio na criação de Deus. O ser humano é o lugar de habitação de Deus nessa terra de acordo com 1Co 3. 16, quando o apóstolo Paulo declara que somos a morada de Deus. E agora a criação de Deus é seduzida por Satanás que desenvolveu em seu coração maligno  o desejo de ser igual a Deus e agora semeou no coração da criação esse desejo insano. O desejo de querer ser igual a Deus. Logo a falácia do Diabo perverteu a mente dos humanos e então quebraram o acordo de Deus. E na tentativa de se esconder de Deus, eles tentam, inutilmente, se esconderem de Deus. Usam meios e técnicas de fugirem de Deus, por que o pecado altera a nossa consciência e nossa consciência opera uma transformação em nossa visão. Antes do pecado era costume do humano receber a visita do Criador no fim da tarde, mas agora em pecado, O Todo-Poderoso não é mais um amigo mas um inimigo. Por isso anos depois o Profeta messiânico diz: “ o pecado faz uma divisão com Deus”.
O Todo-Poderoso agora vem como de costume na virada do dia para ter uma conversa com a sua criação. Sendo conhecedor de todas as coisas, já sabia mesmo antes de executar a criação que esse dia fatídico chegaria, e Ele pisou seus pés na terra, e a cada metro por ele avançado, em cada árvore que por ela passava, Deus escrevia um recado para a criação: “Não importa onde e nem como você esteja, Eu irei a sua procura”. E sua voz ecoa na imensidão do paraíso e na infinitude do universo, é possível ouvir o lamento na voz do Eterno, sem sensacionalismo algum. O Senhor perguntou: “ Onde estás?”. E essa é a pergunta de Deus para todo aquele que está debaixo do jugo do pecado e anda se escondendo por trás da roupa falível da religião, de sistemas e filosofias, O Senhor está passeando no meio do jardim devastado e brada para todo o pecador: “onde estás?”.
Os humanos se apresentam quando veem que para eles não se tem saída, mas em vez de confessar suas faltas, um joga a culpa no outro em uma tentativa fracassada de serem redimidos por atitudes próprias, mas a remissão de pecado só ocorre quando há derramamento de sangue, e o sangue da criação não é puro.
Deus sacrifica um animal e veste o ser humano de sua vergonha. Sendo então um código na História da Redenção da humanidade. Isaías proclama que o Senhor o vestiu com roupas de salvação. (Is. 61. 10). No livro do profeta Zacarias, o sacerdote Josué é acusado por Satanás de estar com a roupa suja e então o Senhor troca suas vestes, vestindo-o com roupas novas, (Zc. 3. 3-4). E o apóstolo João na Revelação do Apocalipse relata sobre essas vestes, (Ap. 21. 2).
Profecias Messiânicas (Is. 9. 6)
Nesse versículo existem algumas verdades ocultas mas poderosas. Isaías é conhecido por todos como o profeta messiânico, pelo fato de ele ter sido o profeta que mais vezes falou sobre o Filho Amado de Deus. E nesse versículo que talvez seja o texto de ouro das profecias acerca de Jesus, o profeta já inicia falando uma poderosa verdade sobre as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina. O profeta diz assim: “um filho se nos deu e um menino nos nasceu” e ele quer dizer assim: O Filho de Deus, que é parte da personalidade divina, da natureza de Deus, aquele que é penetrado em Deus sem perder a unicidade, aquele que é coabitado em Deus, a unidade de Deus que é a perfeita união de três pessoas, Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo, esse não pode nascer de um ser humano, então ele é o que Isaías se refere ao filho que nos foi dado, por que Jesus Cristo foi quem se doou em resgatar a criação. E menino que nasceu, foi a natureza humana de Jesus, que sofreu os escárnios e açoites, passou fome, sede, sentiu cansaço, cochilou nas viagens.
Na profecia de Isaías, o Espírito Eterno concedeu que o profeta falasse quatro nomes acerca do Filho de Deus:
Maravilhoso conselheiro; Aquele que evidenciaria a maravilha do reino de Deus, e é aquele que é o eixo principal do plano da Redenção da humanidade.
Deus Forte; Nele está manifesto toda a essência da divindade, Ele tem a perfeita plenitude da Divindade.
Pai da Eternidade; Ele é aquele que revela a paternidade de Deus e também pratica o amor do Pai, o zelo do Pai, o cuidado do Pai, e assim como o Pai supre as necessidades de seus filhos, Ele também supre todas as necessidades de seus filhos.
Príncipe da Paz; como o Príncipe da Paz, Ele veio com o tratado de paz entre Deus e a humanidade, e esse tratado foi selado no alto do Gólgota, com as manchas de seu Sangue.
II- O milagre da encarnação. (Jo. 1. 1-3, 14)
O evangelho de João começa com um grande aparato discurso do apóstolo do amor falando sobre a encarnação. Isso inicia uma batalha épica na nossa mente e define a razão de nossa fé, porque estamos falando de alguém que enche o coração do Pai de prazer, como se não bastasse Ele está no coração do Pai. Foi amado desde a origem de todas as coisas, Ele é o único Deus, se tornou carne e esteve entre nós. ( Jo 1. 1-3). Estamos falando de Jesus, e Ele não é apenas um homem especial que alcançou um nível de intimidade especial com o Pai, Ele é o Filho Eterno do Pai que compartilha sua vida com a criação em um fluxo de comunhão em seu Espírito Santo. Esse Jesus, que é Deus, tornou-se homem e habitou entre nós. Ele é Deus encarnado.
O evangelho do apóstolo do amor se inicia com uma mensagem poderosa: Deus se tornou homem .Ele se encurvou até carregar o peso da humanidade. A vida que jesus teve denunciava em cada momento sua humanidade, em momento nenhum ele usou por usurpação ser igual a Deus. Viveu cada dia como um homem comum. Padeceu dores, ansiedades, fome, sede, cansaço, tristeza, respeitou em todas as circunstancias os limites da humanidade. Jesus teve uma vida que Deus havia anelado para a humanidade desde a origem, mas que havia se perdido com queda no jardim há muito tempo atrás. Nenhum dos seus milagres faziam testemunho de sua natureza divina, em por meio de nenhum ele tinha a ideia de revelar sua divindade, mas os milagres por si mesmos faziam testemunho da Glória de Deus. Todos os seus milagres, eram realizados por ele como um simples homem que escolheu confiar no Pai e viver nele e assim conhecer sua Soberana vontade, (Mc 9. 22-24).
A vida de Jesus na terra foi completamente coberta por um manto de relação plena entre ele e seu Pai no Espírito, em nosso mundo físico e temporal, nos mostrando que é possível vivermos aqui nesse mundo e desfrutarmos do deleite que há na plena intimidade com O Pai. O evangelho de João nos revela que em momento algum o seu relacionamento pleno com O Pai e o Espírto ficou para trás na encarnação, por que ele nos leva a entender que a encarnação é o resultado da vida trina. Em Cristo Jesus, a trindade se tornou humana, ainda que Deus tenha estado permanente envolvido com a sua criação de uma maneira ou de outra, mas em Jesus eles se tornaram carne.  O ser de Deus agora não é apenas divino mas humano também.  Essa é a Grande prova do amor divino pela humanidade miserável.
Como entender a ascensão do Filho encarnado?
A nossa imaginação fértil e aguçada é quase capaz de entender a encarnação do Filho de Deus. A encarnação de Jesus não foi apenas no momento de seu nascimento mas se entendeu por toda a sua vida, nascimento, crescimento, morte, ressurreição e ascensão. A encarnação é um processo de desenvolvimento, Ele é o filho de Deus Pai e em nós ele continuará sendo quem ele é verdadeiramente. Na trindade o relacionamento entre os três é cheio de amor e na humanidade de Jesus , ele cresceu e desenvolveu como cada um de nós.
Seu relacionamento com o Pai não foi dado de uma hora para outra, foi um processo de crescimento. Jesus precisou de algum tempo para realizar sua tarefa como Filho do Altíssimo, ele tinha que realizar sua missão em nosso mundo e em cada estágio de nossa breve existência. E assim foi, na ascensão, ele foi para o Pai como humano para ser assim para sempre( At 1. 9-10), e como nós somos ele se assentou à destra do Pai (At 7. 56). Nessa cena, Jesus está no Pai como um ser humano, como ele foi em toda sua humilde e misericordiosa existência mas agora é para sempre. Jesus se senta agora como um ser humano à direita do Pai e é perfeitamente unido a Ele em uma perfeita comunhão com o Espírito Santo. ( Jo. 16.28)
III- Jesus, ele é a nossa benção (Mt. 1. 16)
Mesmo antes do nascimento de Jesus nós tínhamos flashes espirituais que nos davam resquícios da obra da redenção da humanidade, o plano da salvação, não se compara ao fato de hoje termos o Filho de Deus para compartilharmos com ele bênçãos poderosas, como por exemplo, as três bênçãos que a Graça de Deus nos traz: (Rm. 5. 1-2)
1-Nós fomos justificados pela fé e assim temos paz com Deus. Quando nós pecamos, nós nos afastamos de Deus e o temos como um inimigo, mas quando nosso pecado é confessado ao declararmos que carecemos de um Salvador, a saber, Jesus, nossa visão é transformada. Em Cristo nós temos paz com Deus. ( Fp. 4. 7)
2- Além de termos paz com Deus, também desfrutamos de um lugar com Deus. Jesus, nos encontrou do lado de fora da sala do trono e nos tomou pela mão e nos conduziu até a presença do Pai.
3- Nós partilhamos sua Glória. Éramos como um indigente que um dia foi herdeiro do trono, mas que é uma vitima de uma queda, e estamos sem andar em uma terra estranha. Até o dia em que o Rei nos fez uma promessa e nos mandou chamar e nos adotou como seu filho. (2Sam. 9. 1-7; Rom. 8. 15).
Os privilégios da adoção. ( Rom. 8. 15)
Estamos perto de Deus. (Efe. 2. 13)
Estamos livres do mal. (Col. 1. 13)
Temos acesso ao Pai. (Efe. 2. 18)
Jamais seremos abandonados. (Heb. 13. 5).
Conclusão
Nenhum sacrifício foi tão perfeito quanto o de Cristo.
Antes Deus era nosso inimigo
Hoje estamos do seu lado.
Nosso nome está inserido no Livro da Redenção
E no céu, há um lugar para nós.