20 outubro 2012

O Início do ministério de Jesus



Jesus oscilou entre o comum e o incomum em toda a sua vida. Ao estudar a vida de Jesus, percorremos uma senda por demais ousada, por que rebuscamos na história o que a Bíblia escondeu por algum propósito, e essa vereda é semelhante as miragens que existem no deserto. Tudo o que sabemos de fato, é que Jesus foi um homem extraordinário. Ora ele estava ensinando na sinagoga mas logo em seguida, ele estava entre os homens mais vis, excluídos da sociedade. Ele repreendia os religiosos e defendia a pecadora apanhada em adultério, e depois tocava o esquife ordenando que o “morto” tornasse a viver. Se apresentava entre as ondas do mar e se escondia dos holofotes da sociedade. Atravessava mares e vencia as tempestades só para retirar o inferno de dentro de um homem louco, lançado as ruinas da comunidade. Silenciava seus detratores com suas atitudes, ensinava a todos com suas atitudes, tocava os intocáveis, ajudava os necessitados. Escolheu alguns discípulos, cuidou deles como ninguém, amparou cada um deles, mas no momento que ele precisou nenhum dos seus puderam ajuda-lo. Ele não se defendeu. Morreu como um Cordeiro indefeso, selou com o seu sangue todos aqueles que o amaram, conhecera, etc. Ressuscitou. E agora está no céu, a destra do Pai. E é essa senda que estamos discorrendo até chegar em nosso porto seguro.
Assim falou Josefo sobre Jesus Cristo:
772.  Nesse mesmo tempo, apareceu JESUS, que era um homem sábio, se é que podemos considerá-lo simplesmente um homem, tão admiráveis eram as suas obras. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muito judeus, mas também por muitos gentios. Ele era o CRISTO. Os mais ilustres dentre os de nossa nação acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas haviam predito, dizendo também que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, os quais vemos ainda hoje, tiraram o seu nome.

Mesmo que Jesus fosse Deus, ele viveu como homem e foi fiel a essa natureza de modo surpreendentemente até o fim.  Como Homem ele precisava passar por todos os rituais e sacrifícios que os homens da sua época passavam, como por exemplo a consagração no templo e o batismo nas águas. E nesse “ritual” que iremos fazer nossa primeira parada de hoje.
Vamos tentar entender qual a razão do batismo de Jesus. Por que Ele sendo Deus precisou ser batizado por um homem? Jesus teve algum pecado pelo qual se arrependeu e foi ser batizado? Qual o significado do batismo de João naqueles dias? E nos dias atuais?
É isso que estaremos desvendando a seguir:

1- O batismo de Jesus- Mt. 3. 13-17

João o primo de Jesus, era apenas seis meses mais velho que o Salvador. Se criaram praticamente juntos até o inicio da juventude na cidade de Alexandria, no Egito. Como Isabel e Zacarias eram avançados em idade, a tradição judaica nos diz que João logo ficou órfão dos pais, e vendo a corrupção na religião dos judeus resolveu retirar-se para o deserto e pregar os seus sermões de juízo e a sua mensagem era profética. Foi esse João que teve o privilégio de ser o percussor do Filho de Deus.
Enquanto João pregava seus sermões que tinham por objetivo desencadear uma revolução religiosa em Israel, proclamando a chegada do Messias, Jesus estava ainda na carpintaria, trabalhando, cuidando da sua família já que José, o seu pai da terra havia falecido. Mas finalmente, chegou o tempo de Jesus abandonar a carpintaria e dedicar-se integralmente ao Reino de Deus e sua missão.
Até que chegou o dia em que a voz e o Cordeiro se encontram. João chamava o povo para o arrependimento e o povo ouvia aquele chamado ousado. Líderes e liderados se rendiam aos discursos de João. Jesus, estava entre os seus ouvintes. Embora fosse o percussor do Messias, João não sabia que o Messias era Jesus, o seu primo, ele não tinha a certeza disso.
João tentou refutar a ideia de Jesus por ele ser batizado por que ele conhecia o seu primo. Ali nas margens do rio Jordão foi um reencontro familiar de uma amizade construída desde a infância. Todavia Jesus, insistiu e por João foi batizado.
E aqui paramos e nos perguntamos: Por que Jesus foi batizado por João? Teria ele pecado para se arrepender?
O que Jesus quis dizer com "assim nos convém cumprir toda a justiça"? 

Se Jesus não tinha pecados, por que precisou ser batizado? 

Sendo Deus, por que somente após o batismo, o Espírito Santo desceu sobre ele? 
A resposta já é dada por si mesma. Deus não pula etapas, por isso Jesus precisou cumprir passo a passo o ministério. E isso vale para a história da humanidade. Deus não tropeça nos caminhos. 
Jesus era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, e assim ele foi e é até hoje. Então como homem, ele estava sujeito a todos os rituais e todas as tradições que os homens judeus eram sujeitos. No seu batismo, ele estava se consagrando publicamente ao seu Pai e se integrando no movimento que Deus estava iniciando na sua criação: O Arrependimento. Mas o que significa arrepender-se? Arrepender-se é plenamente uma transformação de pensamento. Arrepender-se é uma renovação mental. E Deus estava literalmente renovando as mentes com a manifestação do seu Filho.
Como Deus estava fazendo esse processo, Enxertando ramos de amor no coração da humanidade, da maneira mais brilhante possível: amando o mundo de tal maneira. Deus ensinou o mundo a amar, amando o mundo de tal maneira como o apóstolo João escreve em seu evangelho universal. “ Deus amou o mundo de tal maneira” ( João 3. 16).
Por que então só depois do batismo O Espírito dos Céus desce sobre Jesus? Será que Jesus não era ungido pelo Espírito de Deus? A vida de Jesus só foi cheia do Espírito depois do batismo?
O relato era um testemunho dos céus sobre o filho amado, em quem Deus se comprazia. O fato do Espírito descer sobre Jesus não significa que Jesus estivesse recebendo a virtude Dele naquele instante, de uma vez que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria, de acordo com Lucas 1. 35. Jesus foi gerado pelo Espírito e tudo na sua vida foi em completa dependência do Espírito. A descida do Espírito sobre ele foi um testemunho de que realmente Jesus é o Filho de Deus!
Mas um fato delicado acontece quando Jesus saiu das águas depois do batismo: Ocorreu um dos maiores encontros que a terra já tenha visto, o encontro glorioso do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E agora nos detenhamos um pouco aqui para que possamos entender um conceito base para a trindade.
Há dias atrás fui detido por um pensamento que se passa por cabeça de muita gente com relação da trindade. A explicação que nos é dada é desprovida de razão, o cardápio que nos é oferecido é muito fraquinho quando o assunto é trindade. Me peguei refletindo sobre isso esses dias e me perguntei: “Quando os discípulos receberam a virtude do Alto e saíram a proclamar o evangelho do Reino, como tratavam o fato de declarar que Jesus Cristo era Deus se em Israel o texto áureo do Livro da Lei é Deuteronômio 6. 4?’O Único Deus?’”
Se eles dissessem que Jesus era Deus também seriam logo acusados de politeísmo. Então, como os discípulos pois ensinavam que Deus era três e ao mesmo tempo era um? . Como pode um ser três e três ser um? Como se esquivar do politeísmo sem negar a divindade de Jesus Cristo?
a-- Para o judeu " Deus- Uno" significa um ser divino, isolado, único, solitário.
b- - Para o grego "Deus- Uno" significa uma essência que não se divide, simples, imutável.
c- - Para o cristão "Deus- uno" significa a perfeita união de três pessoas.
( Pericorese: penetreção sem que se perca a individualidade, coabitação. A doutrina da Pericorese reúne a trindade à unidade, de modo que nem a trindade seja reduzida à unidade nem a unidade se dissolva à trindade. )

2- A tentação de Jesus- Mt 4. 1- 11                    

Logo depois desse fato, Jesus se esquiva do apelo da mídia, e corre impelido pelo Espírito para o deserto onde ele passa quarenta dias, em um período de jejum. O Diabo tentou Jesus para desviá-lo do foco da sua missão, que quebrar os selos perfeitos da história de redenção da humanidade. Mas Jesus fez diferentemente do primeiro homem, Adão, que foi seduzido pelos seus enganos e caiu em pecado. Jesus enfrentou Satanás usando a Espada do Espírito que é a palavra de Deus.
A Bíblia diz que Jesus passou quarenta dias jejuando e no final teve fome, o que nos leva a entender que Jesus abdicou de alimentos mas não de água. Uma vez que Jesus escolheu viver a vida de um ser humano comum ele queria também vencer a sedução do diabo como um homem. Então o adversário aparece e lhe induz as três dimensões da tentação humana: Os desejos carnais, psicoses e a soberba, tudo isso é relatado na epístola de João 2. 16.
Analisemos pois as três dimensões da tentação:
A- A concupiscência da carne: Quando a tentação vêm ela atinge em primeiro lugar a nossa carne. O diabo nos induz em um sentimento de fraqueza e morbidez para que no fim sejamos enganados por suas astúcias e cedamos a tentação. Ele primeiro reconheceu que Jesus estava frágil em sua carne, depois de quarenta dias sem comer o seu corpo estava intensamente judiado devido ao sol escaldante do  oriente médio, sua pele estava desidratada, a fome que ele estava sentindo era terrível, e o diabo sabe a hora de agir algumas vezes, mas no seu embate com Jesus ele foi seriamente detido e surpreendido. Jesus venceu o diabo com a palavra. E como é incrível esse homem chamado Jesus, em seu momento de fraqueza humana ainda assim ele aproveita essa oportunidade para nos dar uma baita lição: a maior essência da vida não está na terra, e sim na eternidade. (Deuteronômio 8.3)
B- A concupiscência dos olhos-  Agora vem uma tentação que tem pego muitas pessoas. A psicologia diz que os olhos são os espelhos da alma, que por sua vez é o centro das nossas emoções. Quando o diabo levou Jesus ao cume de um monte ele estava-o seduzindo ao suicídio. A fome angustia a nossa alma. E facilmente as pessoas são levadas ao suicídio em nossos dias, por que há uma ideologia satânica que corre como um rio pelo mundo de que em certas circunstâncias é melhor morrer do que viver. São facilmente seduzidas por pensamentos suicidas. A maior doença da humanidade não é o câncer, a AIDS, ou a diabetes, a maior doença da humanidade está em seu espírito. As pessoas jogam a vida fora por causas banais. O suicídio é tratado como normalidade em nosso dia-a-dia.  Na verdade a pessoa que se mata ela não quer tirar a sua vida, ela quer se libertar daquilo que está secando a sua vida. O suicídio é uma libertação ilusória. Foi o que o diabo induziu Jesus a fazer. Suicidar-se. Mas Jesus como um ser humano que tem vontade de viver logo se esquiva de mais essa sedução diabólica e vence com mais um trecho das Escrituras: Deus tem de ser temido e não tentado!
C- A soberba da vida- Essa tentação vem de maneira sorrateira. Sem perceber a nossa alma está inchada, as nossas amizades agora são soberbamente selecionadas, pensamos que somos ricos e não passamos de criaturas do pó da terra, pobres, cegos e nus. A exemplo disso temos a soberba igreja de Laodicéia em Apocalipse 3. 18 quando o Senhor dá três conselhos para aquela igreja: compres Dele ouro provado no fogo, que o que ela tinha era ouro que não tinha valor; vestisse vestes brancas, por que as suas vestes estavam impuras e ungisse os olhos com colírio por que sua medicina de nada valia também. Mas o diabo foi vender ferro ao ferreiro. Como pode ele sendo já julgado e condenado desde a fundação do mundo oferecer alguma coisa para Aquele que é o dono de todas as coisas? Como pode ele sendo tão sujo pôr em jogo a adoração Daquele que somente Ele é digno de todo louvor e adoração?

3- O início do Ministério de Jesus- Mt. 4. 18-19; Jo. 1. 38-39

Jesus iniciou seu ministério depois desses dois fatos em sua vida: o batismo e a tentação. Saindo do deserto, ele se dirigiu até a cidade de cafarnaum. Saiu certo dia e foi passear pela praia e viu dois homens no barco, frustrados, por que o dia não foi bom, quando eles se encontram com Jesus. Jesus não era famoso naquele dia, era simplesmente alguém que João Batista havia testemunhado sobre ele. Mas famoso ou não, ele era Deus. Viu os dois marinheiros e lhes perguntou se haviam apanhado alguma coisa, e eles disseram que nada haviam apanhado, e agora, Jesus os manda lançar a rede do outro lado, eles obedecem e assim fazem, e quando eles fazem o que Jesus fala, o milagre acontece. Os peixes são abundantes. Enquanto ele fala com os pescadores ali, ele também falava com os peixes que estavam debaixo do mar. Esse fato esparramou pela região e então uma multidão de pescadores juntamente com suas famílias se assentam pela primeira vez aos pés de Jesus para ouvi-lo.
a- Os Primeiros discípulos- os primeiros discípulos na verdade não foram Pedro e André, mas a primeira dupla foi André e João. ( João 1. 38-39). Eles despertaram conhecer aquele que seu mestre havia admirado publicamente, e logo despertou também o desejo de conhecer o lugar onde esse tal Cordeiro de Deus morava, e logo ficaram um dia com ele. E assim se tornaram os primeiros discípulos de Jesus. Eu fico imaginando, e essa imaginação não pára nunca, sobre qual o argumento usado por jovens judeus, para deixarem tudo, exatamente tudo, para trás e seguir um homem desconhecido, sem poder financeiro, sem posição social, nem reconhecimento moral de ninguém, só depois descobriram que ele era filho do humilde carpinteiro de Nazaré, e realmente me faltam força nas pernas e palavras nos lábios quando analiso tal situação. Jesus não lhes prometeu nada além de uma cruz para eles carregarem e um nome escrito em um livro desconhecido em um lugar desconhecido também. Eles não podiam falar que Jesus tinha um plano por que esse plano eles não conheciam, e se conhecessem não iriam entender e muito menos explicar para os outros, não podiam também que estavam seguindo Jesus por que aprenderam a amá-lo, de uma maneira que se fosse assim, seriam cruelmente apedrejados. Largaram tudo para viverem uma vida de aventura, noites mal dormidas, casos mal resolvidos, perseguições, difamações, discriminação, largaram tudo para viverem uma vida desconhecida. Hoje comemoramos a ceia, natal, páscoa em nosso conforto, e não temos sequer o interesse de refletir sobre a vida humana que eles viviam.      
b- O Primeiro Sermão-Mt. 5-7- um dia Mahatma Gandhi disse: “Se toda a Bíblia fosse destruída e nos sobrasse apenas o sermão da montanha de nada mais precisaríamos”.  O sermão da montanha é um compêndio da eternidade para a criação. Tudo o que precisamos saber está no sermão da montanha, mas não precisamos apenas saber e sim praticar. A vida abundante não é limitada ao conhecimento e sim a vida em geral. Não é apenas conhecendo a Bíblia que conhecerei a Deus, conhecerei sobre Ele, por que é o livro Dele, mas eu O conhecerei quando eu viver com ele. No sermão da montanha temos a cartilha de boas vindas de Jesus. Nenhuma dessas palavras proferidas por ele aqui, ele tropeçou, todas elas ele viveu. Por isso que ele é a Palavra de Deus. Esse sermão da montanha, é uma canção que faz a trilha sonora dos dez mandamentos, que na verdade, não são mandamentos em sim, como regras que somos obrigados a seguir. Os dez mandamentos, na verdade são dez pronunciamentos, ou, dez conselhos que Deus deu ao seu povo, para que eles assim atingissem a abundancia da vida. São dez, por que Deus adora números e para cada um deles, existe um significado subliminar. O número dez fala de plenitude, abundancia, então, quando O Senhor entregou a Moisés as tábuas dos dez mandamentos, eram dez conselhos para que os hebreus atingissem a plenitude da vida. Quando Jesus veio a terra por exemplo, ele não veio com um livro de regras, e sim com um convite: O Amor. Ele veio para ensinar-nos essa arte. E ele jamais se afastou dessa arte, a arte de amar. Ele amou intensamente cada segundo da sua vida, amou intensamente o mundo. Amou de tal maneira o mundo de pecado, e provou esse amor verdadeiro no Calvário, e carrega consigo essas marcas no seu pulso, e no seu lado.
c- O primeiro milagre-Jo 2. 1-11- depois de fazer discípulos, ele pregou o primeiro sermão revolucionário, cheio de autoridade e agora chegou a hora de apresentar a sua criação, o seu poder sobrenatural. Por incrível que pareça, os milagres eram simplesmente provas de sua humanidade. Os milagres aconteciam pelo fato dele viver o relacionamento consigo mesmo da maneira que O Pai gostaria que cada um de nós vivêssemos. Ele foi o primeiro homem a levar isso a sério e aos últimos limites da sua existência. Foi o primeiro a colocar a vida de Deus dentro da vida dele, ele acreditou com toda a sua fé no amor do Pai e na sua bondade. E jamais considerou aparências ou consequências.
Esses foram os processos que Jesus lidou para iniciar seu ministério na terra. Iniciou-se publicamente o ministério de Jesus, e a senda que culminará no arrebatamento da igreja. A escola de milagres abriu as portas, os primeiros alunos estavam chegando, e o caminho da Graça estava sendo pavimentado, pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.