O Deus das revelações é tremendo e nos surpreende em cada
vez que com afinco e coragem ousamos nos aprofundar em suas Sagradas Palavras,
e assim passamos a conhecer coisas que estão ocultas a todo aquele que ler a
Bíblia de modo superficial. O Espírito da Glória de Deus nos leva a conhecer
colunas fundamentais da casa de Jessé que são verdades poderosas para essa
geração. Deus escolheu de modo soberano a cidade, a casa e o senhor da casa, e
bem sabemos que cada escolha de Deus tem um propósito. A família de Jessé era
respeitada. Ele era da linhagem da moabita Rute, nora de Noemi, que veio com
ela depois de sua avassaladora peregrinação nas campinas de Moabe, e chegando
em Belém terra natal de seu falecido esposo, ela, para ajudar no sustento seu e
da sua sogra, passou a colher os rabiscos da colheita, até que Deus vendo o seu
coração, agraciou-a com um novo matrimônio, nessa oportunidade com Boaz, desse
casamento veio Obede, de Obede, veio então Jessé. Jessé é alguém que tem
passado de maldição da parte de Rute, mas logo a maldição encontrou remissão em
Boaz. Como todos que passaram pela estrada da vida essa é a história de
Jessé. Logo essa história real passa a
ser como uma parábola da igreja: uma vez que éramos amaldiçoados, vivíamos em
nossas misérias, até que chegamos em Belém de Judá e nos encontramos com o
Remidor, e ele nos amou primeiro. A maldição recuou. Hoje fazemos parte da
promessa da gloriosa esperança. Dentro
desse texto quero explorar dois contextos: 1. Quero falar daquele que é enviado a casa de Jessé. 2. Quero falar
das colunas da casa de Jessé.
1- Há uma recomendação divina para Aquele mensageiro que
fora escolhido para chegar a casa de Jessé: ele precisa ter um vaso cheio de
azeite.
Só será enviado a casa de Jessé o homem que estiver sensível
para ouvir a voz de Deus. Entender aquilo que a
sua voz nos quer dizer de verdade por meio de uma revelação sagrada, que
venha somente de Deus. Para isso é preciso ter sensibilidade. Para um
relacionamento que seja um fluxo continuo do Altíssimo para todos nós é preciso
que haja antes de qualquer coisa sensibilidade. Quando os olhos abrasados de
Deus passam pela terra em busca de alguém para que este se deleite no dulçor de
uma bela comunhão com Ele, o Santo Espírito penetra em seu íntimo e começa a trabalhar,
como o ourives que lapida com esmero a pedra preciosa, assim é o trabalho do
Santo Espírito Eterno, Ele invade o jardim bagunçado de nosso secreto como agua
de chuva e vai lapidando a nossa sensibilidade para nos deixar com os sentidos
aguçados para sentirmos a presença de Deus que faz tremer os montes e as vezes
parece que se oculta de nós, para ouvirmos a sua voz que é como muitas águas
mas também as vezes vem em uma suave brisa, para contemplarmos a sua face que é
mais radiante que o Sol mas pode ser também que a vejamos no rosto de um homem
simples que nos aguarda na passagem do vau de Jaboque, não importa a aparência,
Deus vai sempre nos surpreender com a sua manifestação, mas quando no deserto o
Espírito trabalha em nossa sensibilidade, o Grande Eu Sou, pode falar conosco
de dentro de uma Sarça que nós iremos conhecer a sua voz e poderemos exclamar
como os discípulos no barco: É Ele!
Deus logo em seguida fala algo muito forte para o profeta, e
aqui quero apenas esmerar com muito
respeito e temor esses dizeres seguintes para contextualizar a história desse
capitulo com a nossa vida. Deus está falando com o seu povo dizendo assim: Até
quando vocês estarão a lamentar-se por um sistema de reinado mundano,
desobediente, irreverente, havendo-o Eu rejeitado? Estamos em uma época de
conformismo. A igreja está conformada com essa era, estamos fazendo vista
grossa quanto aos nossos cultos frios, pregadores frios, músicas sem graça,
pregadores e cantores sem vida. Estamos na era da evolução e a igreja de Cristo
está precisando de uma revolução em sua espiritualidade. Precisamos de uma
revolução na nossa vida de oração, uma revolução que nos dê um cântico novo em
nossos lábios, uma revolução que resgate a arte da pregação fervorosa, que
desperte uma transformação de vida, que rompa os laços de contenda e reate os
do bom relacionamento, e re-una o
coração dos pais aos filhos, dos filhos aos pais, do esposo ao esposa, da
esposa ao esposo. É de um avivamento pleno assim que estamos precisando. Sabemos muito sobre movimento, mas não
sabemos nada de avivamento, sabemos muito sobre barulho mas não conhecemos nada
sobre quebrantamento, há hipocrisia de modo abundante e muito pouco de
sinceridade, verdade, vergonha na cara. Modelamos as Sagradas Escrituras ao
nosso conceito teológico, doutrinário, de uma maneira que adapte Deus e a sua
palavra ao nosso conceito, de modo que o reina em nossa vida é o deus que
criamos e não o Deus que nos criou. A nossa geração precisa de um tratamento de
choque espiritual, estamos em coma espiritual por causa do conformismo, e Deus
quer que ouçamos o seu chamado e tomemos a atitude de encher o nosso vaso de
azeite, por que O Senhor vai nos enviar.
Depois o Senhor nos dá uma recomendação sagrada. “ Enche o teu vaso de azeite e vem; e enviar-te-ei
a casa de Jessé, o belemita (...)” . O profeta Samuel é um poderoso modelo
de profeta da história de Deus. É um homem diferente, por que em meio a uma
época de raridade da palavra de Deus, e quando as visões não eram manifestas,
ele ouviu a voz de Deus chamá-lo e teve visões poderosas. Quando Israel estava
sem a presença de Deus, a palavra estava escassa, as visões já não existiam,
foi nesse cenário de caos espiritual que O Senhor levantou Samuel para
despertar o povo em um pleno reavivamento.
Enquanto o mundo prega que uma andorinha só não faz verão,
nos planos de Deus não há diferença, ele só precisa de uma andorinha para o
raiar de um verão intenso e inesquecível. O Senhor só precisa de um profeta
para ser usado e por meio deste levar a uma nação um avivamento que rasgará os
véus da história, por meio de apenas um homem ou uma mulher Deus escreve uma
história de glória.
Em meio a uma era onde um reinado destituído da glória de
Deus, uma nação de reinado de Saul, Deus procurou alguém que andasse na
contramão desse sistema de apostasia e tivesse a audácia de caminhar com um
vaso de azeite. E assim Deus mais uma vez falou com Samuel, o profeta que tem o
privilégio de ouvir a voz de Deus quando a sepultura espiritual de Israel está
aberta, Deus sabe que pode contar com Samuel para ser o instrumento usado por
Ele para um tratamento de choque na nação de Israel, e mais uma vez O
Todo-Poderoso vem de encontro ao seu profeta para falar com ele e assim como
foi na infância do profeta é agora em sua velhice, os anos passaram, mas o
menino que respondeu “ fala porque teu servo ouve” continua a sua audição
aguçada para ouvir a poderosa voz de Deus.
Deus anela achar alguém, independente de qualquer coisa, mas
Ele busca com diligencia alguém que esteja com um vaso aberto para ser cheio de
azeite. Precisamos de profetas em nossos dias que sejam sensíveis a ouvir a voz
de Deus e seu chamado, e não é preciso de muitos, Deus quer achar pelo menos um
profeta verdadeiro que seja sensível a sua voz, e esteja disponível ao seu
chamado, e não precisa de muitos vasos, mas apenas um vaso aberto para ser
derramado nele azeite.
Quando o profeta ouve a voz de Deus, obedece a sua ordem,
enche seu vaso de azeite, agora ele está pronto para chegar-se a Deus. Antes de
qualquer coisa que temos de fazer na obra do Senhor precisamos ir até Ele, se
aproximar a Ele, ficar perto Dele, sem se preocupar com o tempo, sem dar
limites a sua presença sobre nós, na completa devoção, dependência, e prazer de
estar perto de Deus, de ser revestido da sua Glória, completamente revestido da
sua presença, de modo que o profeta se torne um estandarte da Glória do Eterno
Deus de plena autoridade, e que o mundo ao olhar para ele reconheça que aquele
homem é homem de Deus.
E quando o profeta estar envolvido na Glória de Deus, sua
vida se torna um estandarte de Deus, a face de Deus está refletida na face do
profeta, seu vaso está cheio de azeite. Ele passou algum tempo com Deus e agora ele está pronto para o
enviar-te-ei.
Não haverá ”enviar-te-ei”
se não houver um homem sensível a
voz de Deus, com um vaso aberto para ser cheio de azeite, com a sua vida perto
de Deus, cheia de Deus, e preparado para sair ao chamado de Deus.
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