30 junho 2011

não somos nada


Um pastor encontrou seu amigo e perguntou: O que você aprendeu esse ano?
O seu amigo respondeu: eu aprendi que a vida não é sobre mim.
Comecei a refletir sobre essa afirmação e veja a que conclusão eu cheguei.

É interessante observar a vida e aí notamos o quanto crescemos a cada estação da vida. E isso nos ensina até a ver a virtude numa outra mão.
A vida que temos não é para refletir nossos talentos, idéias, modo de viver, etc, mas é para refletir Deus em nós.

Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. ( at 17.28)

Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.( 2co 3.18)


Assim foi a vida de Jesus. Ele colocou Deus dentro de  sua e assim viveu uma vida cheia de Deus. Se olharmos dessa maneira vamos entender que Deus  nos deu Jesus por modelo para que pudéssemos aprender a viver uma vida cheia de Deus. Até por que o nome de Jesus é Emanuel que significa “ Deus conosco”.
"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." ( gl 2.20)
Dessa maneira eu entendo que a vida não é sobre nós,mas sobre Deus.
Nós não somos nada.Deus é tudo em nós.

29 junho 2011

a Vida é só um momento

Eu estive refletindo sobre a vida esses últimos dias e é uma obra de arte  que só um Deus plenamente poderoso podia ser autor.
Além de ser apenas um momento é algo intenso, a vida não é um acidente nem um incidente, é um milagre, uma maravilha vinda de Deus, verdade.
A bíblia diz :
Todos os nossos dias passam debaixo do teu furor; vão-se como um murmúrio.” ( sl. 90. 9)

“Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.” ( tg 4.14)

E diante desses textos eu de fato afirmo: a vida é breve.
Nós não passamos de ventos passageiros que sopram agora e daqui a pouco cessa, se vai e não volta.

Todavia, mesmo a vida sendo tão curta não estamos livre de momentos de angustias. Jesus disse que iríamos padecer mas já havíamos vencido, por que ele venceu por nós e nos fez mais que vencedores.
E mais,veja o que a palavra diz :

“e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz,
e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.” ( cl 2. 14-15)

Então devemos adorar a jesus por que Ele triunfou por nós na cruz
Mas  refletindo sobre a vida que é curta mesmo quando as noites escuras sejam na verdade tão longas a brevidade da vida nos faz ver nossa fragilidade, pequenez, e faz agente entender que somos cinzas e pó, mas essa mesma brevidade nos faz ver também uma esperança que nos faz suportar nossas angustias e lutar mais um pouco.
Veja o que  o apóstolo Paulo diz:

pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.” (2co 4. 17)

Como já falei a vida é só  momento e isso nos dá esperança.
De um lado da balança há um prato da  da vida natural Deus permite as aflições, a morte de um ente querido, a enfermidade , a frustração dos sonhos e etc, enquanto que no outro prato da balança, o prato do céu Deus coloca "Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam";( 1co 2.9)
Isso é o peso da glória eterna.Revelado pelo Espírito de Deus.
Então agüente firme. Deus está te velando nessa situação,Deus está produzindo um peso de Glória eterno para você.

depois dessa reflexão, absorva a palavra de Deus ouvindo o Dr. T L Osborn tocando piano

27 junho 2011

RUTH BELL GRAHAM MORRE AOS 87 ANOS

Divulgado pela Equipe



MONTREAT, Carolina do Norte, EUA — Ruth Bell Graham, esposa do evangelista Billy Graham, faleceu ontem, 14 de junho, às 17:05. Estava em companhia do esposo e dos cinco filhos em sua casa em Montreat, Carolina do Norte. Estava com 87 anos.

“Ruth foi a companheira da minha vida. Fomos chamados juntos por Deus para o ministério”, declarou Billy Graham em nota, logo após a morte dela. “Ninguém mais teria suportado o fardo que ela carregou. Ela era parte indissociável e fundamental do nosso ministério, e meu trabalho durante todos esses anos teria sido impossível sem seu encorajamento e apoio”.

“Sou muito grato ao Senhor por ter me dado Ruth, e especialmente por esses últimos anos em que moramos na casa das montanhas”, acrescentou Billy. “Ali reavivamos a chama do romance da nossa juventude, e meu amor por ela se aprofundou a cada dia. Vou sentir uma imensa saudade dela. Esperarei ainda mais ansiosamente pelo dia em que poderei reencontrá-la no céu”.

Ruth sofria de osteoartrite degenerativa nas costas e no pescoço, e já estava acamada havia várias semanas. Conforme o relato do porta-voz da família Graham, A. Larry Ross, à Imprensa Batista, há duas semanas Ruth teve um diagnóstico de pneumonia e aparentemente estava se recuperando. Mas na manhã de 13 de junho ela entrou em coma.

Naquele dia, durante o encontro anual da Convenção Batista do Sul, realizada em San Antonio, Frank Page, presidente da Convenção, conduziu com os pregadores um momento de intercessão por Ruth, a quem chamou de “uma amada serva de Deus”.

Larry Ross disse que no domingo, 10 de junho, Ruth estava consciente durante a comemoração de seu 87º aniversário. Os amigos e familiares presentes lhe trouxeram palavras de encorajamento.

Em nota, no dia 13 de junho, Billy Graham expôs o modo como ele e Ruth desejavam que o funeral de ambos fosse conduzido.

“No início da primavera deste ano, depois de muito orarmos e conversarmos, Ruth e eu tomamos a decisão de sermos sepultados lado a lado, na Biblioteca Billy Graham, em Charlotte, minha cidade natal, na Carolina do Norte”, disse Billy Graham. “Guardamos esta decisão só para nós, e só decidi manifestá-la em público agora porque Ruth está prestes a se mudar para seu lar celestial”.

Chamando Ruth de sua “alma-gêmea” e “melhor amiga”, Billy disse não ser capaz de imaginar viver um só dia sem ela ao seu lado.

“Hoje eu a amo mais intensamente do que quando nos encontramos pela primeira vez, há mais de 65 anos, quando estudávamos na Faculdade Wheaton”, disse ele.

O evangelista mundialmente conhecido disse que ele e Ruth são muito gratos pelas orações e mensagens de incentivo que têm recebido.

“Nossa família inteira tem ficado aqui em casa nesses últimos dias, e como é importante tê-los ao nosso lado neste momento!”, disse Billy Graham em seu pronunciamento. “Amamos muito a cada um deles e somos gratos a Deus por suas vidas”.

Billy Graham, hoje com 88 anos, sofre de hidrocefalia, câncer de próstata, mal de Parkinson e degeneração macular senil. A Biblioteca Billy Graham foi inaugurada em sua homenagem em 31 de maio, numa cerimônia em que estiveram presentes três ex-presidentes americanos, e foi aberta ao público em 5 de junho.

Billy e Ruth Graham casaram-se em 1943. Hoje, além dos cinco filhos, têm 19 netos e vários bisnetos. Os preparativos para o funeral familiar estão sendo feitos.
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Compilado por Erin Roach
Traduzido por F. R. Castelo Branco |15/06/07

LUTO- DAVID WILKERSON


Pastor David Wilkerson morreu aos 79 anos. O fundador da Igreja de Times Square, em Nova Iorque, sofreu um acidente de carro no Texas na tarde desta quarta-feira, 27 de Abril.
No twitter, parentes confirmaram a morte: “meu querido primo David Wilkerson”, afirmou Rich Wilkerson, primo do Pastor, que também pediu orações. Wilkerson tinha quatro filhos e 11 netos.

O Pastor estava acompanhado de sua esposa, Gwen, que foi levada para o hospital e permanece em estado grave. Os detalhes do acidente informados pela CBNNewsainda não estão completos.

O Rev. David estava na estrada I 175 no Texas quando tentou uma ultrapassagem e teve seu carro atingido por uma carreta na direção oposta.
Seus sermões denunciando o mundanismo e as falsas manifestações espirituais na igreja são famosos. Uma voz profética foi silenciada. Que o Senhor console a família a aos muitos que sentirão falta de suas palavras inspiradoras.
Que ele, que em minha adolescência me surpreendeu com o Livro A Cruz e o Punhal e me fez sentir admiraçao pelo amor que teve por jovens viciados em drogas, ainda sirva de exemplo para nós que nos dias de hoje nao nos contentamos com esses lixo que muitos chamam de evangelho.
Ele havia postado em seu blog, ainda hoje, um artigo em que fala sobre “quando tudo falhar”. Nele incentiva o enfrentamento diante de dificuldades, sempre com a firmeza na fé.
“Para quem vai pelo vale da sombra da morte, ouça esta palavra: choro vai durar por algum escuro, noites horríveis, e em que a escuridão em breve você vai ouvir o sussurro do Pai: “Eu estou com você”, escreveu Wilkerson.
“Amado, Deus nunca deixou de agir, com bondade e amor. Quando falham todos os meios, o seu amor prevalece. Segure firme a sua fé. Permanecei firmes na sua Palavra. Não há outra esperança neste mundo”.

Vida e obra

Pastor Wilkerson passou a primeira parte do seu ministério, aproximando-se de membros de gangues e viciados em drogas em Nova Iorque, como disse em seu livro, o best-seller A Cruz e o Punhal.
Seu trabalho deu o start no mundo às atividades cristãs de recuperação de dependentes químicos, por meio de centros de recuperação. Em 1971, começou a World Challenge, Inc. como um guarda-chuva para suas cruzadas, conferências, evangelismo e outros ministérios.
Igreja de Times Square foi fundada sob os parâmetros do grupo em 1987. Atualmente ela é liderada pelo pastor Carter Conlon e tem mais de 8 mil membros.
mensagem de David Wilkerson- A NECESSIDADE EM VOCÊ E COMO SATISFAZE-LA
Fonte: Gospel+

20 junho 2011

recomeçando

                                          

Eu conheço a dor da separação
Se der eu esqueço
Se der eu lembro
Mas escolho esquecer antes de lembrar
Nosso fim justifica nossos meios
Escravos dos nossos corações todos são
Não podemos matar o que não criamos
Posso suportar qualquer vale
Tenho um porquê viver
Sei que o momento de reconstrução vem após o da destruição
Quem tem um porquê viver suporta qualquer como viver

Levante seus olhos e veja o caminho em nossa frente é limpo
Está nascendo um dia de beleza vermelha no horizonte próximo
Onde estava o  trem que  vinha alí...
Ouça: thuco, thuco, pom-pom!
Será que o trem passou?
Ou passou quem esperava o trem?
Vinde e caminhemos em busca do horizonte fantástico
Pra quê  esperar? O presente é nosso
Podemos recomeçar tudo quando quisermos

O ALEPH- PAULO COELHO


'O aleph' é o título do novo livro do escritor Paulo Coelho que chega às lojas do Brasil e tem lançamento oficial marcado para este sábado (24).
No volume, o autor de "Diário de um mago" e "O alquimista" narra uma viagem feita pela ferrovia Transiberiana e o encontro que teve com uma jovem que o levou a uma volta ao passado e a um, confome explicou o escritor à agência de notícias EFE, embate consigo mesmo, ou seja, quando descobriu o "aleph" - um ponto de encontro onde tudo conflui.
'O ALEPH'

REI DO MEU REINO
NÃO!
De novo um ritual? De novo invocar as forças invisíveis para que se manifestem no mundo visível? O que isso tem a ver com o mundo em que vivemos hoje? Os jovens saem da universidade e não conseguem emprego. Os velhos chegam à aposentadoria sem ter dinheiro para nada. Os adultos não têm tempo de sonhar – passam das 8 horas da manhã às 5 da tarde lutando para sustentar a família, pagar o colégio dos filhos, enfrentando aquilo que todos nós conhecemos pelo nome resumido de “dura realidade”.
O mundo nunca esteve tão dividido como agora: guerras religiosas, genocídios, falta de respeito pelo planeta, crises econômicas, depressão, pobreza. Todos querendo resultados imediatos para resolver pelo menos alguns dos problemas do mundo ou de sua vida pessoal. Mas as coisas parecem mais negras à medida que avançamos em direção ao futuro.
E eu aqui, querendo seguir adiante em uma tradição espiritual cujas raízes se encontram em um passado remoto, longe de todos os desafios do momento presente?
...
JUNTO COM J., A QUEM CHAMO DE MEU MESTRE, embora comece a ter dúvidas a respeito, caminho em direção ao carvalho sagrado, que está ali há mais de 500 anos, contemplando impassível as agonias humanas; sua única preocupação é entregar as folhas no inverno e recuperá-las de novo na primavera.
Não aguento mais escrever sobre minha relação com J., meu guia na Tradição. Tenho dezenas de diários cheios de anotações de nossas conversas, que nunca releio. Desde que o conheci em Amsterdã, em 1982, aprendi e desaprendi a viver uma centena de vezes. Quando J. me ensina algo novo, acho que talvez ali esteja o passo que falta para chegar ao cume da montanha, a nota que justifica uma sinfonia inteira, a letra que resume o livro. Passo por um período de euforia, que aos poucos vai desaparecendo. Algumas coisas ficam para sempre, mas a maioria dos exercícios, das práticas, dos ensinamentos termina por desaparecer em um buraco negro. Ou, pelo menos, assim parece.
...
O CHÃO ESTÁ MOLHADO, IMAGINO QUE MEUS TÊNIS tão meticulosamente lavados dois dias antes estarão de novo cheios de lama em mais alguns passos – independentemente do cuidado que possa ter. A minha busca por sabedoria, paz de espírito e consciência das realidades visível e invisível já se transformou em rotina e não dá mais resultado. Quando tinha 22 anos, comecei a me dedicar ao aprendizado da magia. Passei por diversos caminhos, andei à beira do abismo durante anos importantes, escorreguei e caí, desisti e voltei. Imaginava que, quando chegasse aos 59 anos, estaria perto do paraíso e da tranquilidade absoluta que penso ver nos sorrisos dos monges budistas.
Pelo contrário, parece que estou mais distante que nunca. Não estou em paz; vez por outra entro em grandes conflitos comigo mesmo, que podem durar meses. E os momentos em que mergulho na percepção de uma realidade mágica duram apenas alguns segundos. O suficiente para saber que este outro mundo existe, e o bastante para me deixar frustrado por não conseguir absorver tudo o que aprendo.
Chegamos.
Quando acabar o ritual, irei conversar seriamente com ele. Nós dois colocamos as mãos no tronco do carvalho sagrado.
...
J. DIZ UMA PRECE SUFI: “Ó Deus, quando presto atenção nas vozes dos animais, no ruído das árvores, no murmúrio das águas, no gorjeio dos pássaros,
no zunido do vento ou no estrondo do trovão, percebo neles um testemunho à Tua unidade; sinto que Tu és o supremo poder, a onisciência, a suprema sabedoria, a suprema justiça.
Ó Deus, reconheço-Te nas provas que estou passando. Permite, ó Deus, que Tua satisfação seja a minha satisfação. Que
eu seja a Tua alegria, aquela alegria que um Pai sente por um filho. E que eu me lembre de Ti com tranquilidade e determinação, mesmo quando for difícil dizer que Te amo.”
Geralmente neste momento eu sentiria – por uma fração de segundo, mas isso bastava – a Presença Única que move o Sol e a Terra e mantém as estrelas no lugar. Mas hoje não estou querendo conversar com o Universo; basta que o homem ao meu lado me dê as respostas de que estou precisando.
...
ELE RETIRA AS MÃOS DO TRONCO DO CARVALHO, e eu faço a mesma coisa. Sorri para mim, e eu sorrio de volta. Nós nos dirigimos, em silêncio e sem pressa, para minha casa, sentamos na varanda e tomamos um café, ainda sem conversar.
Contemplo a gigantesca árvore no centro do meu jardim, com a fita em torno do seu tronco, colocada ali depois de um sonho. Estou no vilarejo de Saint Martin, nos Pirineus franceses, em uma casa que já me arrependi de ter comprado; ela terminou por me possuir, exigindo minha presença sempre que possível, porque precisa de alguém para cuidar dela, para manter sua energia viva.
– Não consigo mais evoluir – digo, caindo como sempre na armadilha de falar primeiro. – Acho que cheguei ao meu limite.
– Que interessante. Eu sempre tentei descobrir meus limites e até agora não consegui chegar lá. Mas meu universo não cola bora muito, continua crescendo e não me ajuda a conhecê-lo por inteiro – provoca J.
Ele está sendo irônico. Mas eu sigo adiante.
– O que você veio fazer aqui hoje? Tentar me convencer de que estou errado, como sempre. Diga o que quiser, mas saiba que palavras não vão mudar nada. Não estou bem.
– Foi exatamente por isso que vim aqui hoje. Pressenti o que estava acontecendo há tempos. Mas sempre existe um momento exato para agir – afirma J., pegando uma pera em cima da mesa e girando-a em suas mãos.
– Se tivéssemos conversado antes, você ainda não estaria maduro. Se conversássemos depois, você já teria apodrecido. – Ele dá uma mordida na fruta,
saboreando seu gosto. – Perfeito. Momento certo.
– Tenho muitas dúvidas. E as maiores são minhas dúvidas de fé – insisto.
– Ótimo. É a dúvida que empurra o homem adiante.
Como sempre, boas respostas e boas imagens, mas hoje elas não estão funcionando.
– Vou lhe dizer o que você sente – continua J. – Que tudo o que aprendeu não lançou raízes, que é capaz de mergulhar no universo mágico, mas não consegue ficar submerso nele. Que talvez tudo isso não passe de uma grande fantasia que o ser humano cria para afastar seu medo da morte.
As minhas questões são mais profundas: são dúvidas de fé. Tenho uma única certeza: existe um universo paralelo, espiritual, que interfere neste mundo em que vivemos. Fora isso, todo o resto – livros sagrados, revelações, guias, manuais, cerimônias –, tudo isso me parece absurdo. E, o que é pior, sem
efeitos duradouros.
– Vou lhe dizer o que já senti – continua J. – Quando era jovem, ficava deslumbrado com todas as coisas que a vida podia me oferecer, achava que era capaz de conseguir cada uma delas. Quando me casei, tive que escolher apenas um caminho, porque precisava sustentar a mulher que amo e meus filhos. Aos 45 anos, depois de me tornar um executivo muito bem-sucedido, vi meus filhos crescerem e saírem de casa e achei que, a partir dali, tudo seria uma repetição do que já tinha experimentado.
“Foi aí que minha busca espiritual começou. Sou um homem disciplinado e me dediquei a ela com toda a energia. Passei por períodos de entusiasmo e de descrença até que cheguei ao momento que você está vivendo hoje.”
– J., apesar de todos os meus esforços, não consigo dizer: “Estou mais perto de Deus e de mim mesmo.” – digo, com certa exasperação.
– Isso porque, como todas as outras pessoas no planeta, você acreditou que o tempo iria lhe ensinar a se aproximar de Deus. Mas o tempo não ensina; ele nos traz apenas a sensação de cansaço, de envelhecimento.
O carvalho agora parecia estar me olhando. Devia ter mais de quatro séculos, e tudo o que havia aprendido foi a permanecer no mesmo lugar.
– Por que fomos fazer um ritual em torno do carvalho? Em que isso nos ajuda a nos tornarmos seres humanos melhores?
– Porque as pessoas já não fazem rituais em torno de carvalhos. E, agindo de uma maneira que pode parecer absurda, você toca algo profundo em sua alma, em sua parte mais antiga, mais próxima da origem de tudo. É verdade. Eu perguntei o que sabia e recebi a resposta que esperava. Preciso aproveitar melhor cada minuto ao lado dele.
– Hora de sair daqui – diz J., de forma abrupta. Olho o relógio. Explico que o aeroporto é perto, poderíamos continuar conversando mais algum tempo.
– Não estou me referindo a isso. Quando passei pelo que você está vivendo, encontrei a resposta em algo que aconteceu antes que eu nascesse. É o que estou sugerindo que faça.
Reencarnação? Ele sempre desestimulara visitas às minhas vidas passadas.
– Já fui ao passado. Aprendi por mim mesmo, antes de conhecê-lo. Conversamos sobre isso; vi duas encarnações: um escritor
francês no século XIX e um...
– Sim, eu sei.
– Cometi erros que não posso consertar agora. E você me disse que não tornasse a fazer isso, pois só iria aumentar minha culpa. Viajar a vidas passadas é como abrir um buraco no solo e deixar que o fogo do andar de baixo incendeie o presente.
J. atira o que restou da pera aos pássaros no jardim e olha para mim, irritado:
– Não diga bobagens, por favor. Não me faça acreditar que realmente tem razão e que não aprendeu nada durante esses 24 anos que passamos juntos.
Sim, eu sei do que ele está falando. Na magia – e na vida – há apenas o momento presente, o AGORA. Não se mede o tempo como se calcula a distância entre dois pontos. O “tempo” não passa. O ser humano tem uma gigantesca dificuldade em se concentrar no presente; está sempre pensando no que fez, em como poderia ter feito melhor, quais as consequências dos seus atos, por que não agiu como deveria ter agido. Ou então se preocupa com o futuro, o que vai fazer amanhã, que providências devem ser tomadas, qual o perigo que o espera na esquina, como evitar o que não deseja e como conseguir o que sempre sonhou.
J. retoma a conversa.
– Portanto, aqui e agora você começa a se perguntar: existe realmente algo errado? Sim, existe. Mas neste momento você também entende que pode mudar seu futuro trazendo o passado para o presente. Passado e futuro existem apenas em nossa memória.
“Mas o momento presente está além do tempo: é a Eternidade. Os indianos usam a palavra “karma”, na falta de algo melhor. Mas o conceito está mal explicado: não é o que você fez na sua vida passada que vai afetar o presente. É o que você faz no presente que redimirá o passado e logicamente mudará o futuro.”
– Ou seja...
Ele faz uma pausa, cada vez mais irritado por eu não conseguir entender o que está tentando me explicar.
– Não adianta ficar aqui usando palavras que não querem dizer nada. Vá experimentar. Hora de você sair daqui. Reconquistar o seu reino, agora corrompido pela rotina. Chega de repetir sempre a mesma aula, não é isso que o fará aprender algo novo.
– Não se trata de rotina. Estou infeliz.
– O nome disso é rotina. Você acha que existe porque está infeliz. Outras pessoas existem em função de seus problemas e vivem falando compulsivamente a respeito deles: problemas com filhos, marido, escola, trabalho, amigos. Não param para pensar: eu estou aqui. Sou resultado de tudo o que aconteceu e acontecerá, mas estou aqui. Se fiz algo de errado, posso corrigir ou pelo menos pedir perdão. Se fiz algo correto, isso me deixa mais feliz e conectado com o agora.
J. respirou fundo antes de completar:
– Você não está mais aqui. Hora de sair para voltar de novo ao presente.
...
ERA O QUE EU TEMIA. HÁ ALGUM TEMPO ELE vinha dando a entender que estava na hora de me dedicar ao terceiro caminho sagrado. Entretanto, minha vida mudara muito desde o longínquo ano de 1986, quando a peregrinação até Santiago de Compostela me levou a encarar meu próprio destino, ou o “projeto de Deus”. Três anos mais tarde eu segui o Caminho de Roma, na região onde estávamos agora, um processo doloroso, entediante, que me obrigou a passar 70 dias fazendo na manhã seguinte todos os absurdos que sonhara na noite anterior (lembro que fiquei quatro horas em uma parada de ônibus, sem que nada de importante acontecesse).
Desde então, havia obedecido com disciplina a tudo o que meu trabalho exigisse. Afinal de contas, era minha escolha e minha bênção. Ou seja, passei a viajar como um louco. As grandes lições que aprendi foram justamente aquelas que as viagens me ensinaram.
Melhor dizendo, sempre viajei como um louco, desde jovem. Mas, recentemente, eu parecia estar vivendo em aeroportos e hotéis – e o sentido da aventura estava cedendo lugar a um profundo tédio. Quando reclamava que não conseguia ficar muito tempo em um lugar só, as pessoas se espantavam: “Mas viajar
é tão bom! Pena que eu não tenho dinheiro para isso!”
Viajar nunca é uma questão de dinheiro, mas de coragem. Passei grande parte da vida correndo o mundo como hippie: que dinheiro tinha, então? Nenhum. Mal dava para pagar a passagem, mesmo assim acredito que foram alguns dos melhores anos de minha juventude – comendo mal, dormindo em estações de trem, incapaz de me comunicar por causa da língua, sendo obrigado a depender dos outros até para encontrar um abrigo onde passar a noite.
Depois de muito tempo na estrada, escutando uma língua que não compreende, usando um dinheiro de que não sabe o valor, caminhando por ruas que nunca passou, você descobre que o seu antigo Eu, com tudo o que aprendeu, é absolutamente inútil diante desses novos desafios – e começa a perceber que, enterrado lá no fundo do seu inconsciente, existe alguém muito mais interessante, aventureiro, aberto para o mundo e para experiências novas.
Mas chega um dia que você diz: “Basta!”
– Basta! Para mim, viajar se transformou numa monótona rotina.
– Não, não basta. Nunca vai bastar – insiste J. – Nossa vida é uma constante viagem, do nascimento à morte. A paisagem muda, as pessoas mudam, as necessidades se transformam, mas o trem segue adiante. A vida é o trem, não a estação de trem. E o que você tem feito agora não é viajar, mas mudar de países, o que é completamente diferente.
Balancei a cabeça negativamente.
– Não vai ajudar. Se preciso corrigir um erro que cometi em outra vida, e estou profundamente consciente desse erro, posso fazer isso aqui mesmo. Naquele calabouço eu apenas obedecia ordens de alguém que parecia conhecer os desígnios de Deus: você.
“Além do mais, já encontrei pelo menos quatro pessoas a quem pedi perdão.”
– Mas não descobriu a maldição que foi lançada.
– Você também foi amaldiçoado na mesma época. E descobriu?
– Descobri a minha. E, posso garantir, foi muito mais dura que a sua. Você foi covarde uma vez, enquanto eu fui injusto muitas vezes. Mas isso me libertou.
– Se preciso viajar no tempo, por que é necessário viajar no espaço?
J. riu.
– Porque todos nós sempre temos uma possibilidade de redenção, mas para isso precisamos encontrar as pessoas a quem fizemos mal e pedir perdão.
– E aonde vou? Para Jerusalém?
– Não sei. Para onde você se comprometer a ir. Descubra o que deixou incompleto e termine a obra. Deus o guiará, porque no aqui e agora está tudo o que viveu e que viverá. O mundo está neste momento sendo criado e destruído. Quem você encontrou tornará a aparecer, quem você deixou partir haverá de retornar. Não traia as graças que lhe foram concedidas. Entenda o que se passa com você, e saberá o que se passa com todo mundo. “Não pense que vim trazer a paz. Vim trazer a espada.”

A chuva me faz tremer de frio, e meu primeiro pensamento é: “Vou ficar gripado.” Consolo-me pensando que todos os médicos que conheci dizem que a gripe é provocada por vírus, não por gotas d’água.
Não consigo estar aqui e agora; minha cabeça é um rodamoinho completo: aonde devo chegar? Aonde devo ir? E se for incapaz de reconhecer as pessoas em meu caminho? Isso com certeza já aconteceu outras vezes, e tornará a acontecer – caso contrário, minha alma já estaria em paz.
Há 59 anos convivendo comigo mesmo, conheço algumas de minhas reações. No início de nossa relação, a palavra de J. parecia inspirada por uma luz muito mais forte que ele. Eu aceitava tudo sem perguntar uma segunda vez, seguia adiante sem medo e jamais me arrependi de ter feito isso. Mas o tempo
foi passando, a convivência aumentou e, junto com ela, veio o hábito. Embora jamais tenha me decepcionado no que quer que seja, já não conseguia vê-lo da mesma forma. Mesmo que por obrigação – aceita voluntariamente em setembro de 1992, dez anos depois que o conheci – tivesse que obedecer ao que me dizia, já não fazia isso com a mesma convicção de antes.
Estou errado. Se escolhi seguir essa Tradição mágica, não devia ter esse tipo de questionamento agora. Estou livre para abandoná-la quando quiser, mas algo me empurra para a frente. Sem dúvida ele está certo, entretanto me conformei com a vida que levo e não preciso de mais desafios. Apenas de paz.
Deveria ser um homem feliz: sou bem-sucedido na minha profissão, uma das mais difíceis do mundo; estou casado há 27 anos com a mulher que amo; gozo de boa saúde; vivo cercado de gente em que posso confiar; sempre recebo o carinho dos meus leitores quando os encontro na rua. Houve um momento em que isso bastava, mas nesses dois últimos anos nada parece me satisfazer.
Será que se trata apenas de um conflito passageiro? Não basta fazer as orações de sempre, respeitar a natureza como a voz de Deus e contemplar o que há de belo ao meu redor? Para que desejar ir mais adiante, se estou convencido de que cheguei ao meu limite?
POR QUE NÃO POSSO SER COMO OS MEUS AMIGOS?
A chuva cai cada vez mais forte, e eu não escuto nada além do barulho da água. Estou ensopado e não consigo me mover. Não quero sair daqui porque não sei aonde ir, estou perdido. J. tem razão: se realmente tivesse chegado ao limite, esta sensação de culpa e frustração já teria passado. Mas ela continua. Temor e tremor. Quando a insatisfação não desaparece, ela foi colocada ali por Deus com uma única razão: é preciso mudar tudo, caminhar adiante.
Já vivi isso antes. Quando eu me recusava a seguir meu destino, alguma coisa muito difícil de suportar acontecia em minha vida. E esse é meu grande temor neste momento: a tragédia. A tragédia é uma mudança radical em nossas vidas, sempre ligada ao mesmo princípio: a perda. Quando estamos diante de uma perda, não adianta tentar recuperar o que já se foi, é melhor aproveitar o grande espaço aberto e preenchê-lo com algo novo. Teoricamente, toda perda é para nosso bem; na prática, é quando questionamos a existência de Deus e nos perguntamos: eu mereço isso?
Senhor, poupe-me da tragédia, e eu seguirei os Seus desígnios. Quando acabo de pensar nisso, um trovão explode e o céu se ilumina com a luz do raio.
De novo, temor e tremor. Um sinal. Eu aqui tentando me convencer de que dou sempre o melhor de mim e a natureza me dizendo exatamente o oposto: quem realmente está comprometido com a vida jamais para de caminhar. Céu e terra neste momento se confrontam em uma tempestade que, ao passar, deixará o ar mais puro e o campo fértil – mas até lá casas serão derrubadas, árvores centenárias tombarão, lugares paradisíacos ficarão inundados.
Um vulto amarelo se aproxima.
Eu me entrego à chuva. Outros raios estão caindo, enquanto a sensação de desamparo vai sendo substituída por algo positivo – como se minha alma aos poucos fosse lavada com a água do perdão.
“Abençoe e será abençoado.”
As palavras saíram naturalmente de dentro de mim – a sabedoria que desconheço ter, que sei que não me pertence, mas que às vezes se manifesta e não me deixa duvidar de tudo o que aprendi durante todos esses anos.
Meu grande problema é este: apesar desses momentos, eu continuo duvidando.
O vulto amarelo está diante de mim. É minha mulher, com uma das capas berrantes que usamos quando vamos passear por lugares de difícil acesso nas montanhas; se nos perdermos, será fácil nos localizar.
– Você esqueceu que temos um jantar.
Não, não esqueci. Saio da metafísica universal onde trovões são vozes de deuses e volto para a realidade da cidade do interior, o bom vinho, o carneiro assado, a conversa alegre com os amigos que nos contarão suas aventuras em uma recente viagem de Harley-Davidson. De volta a casa para mudar de roupa, resumo em poucas frases a conversa com J. aquela tarde.
– E ele disse aonde você deveria ir? – pergunta minha mulher.
– “Comprometa-se”, ele me disse.
– E isso é difícil? Deixe de ser ranzinza. Você está parecendo mais velho do que já é.
Hervé e Veronique têm outros dois convidados, um casal de franceses de meia-idade. Um deles me é apresentado como um “vidente” que conheceram no Marrocos.
O homem não parece nem muito simpático nem muito antipático, apenas ausente. Entretanto, no meio do jantar, como se tivesse entrado em uma espécie de transe, diz para Veronique:
– Cuidado com o carro. Você vai sofrer um acidente.
Eu acho aquilo de péssimo gosto, porque, se Veronique o levar a sério, o medo terminará atraindo energia negativa e as coisas podem realmente acontecer como previsto.
– Que interessante! – digo antes que alguém possa reagir. – Não duvido que seja capaz de caminhar no tempo, em direção ao passado ou ao futuro. Estava conversando justamente sobre isso com um amigo esta tarde.
– Posso ver. Quando Deus permite, posso ver. Sei quem foi, quem é e quem será cada uma das pessoas que estão sentadas aqui nesta mesa. Não entendo meu dom, mas o aceitei faz tempo.
A conversa deveria ser sobre a viagem até a Sicília com amigos que dividem a mesma paixão pelas clássicas Harley-Davidson; de repente, parece perigosamente próxima de coisas que não quero escutar agora. Sincronicidade absoluta.
É minha vez de falar:
– Você sabe também que Deus só nos permite enxergar isso quando deseja que alguma coisa seja mudada. Viro-me então para Veronique e digo:
– Apenas tome cuidado. Quando uma coisa no plano astral é colocada neste plano, ela perde grande parte da sua força. Ou seja, tenho quase certeza de que isso não acontecerá. Veronique oferece mais vinho a todos. Ela acha que eu e o vidente do Marrocos entramos em rota de colisão. Não é verdade; aquele homem realmente “vê” e isso me assusta. Depois conversarei com Hervé sobre o assunto.
O homem apenas me encara – continua com o ar ausente de quem entrou em uma dimensão sem pedir, mas que agora tem o dever de comunicar o que está sentindo. Quer me contar algo, mas prefere virar-se para a minha mulher:
– A alma da Turquia entregará ao seu marido todo o amor que ela possui. Mas irá derramar o sangue dele antes de revelar o que busca. Mais um sinal confirmando que não devo viajar agora, penso, sabendo que procuramos interpretar todas as coisas de acordo com aquilo que queremos, e não como elas são.