28 dezembro 2012

A Terra Prometida




A Bíblia é um Livro de códigos. Suas histórias são sempre atuais para toda a humanidade. Uma história bíblica bem conhecida é a de Moisés, aquele que retirou o povo hebreu da escravidão.
A história conta que para salvar a vida de seu bebê, a mãe de Moisés deixou-o em uma pequena cesta às margens do rio Nilo. A filha do Faraó encontrou o bebê e acabou criando-o no palácio real, com todo o conforto. Um dia, já crescido, Moisés resolveu sair do palácio e ver o que se passava fora dele. Ao defender um escravo hebreu que era surrado violentamente por um egípcio, acabou matando o egípcio. E por isto teve que se afastar.
Durante o exílio, Moisés viveu em uma cidade vizinha. E foi lá que ele recebeu pela primeira vez a revelação de Deus. Moisés caminhava à luz do dia, em profundo estado meditativo, quando se deparou com uma sarça ardente. A sarça era um tipo de planta comum naquela região era comum arbustos daquele tipo pegarem fogo devido ao calor. No entanto, este arbusto continuava a pegar fogo e jamais se consumia. Mantinha-se ileso. E foi assim que Moisés pela primeira vez viu a face de Deus.
É interessante observar que a primeira revelação de Deus a Moisés se deu através de uma planta comum, em uma situação comum, quando ele olhava para baixo. Normalmente temos a ideia de que uma revelação de Deus deveria se dar em uma grande aparição no céu, em uma noite magnífica. Mas Deus está em todo lugar, e para aquele que está preparado, tomado pela consciência da humildade (e ele olhava para baixo) esta revelação pode se dar a qualquer momento. Todo momento pode ser especial.
Naquele momento Moisés era eleito para libertar os hebreus da escravidão e a partir de então travou uma grande batalha espiritual contra o Faraó, até que conseguiu libertar seu povo, promovendo a abertura do mar.
A história é toda repleta de códigos. O Faraó, mencionado no texto, representa nosso ego exacerbado, que faz-nos esquecer que somos parte de um todo muito maior, e nos impele no desejo de receber só para nós mesmos. É a pura visão da casca. Tanto que os faraós, ao morrer, retiravam os órgãos e mumificavam o corpo, ou melhor, a casca do corpo.
O Egito é uma palavra-código que se refere a uma situação de escravidão à qual a grande maioria dos seres humanos está submetida. É o nosso comportamento repetitivo, caracterizado por padrões compulsivos, que nos afasta de uma vida significativa.
A Travessia do Deserto é o caminho longo, árduo e cheio de dificuldades, que percorremos para sair deste estado de escravidão do aparente e chegar a uma nova consciência.
Finalmente, a Terra Prometida é o estado de consciência elevada, que dá real sentido à nossa existência. Momento em que compreendemos nosso lugar nesta existência, em que atingimos o significado da palavra Amor. Neste estado não há espaço para o medo. Nesta dimensão compreendemos o valor de cada obstáculo com que nos deparamos. Cada um deles traz um significado a mais à nossa vida.
Este episódio nos ensina sobre uma possibilidade sempre atual de mudarmos nossa consciência. Sair do mundo da escravidão significa mergulhar em um mundo desconhecido, para uma travessia muito longa e difícil. Somente com um propósito muito claro é possível enfrentar os confrontos áridos deste deserto e encontrar os caminhos que levam a uma vida significativa.

23 dezembro 2012

O Que realmente queremos



O dia 10 de Tevêt pelo calendário judaico é o aniversário do cerco a Jerusalém, que levou à destruição do Templo Sagrado 30 meses depois. Neste dia, judeus do mundo inteiro jejuam e pranteiam pela destruição do Templo, rezando pela sua reconstrução. Portanto, esta é uma boa ocasião para perguntar: Por que precisamos de um Templo? Do que, exatamente, precisamos?
A raça humana tem aprendido muito no decorrer dos últimos 6000 anos. Filosofamos um caminho até a ciência, e então a ciência nos guiou pelo portal do misticismo. Ao longo do caminho, inventamos a literatura, arte, amor romântico, economia, democracia e psicologia. Mas ainda não sabemos como viver nossa vida.
Coloque vinte pessoas em um sala. É bastante provável que haverá uma concordância unânime sobre a santidade da vida, direitos humanos, igualdade, livre arbítrio, paz mundial e outros. Mas deixe-os sair da sala para lidarem com sua vida do dia-a-dia, e você terá vinte opiniões diferentes sobre o significado de todas aquelas coisas, e como elas deveriam ser aplicadas.
Ao lutar com as opções diárias que a vida nos apresenta, os próprios princípios com os quais concordamos tornam-se a base para opiniões conflitantes e ações a respeito de tudo, desde aborto até suicídio assistido. A confusão vai desde perfil racial e vegetarianismo até preces nas escolas, e praticamente todos os assuntos com os quais nos confrontamos.
Idéias e princípios não são o suficiente. Eles definem o quadro geral, mas poucos conflitos são sobre o quadro geral. A maioria das discórdias e dilemas são sobre o como, o quando e o onde. Não basta saber o que é correto — precisamos ter profundo conhecimento da integridade, para entender suas variações e sutilezas seus gostos e parcialidades.
É como a diferença entre alguém nos mostrar a foto de uma pessoa e ser casado com ela por vinte anos. No primeiro caso, tenho um rosto e um nome: se eu encontrar aquela pessoa na rua, saberia quem é ela. Mas eu sei como ela gosta de seu café? Sei que tamanho de sapato usa, ou de quantas horas de sono precisa? Sei como sorri ao ser elogiada ou como reage quando é ofendida?
Não basta saber que A é bom e que B é mau, que X está certo e que Y está errado. Precisamos ver a bondade de perto — perto o bastante para discernirmos os detalhes. Precisamos viver com a integridade, casar com ela, senti-la em nossos ossos. Precisamos um relacionamento íntimo com D’us.
Até certo ponto, é possível atingir este relacionamento íntimo no mundo atual. Temos a Torá, na qual D’us colocou Sua alma e personalidade, Suas aspirações e idiossincrasias, Seus gostos e aversões. A Torá nos dá um guia para a vida que é tanto espiritual quanto prático, respondendo à nossa ânsia pela intimidade com o Divino, enquanto governa nossa conduta através do mundo físico.
Mas o problema é que a Torá é um documento escrito. Então, o que você diz a alguém que fala: "Eu, também, tenho a Torá, e minha tradição tem uma interpretação diferente da sua sobre o que é certo e errado"? E como podemos, nós mesmos, ter certeza de que entendemos todas as nuanças da maneira certa e o texto escrito está sendo perfeitamente aplicado a nossas vidas? Se apenas houvesse um lugar onde a bondade e a retidão realmente vivessem! Um lugar com um endereço e número de telefone. Um local onde possamos ir fisicamente e levar nossos primos e vizinhos. Olhem, diríamos, aqui está a verdade, ali está a bondade, esta é a justiça, estão vendo? E eles veriam.
Este local existiu, a morada de D’us no mundo físico. É disso que precisamos. O apóstolo João nos aponta esse lugar onde D’us realmente habitou. E ele nos diz que O Verbo estava com D’us e esse Verbo era o próprio D’us e Ele Habitou entre nós. A palavra habitação tem raízes com  palavra Tabernáculo. Jesus é o tabernáculo de Deus na terra. Estevão nos explica essa ideia: “ O Altíssimo não habita em templos feitos por mãos humanas”. O tabernáculo era o lugar onde D’us habitava fisicamente, e logo depois foi substituído pelo magnifico templo de Salomão. No tabernáculo havia três espaços distintos conhecidos como átrio, Lugar Santo e Santo dos santos. Esses três espaços distintos eram conhecidos como caminho, verdade e vida, respectivamente. Quando Jesus caminhou ensinando pela face da terra, ele se declarou sendo como O Caminho, A Verdade e A Vida, ou seja, ele é literalmente o lugar onde Deus habita. Esse Messias de que falo, nos ensinou sobre a casa de D’us e através de todos os seus passos nós aprendemos que Esse D’us habita em nós literalmente hoje e para sempre.
O que nós realmente queremos? Que O Pai habite em nós agora e para sempre.

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22 dezembro 2012

O centro


                             

Em Jerusalém, a sensação humana esporádica, porém universal, de sonhar sem poder interpretar o sonho, é mais forte que em qualquer outro lugar, e ainda mais desde que a cidade realmente existe. Mas é assim que a pessoa se sente quando no exílio. Pois o exílio é uma espécie de sonho. Quando o Tehilim afirma que, ao retornar, "seremos como sonhadores" (Tehilim 126:1), significa que será como se estivéssemos despertando de um pesadelo.
O sentimento de que estamos vagando em um sonho inexplicado torna-se muito mais forte quanto maior a freqüência do sonho. A Lei Judaica analisa perfeitamente esse ponto. Afirma que quando vemos Jerusalém pela primeira vez, devemos rasgar nossas roupas devido ao luto, e quando vemos as ruínas do Templo, devemos rasgá-las novamente.
Pois a Jerusalém de hoje não é a verdadeira Jerusalém de nossos sonhos e nossas ânsias. Falamos tanto sobre "retorno" em nossa liturgia e nossa poesia porque uma profunda crise ocorreu com nosso exílio de Jerusalém. Não somente fomos expulsos de nosso lar, como também a Shechiná, a presença de D'us, exilou-se de nós. Poder-se-ia pensar que isso afeta somente aos judeus; afinal, foi o Templo judaico e sua capital a serem destruídos, primeiro em 423 AEC e depois em 70 EC. Mas na realidade, com este exílio o mundo inteiro está em crise, porque a presença de D'us afeta a todos, assim como Sua ausência.
A Shechiná, a presença de D'us, exilou-se de nós. Poder-se-ia pensar que isso afeta somente aos judeus: mas na realidade, com este exílio o mundo inteiro está em crise, porque a presença de D'us afeta a todos, assim como Sua ausência
A ausência de D'us - a ocultação de D'us - tem desestabilizado profundamente o mundo. Quando D'us voltar a Jerusalém, o mundo todo recuperará sua estabilidade. E assim nossas três preces diárias para D'us reconstruir Jerusalém na verdade significam "Ponha o mundo de volta em seu lugar."
Um exemplo simples expressa bem este conceito. Todos nós usamos artefatos eletrônicos. Se removermos as pilhas, nada funciona; quando as recolocamos, tudo trabalha perfeitamente outra vez. Quando dizemos: "Que Jerusalém seja reconstruída!" estamos pedindo a D'us para renovar nossa conexão - para colocar as pilhas! - para que tudo comece a funcionar novamente. Voltar a Sion não é uma questão de geografia, mas de conexão. Restabelecer esta conexão colocará o mundo outra vez no lugar.
Vimos portanto que a ressurreição de Jerusalém deverá ocorrer em dois planos - espiritual e material. A respeito de ruas e casas, é fácil reconstruir Jerusalém. Porém reconstruí-la adequadamente significa corpo e alma e espírito - seus edifícios, ruas, água e árvores, e internamente. Como declarou o Rei Salomão: "Vi servos sobre cavalos, e príncipes caminhando como servos em cima do chão" (Cohêlet 10:7). Desordem interna é uma das definições de exílio, e quando a ordem correta não é respeitada, nada é realmente construído. Embora a cidade possa parecer real, é apenas uma construção imaginária. Daí vêm nossos sentimentos de estarmos vivendo em um sonho, mesmo quando estamos lá.
Então, como pode Jerusalém ser verdadeiramente reconstruída? Nossa liturgia nos dá algumas pistas. Antes de mais nada, não podemos falar sobre Jerusalém sem falarmos de amor, nos sentimentos de Israel pela Cidade Sagrada, mas também na maneira pela qual o retorno deve acontecer. Quando dizemos em nossa prece diária: "A Jerusalém, Tua cidade, com compaixão retornaste" expressamos nosso desejo para que o retorno seja suave. Pois como nos relembra Yechezkel, poderia também ser catastrófico - "Eu te governarei com uma mão poderosa... e com ira transbordante, como uma tempestade pode criar uma montanha." (Yechezkel 20:33)
Eis por que Jerusalém é sempre uma história de amor, como vemos em grande parte de nossa liturgia e também na poesia. O grande poeta espanhol Yehudá Halevi chama Jerusalém de "plenitude de beleza" e afirma que toda a perfeição está unida dentro dela. Em outra canção de amor, Lecha Dodi - "Venha, minha amada" - que cantamos para dar as boas vindas ao Shabat, Jerusalém é comparada a uma noiva, enfeitada com adornos, esperando nosso retorno.
Nossa volta a Jerusalém deve ser também uma verdadeira reunião, e não apenas um encontro. Jerusalém é uma cidade muito sensível - uma cidade de paz, mas também um local fervilhante de ódio, devido ao constante risco de contenda, que infelizmente sobreviveu até os dias de hoje! Esta irritação brota da hipersensibilidade da cidade. Jerusalém é como o lugar onde todos os nervos se juntam. Quando você o toca, tudo começa a estremecer.
Lidar com uma área sensível exige delicadeza especial. Devemos ser cuidadosos lá, com a cidade e uns com os outros. Daí a máxima talmúdica: "Aqueles que nasceram em Jerusalém receberão uma recompensa especial, mas aqueles que amam Jerusalém também a receberão," e o versículo de Yeshayáhu (66:10), "Rejubile-se com Jerusalém... todos os que a amam."
Terceiro, a verdadeira reconstrução de Jerusalém implica na reconstrução do Templo. Há uma progressão. Primeiro, D'us novamente habitará Jerusalém; depois, reconstruiremos Sua casa e O serviremos lá. Talvez isso seja por que Yeshayáhu compara Jerusalém e Israel a uma mulher triste, abandonada pelo marido: antes de mais nada, volta para casa! Depois disso, veremos.
Então mais uma vez, a mulher abandonada pode ser nós mesmos: quando a esposa abandonada sai para um passeio, quando ela' está em algum outro lugar, ela sente menos a ausência do marido. Sente-se mais forte ao voltar para casa. E assim nosso anelo é maior talvez quando estamos fisicamente na cidade mas a Shechiná ainda não está. A cidade de ouro ornamentada em sua luz incomparável faz-nos ansiar ainda mais pela Sagrada Fonte da luz.
Yeshua nos falou acerca de tais coisas. É bonito quando em meio ao seu discurso, Yohan BarZacharya vaticina uma identidade messiânica:”Eis o Cordeiro de Elohim que tira o pecado do mundo!”. Dois de seus talmidim logo em meio a curiosidade implacaram uma perseguição sadia ao Cordeiro, que logo que percebeu essa perseguição voltou para os talmidim de Yohanan e lhes indagou: “O que vocês estão procurando?” Essa indagação tem implicações profundas e íntimas. O que realmente nós estamos querendo? O que é realmente importante para cada um de nós? Essa pergunta foi ouvida primeiro pelos talmidim mas ela ecoa além da cortina do tempo chegando o seu eco gutural até nosso tempo. O Que realmente queremos? Os jovens responderam com uma outra pergunta: Rabi, onde o senhor mora? É isso mesmo que queremos saber? Onde é a casa do Salvador? Yeshua não dá uma resposta clara e concreta, ele lança o convite:” Venham comigo e vocês vão ver onde eu moro”. E ali se iniciava a grande viagem, cujo objetivo é a casa de Yeshua, no coração de Elohim.  
Desde o sonho de Yaacov até o presente, Jerusalém sempre esteve entre o Céu e a Terra, um lugar onde o sublime está em constante contato com o mundano. Por um lado, as pessoas cospem no chão; por outro, vivem como se estivessem em um perpétuo sonho. Ambos os aspectos são reais; nenhum deles conta toda a história. Pois agora, vivemos no exílio e oramos, uma vez mais, pelo retorno.

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18 dezembro 2012

A igreja Virtuosa


Introdução- As mulheres da minha vida

                       Mulher virtuosa quem a achará? Seu valor é além dos rubis
                                                                                                               Provérbios 31. 10


A mulher virtuosa é literalmente uma mulher forte e destemida, além da sua fidelidade para com o seu companheiro e seu lar. É uma imagem realmente inspiradora e encantadora a imagem dessa mulher virtuosa. O texto escrito é uma bela arte poética da cultura judaica, um poema acróstico, no início de cada  verso com uma letra do alfabeto hebreu para que assim haja facilidades de memorização na mente da mulher judia. No fim do poema o que ganha destaque não é a identidade de uma mulher e sim a sua característica mais marcante, a sua força usada com sabedoria e sensibilidade.
É impossível para mim como filho, esposo e pai, refletir sobre esse versículo, e não lembrar as mulheres da minha vida, minha mãe, minha esposa e minha filha.
Minha mãe é um exemplo de guerreira, com seu jeito um tanto pacato mas foi uma mestra na minha infância. Era maravilhoso para eu chegar em casa depois da escola ou de um período de brincadeiras pelas calçadas, olhar para ela e ela com sua voz tão gentil cuidar de mim, para me lavar e preparar minha comida que era um pão com café mas com um sabor de torradas com mel, o café tinha o sabor de cappuccino. Era ela que me protegia das horas negras de confusões familiares, e de pesadelos infantis. Mas o momento decisivo de nosso relacionamento veio quando foi diagnosticado em seu útero um câncer. Câncer como todos dizem é um sinônimo de morte. E eu com apenas 10 anos de idade acompanhei bem de perto todo o seu sofrimento. Vi o seu sofrimento ao ver todo o seu cabelo cair devido a maciças doses de quimioterapia, e os danos irreparáveis causado em seu corpo.
Lembro-me de uma vez que eu a vi comentando sobre uma palavra de Deus por meio de uma profetisa em uma reunião de oração para ela, na qual Deus iria guardá-la. Eu entrei em um desespero oculto e íntimo naquele dia. E jamais eu tinha orado com tanto fervor em minha vida. Mas como a Palavra de Deus é fiel, eu orei e Deus mudou o quadro. Certo dia uma outra irmã, que dirigia um trabalho de oração, sempre ia visitá-la e orar por ela  disse para minha mãe uma visão que Deus lha concedeu durante uma madrugada enquanto ela estava orando. E na visão acontecia assim: A irmã viu um caixão e minha mãe jazia nesse caixão, e ela disse que me via desolado em prantos sobre o caixão da minha mãe, e o Senhor lhe dizia assim: “ Desta vez não levarei minha serva, porque o meu filho ainda precisa muito dela.” E ouvi aquilo foi como uma ducha quente em um dia frio, Deus sabe. Minha mãe confiou em Deus que lha concedeu forças e confiança e ela sobreviveu a mais essa batalha, me concedendo uma lição maravilhosa: Em meio as batalhas que surgem na nossa vida, O Senhor é Nossa Bandeira!
Eu observei a minha bela esposa esses dias que meditei sobre esse versículo. É incrível ver o seu sorriso e seu rosto maravilhoso. É impressionante ver o amor que minha esposa me dedica a cada dia. Ela é uma lição viva para mim, juntos temos carregado um ministério simples e totalmente dependente da graça de Deus. Ouvir ela relatar suas visões espirituais, ouvi-la falar do Mestre, as vezes fico pensando se ela estava entre os discípulos do Senhor quando ele morou entre os homens. Quando ela fala de Jesus, ela fala como alguém que o conhece de modo maravilhoso. É muito bonito ouvir ela falar sobre a sua palavra, por que ela fala como alguém que se deleita em uma boa porção de um pudim perfeito, a maneira que ela brinca com as palavras quando ela escreve sobre ele parece uma criança que pulou de cabeça em um mar de brigadeiro. Eu vejo uma fé em Cristo de modo que é raridade em nossos dias. No nosso primeiro dialogo ela foi apta em me relatar suas experiências de vida e me contar um sonho que ela o alimentava desde a infância, ela queria lançar um livro. Passamos por muitas tormentas, e o nosso amor velejou por mares bravios, enfrentamos ondas afoitas, tantas batalhas que não sabemos por onde contar, mas entre tantas batalhas que enfrentamos, cada encontro nosso era encontrar paz. Nossa alma se comunicava  por olhares. Passou o tempo e no tempo de Deus, tudo aconteceu para a Glória de seu nome bom. Casamos, viemos morar em uma garagem sem nenhuma colher (literalmente), e hoje aos poucos Deus tem nos levado a conquistar algumas bênçãos, portas estão se abrindo. Em quase um ano de casados, é maravilhoso acreditar no Deus do Impossível, e é maravilhoso olhar sua história e dizer com convicção nem medo de errar que Deus é Fiel e quem acredita sempre alcança.  Deus me ensinou por meio dela, a beleza que não tive na infância, eu aprendi que não posso deixar minha criança morrer dentro de mim.
Por falar em criança, não posso deixar de mencionar a minha criança preferida, minha filha Duda. Uma vez, enquanto eu estava aflito devido as labutas da nossa caminhada e estava sentado, minha alma aflita, e a observei. Ela brincava pacificamente com seus brinquedos, e penetrei naquele universo de possibilidades, ali não há aflição, nem pressa. Eu acho que o Céu será parecido com a imaginação de uma criança. Tenho certeza que foi por isso que Jesus disse que o maior em seu reino deve ser como uma criança. Quando ela sente medo ela corre para o braço do Pai e ali ela descansa, por que ela sabe que ali ela está acolhida, protegida. Duda, independente da circunstancias, brinca, dorme, canta, dança, sonha, sorri, imagina, etc... não podemos deixar nossa criança morrer.
A mulher virtuosa, é forte, destemida, diligente, organizada, amorosa, ela é extremamente capaz de organizar suas prioridades no seu mundo. O seu esposo confia nela e se encontra plenamente realizado nela. Os filhos a louvam e tem um orgulho saudável por ela. Ela ainda assim, encontra tempo para atuar em sua comunidade, ajudando os pobres, e até multiplicando os recursos de sua família e fazendo investimentos inteligentes que produzam conquistas abençoadas para o seu lar. Ela possui uma beleza interior que exala pelo seu exterior.
Essa mulher para alcançar esse tão louvado patamar teve que trilhar por caminhos que a levaram a temer ao Senhor e coloca-lo acima de tudo e de todos. Assim ela soube conciliar relacionamentos e responsabilidades.
Quem Achará essa mulher virtuosa?
Essa mulher serve de honra para o seu marido. Sua aliança com seu esposo e filhos é inabalável. Essa mulher perfeita é a noiva do Cordeiro. Analise comigo esse versículo em Efésios 5. 25.
Vós maridos, amai a vossa  mulher, como Cristo também amou a igreja e assim mesmo se entregou por ela.”
Observe a ênfase que há na frase, “ como Cristo amou a igreja e a si mesmo  se entregou por ela.”  Quando a mãe do rei Lemuel lhe dissera essa profecia foi aprimorada para a formação das mulheres judias. No coração de Deus, Ele estava se referindo a mulher ideal que Ele estava desejando para Si. E essa mulher não tem simplesmente algumas qualidades, mas virtudes essenciais que formam uma esposa ideal e uma mãe. Esse capitulo do livro de Provérbios é mais que um provérbio e sim uma profecia poderosa que detalha e descreve a formação da igreja de Deus.

05 dezembro 2012

A mudança


Esse texto foi escrito há dois anos atrás...

Tenho 19 anos de idade e minha maneira de ver as coisas são relativas ao extremo muitas vezes. Creio que é importante mudar para melhor não por medo de conseqüências funestas vindouras ou só por mirar méritos e honras. A transformação vem na verdade de uma busca intensa pelo nosso bem viver, é sair de um patamar natural e romper o sobrenatural muitas vezes,  é caminhar por uma rua que trás felicidade em diversos sentidos
Claude Monet dedicava horas de seu dia para olhar atentamente as mudanças de luminosidade que surgiam por conta do deslocamento do sol pela abóbada celeste. Ele pintou por exemplo, a catedral de Rouen em muitas telas a partir do mesmo ângulo, cada uma em horário diferente do dia, plenamente fascinado com as mudanças que ocorriam na imagem da imponente construção, em virtude da incidência diferenciada dos raios solares. Como um bom impressionista, queria fazer em sua arte o registro da mudança, da transformação, e de como se pode mudar tanto sem deixar de ser quem é de verdade, ou quê se é de fato. Obras das mais lindas saíram dessa experiência.
Eu te convido a encontrar dentro de si mesmo o pintor que se dedica a olhar o dinamismo da vida com total atenção. Aproveite e seja igualmente o próprio sol( Bel vai gostar disso) que transforma a paisagem ocasionando o deslocar das sombras e o tingir variado de tudo o que existe. E que seja também a construção, o rio, a arvore, o céu, o ser que compõe tal imagem.
Não tenha medo de se mover em direção do desconhecido. Escale os obstáculos, faça de cada um deles degraus. Arrisque mexer naquilo que está guardado e empoeirado. Coloque sua ousadia em ação.
Depois das descobertas, reformule suas atitudes. Aí vai chegar o artista. Essa parte da criatividade não se contenta em apenas em observar, quer partir para a ação. Mova-se na direção de novos caminhos.
Talvez tenha sido esse efeito que Deus fez brotar no coração de Abrão quando lemos esse texto:
   “Então o Senhor disse a Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.
"Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.
“Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados”.gn 12.1-3
Abrão teve que mudar. Eu tenho que mudar. Você tem que mudar. Todos temos que mudar pra melhor.
É tempo de mudança.
 Davi Martins

01 dezembro 2012

A CASA DE JESSÉ


O Deus das revelações é tremendo e nos surpreende em cada vez que com afinco e coragem ousamos nos aprofundar em suas Sagradas Palavras, e assim passamos a conhecer coisas que estão ocultas a todo aquele que ler a Bíblia de modo superficial. O Espírito da Glória de Deus nos leva a conhecer colunas fundamentais da casa de Jessé que são verdades poderosas para essa geração. Deus escolheu de modo soberano a cidade, a casa e o senhor da casa, e bem sabemos que cada escolha de Deus tem um propósito. A família de Jessé era respeitada. Ele era da linhagem da moabita Rute, nora de Noemi, que veio com ela depois de sua avassaladora peregrinação nas campinas de Moabe, e chegando em Belém terra natal de seu falecido esposo, ela, para ajudar no sustento seu e da sua sogra, passou a colher os rabiscos da colheita, até que Deus vendo o seu coração, agraciou-a com um novo matrimônio, nessa oportunidade com Boaz, desse casamento veio Obede, de Obede, veio então Jessé. Jessé é alguém que tem passado de maldição da parte de Rute, mas logo a maldição encontrou remissão em Boaz. Como todos que passaram pela estrada da vida essa é a história de Jessé.  Logo essa história real passa a ser como uma parábola da igreja: uma vez que éramos amaldiçoados, vivíamos em nossas misérias, até que chegamos em Belém de Judá e nos encontramos com o Remidor, e ele nos amou primeiro. A maldição recuou. Hoje fazemos parte da promessa da gloriosa esperança.  Dentro desse texto quero explorar dois contextos: 1. Quero falar daquele que é enviado a casa de Jessé. 2. Quero falar das colunas da casa de Jessé.
1- Há uma recomendação divina para Aquele mensageiro que fora escolhido para chegar a casa de Jessé: ele precisa ter um vaso cheio de azeite.
Só será enviado a casa de Jessé o homem que estiver sensível para ouvir a voz de Deus. Entender aquilo que a  sua voz nos quer dizer de verdade por meio de uma revelação sagrada, que venha somente de Deus. Para isso é preciso ter sensibilidade. Para um relacionamento que seja um fluxo continuo do Altíssimo para todos nós é preciso que haja antes de qualquer coisa sensibilidade. Quando os olhos abrasados de Deus passam pela terra em busca de alguém para que este se deleite no dulçor de uma bela comunhão com Ele, o Santo Espírito penetra em seu íntimo e começa a trabalhar, como o ourives que lapida com esmero a pedra preciosa, assim é o trabalho do Santo Espírito Eterno, Ele invade o jardim bagunçado de nosso secreto como agua de chuva e vai lapidando a nossa sensibilidade para nos deixar com os sentidos aguçados para sentirmos a presença de Deus que faz tremer os montes e as vezes parece que se oculta de nós, para ouvirmos a sua voz que é como muitas águas mas também as vezes vem em uma suave brisa, para contemplarmos a sua face que é mais radiante que o Sol mas pode ser também que a vejamos no rosto de um homem simples que nos aguarda na passagem do vau de Jaboque, não importa a aparência, Deus vai sempre nos surpreender com a sua manifestação, mas quando no deserto o Espírito trabalha em nossa sensibilidade, o Grande Eu Sou, pode falar conosco de dentro de uma Sarça que nós iremos conhecer a sua voz e poderemos exclamar como os discípulos no barco: É Ele!
Deus logo em seguida fala algo muito forte para o profeta, e aqui quero apenas esmerar  com muito respeito e temor esses dizeres seguintes para contextualizar a história desse capitulo com a nossa vida. Deus está falando com o seu povo dizendo assim: Até quando vocês estarão a lamentar-se por um sistema de reinado mundano, desobediente, irreverente, havendo-o Eu rejeitado? Estamos em uma época de conformismo. A igreja está conformada com essa era, estamos fazendo vista grossa quanto aos nossos cultos frios, pregadores frios, músicas sem graça, pregadores e cantores sem vida. Estamos na era da evolução e a igreja de Cristo está precisando de uma revolução em sua espiritualidade. Precisamos de uma revolução na nossa vida de oração, uma revolução que nos dê um cântico novo em nossos lábios, uma revolução que resgate a arte da pregação fervorosa, que desperte uma transformação de vida, que rompa os laços de contenda e reate os do bom relacionamento, e re-una  o coração dos pais aos filhos, dos filhos aos pais, do esposo ao esposa, da esposa ao esposo. É de um avivamento pleno assim que estamos precisando.  Sabemos muito sobre movimento, mas não sabemos nada de avivamento, sabemos muito sobre barulho mas não conhecemos nada sobre quebrantamento, há hipocrisia de modo abundante e muito pouco de sinceridade, verdade, vergonha na cara. Modelamos as Sagradas Escrituras ao nosso conceito teológico, doutrinário, de uma maneira que adapte Deus e a sua palavra ao nosso conceito, de modo que o reina em nossa vida é o deus que criamos e não o Deus que nos criou. A nossa geração precisa de um tratamento de choque espiritual, estamos em coma espiritual por causa do conformismo, e Deus quer que ouçamos o seu chamado e tomemos a atitude de encher o nosso vaso de azeite, por que O Senhor vai nos enviar.
Depois o Senhor nos dá uma recomendação sagrada. “ Enche o teu vaso de azeite e vem; e enviar-te-ei a casa de Jessé, o belemita (...)” . O profeta Samuel é um poderoso modelo de profeta da história de Deus. É um homem diferente, por que em meio a uma época de raridade da palavra de Deus, e quando as visões não eram manifestas, ele ouviu a voz de Deus chamá-lo e teve visões poderosas. Quando Israel estava sem a presença de Deus, a palavra estava escassa, as visões já não existiam, foi nesse cenário de caos espiritual que O Senhor levantou Samuel para despertar o povo em um pleno reavivamento.
Enquanto o mundo prega que uma andorinha só não faz verão, nos planos de Deus não há diferença, ele só precisa de uma andorinha para o raiar de um verão intenso e inesquecível. O Senhor só precisa de um profeta para ser usado e por meio deste levar a uma nação um avivamento que rasgará os véus da história, por meio de apenas um homem ou uma mulher Deus escreve uma história de glória.
Em meio a uma era onde um reinado destituído da glória de Deus, uma nação de reinado de Saul, Deus procurou alguém que andasse na contramão desse sistema de apostasia e tivesse a audácia de caminhar com um vaso de azeite. E assim Deus mais uma vez falou com Samuel, o profeta que tem o privilégio de ouvir a voz de Deus quando a sepultura espiritual de Israel está aberta, Deus sabe que pode contar com Samuel para ser o instrumento usado por Ele para um tratamento de choque na nação de Israel, e mais uma vez O Todo-Poderoso vem de encontro ao seu profeta para falar com ele e assim como foi na infância do profeta é agora em sua velhice, os anos passaram, mas o menino que respondeu “ fala porque  teu servo ouve” continua a sua audição aguçada para ouvir a poderosa voz de Deus.
Deus anela achar alguém, independente de qualquer coisa, mas Ele busca com diligencia alguém que esteja com um vaso aberto para ser cheio de azeite. Precisamos de profetas em nossos dias que sejam sensíveis a ouvir a voz de Deus e seu chamado, e não é preciso de muitos, Deus quer achar pelo menos um profeta verdadeiro que seja sensível a sua voz, e esteja disponível ao seu chamado, e não precisa de muitos vasos, mas apenas um vaso aberto para ser derramado nele azeite.
Quando o profeta ouve a voz de Deus, obedece a sua ordem, enche seu vaso de azeite, agora ele está pronto para chegar-se a Deus. Antes de qualquer coisa que temos de fazer na obra do Senhor precisamos ir até Ele, se aproximar a Ele, ficar perto Dele, sem se preocupar com o tempo, sem dar limites a sua presença sobre nós, na completa devoção, dependência, e prazer de estar perto de Deus, de ser revestido da sua Glória, completamente revestido da sua presença, de modo que o profeta se torne um estandarte da Glória do Eterno Deus de plena autoridade, e que o mundo ao olhar para ele reconheça que aquele homem é homem de Deus.
E quando o profeta estar envolvido na Glória de Deus, sua vida se torna um estandarte de Deus, a face de Deus está refletida na face do profeta, seu vaso está cheio de azeite. Ele passou algum tempo  com Deus e agora ele está pronto para o enviar-te-ei.
Não haverá ”enviar-te-ei”  se não houver um homem sensível a voz de Deus, com um vaso aberto para ser cheio de azeite, com a sua vida perto de Deus, cheia de Deus, e preparado para sair ao chamado de Deus.