A Bíblia é
um Livro de códigos. Suas histórias são sempre atuais para toda a humanidade. Uma
história bíblica bem conhecida é a de Moisés, aquele que retirou o povo hebreu
da escravidão.
A história conta que
para salvar a vida de seu bebê, a mãe de Moisés deixou-o em uma pequena cesta
às margens do rio Nilo. A filha do Faraó encontrou o bebê e acabou criando-o no
palácio real, com todo o conforto. Um dia, já crescido, Moisés resolveu sair do
palácio e ver o que se passava fora dele. Ao defender um escravo hebreu que era
surrado violentamente por um egípcio, acabou matando o egípcio. E por isto teve
que se afastar.
Durante o exílio,
Moisés viveu em uma cidade vizinha. E foi lá que ele recebeu pela primeira vez
a revelação de Deus. Moisés caminhava à luz do dia, em profundo estado
meditativo, quando se deparou com uma sarça ardente. A sarça era um tipo de
planta comum naquela região era comum arbustos daquele tipo pegarem fogo devido
ao calor. No entanto, este arbusto continuava a pegar fogo e jamais se
consumia. Mantinha-se ileso. E foi assim que Moisés pela primeira vez viu a
face de Deus.
É interessante observar
que a primeira revelação de Deus a Moisés se deu através de uma planta comum, em
uma situação comum, quando ele olhava para baixo. Normalmente temos a ideia de
que uma revelação de Deus deveria se dar em uma grande aparição no céu, em uma
noite magnífica. Mas Deus está em todo lugar, e para aquele que está preparado,
tomado pela consciência da humildade (e ele olhava para baixo) esta revelação
pode se dar a qualquer momento. Todo momento pode ser especial.
Naquele momento Moisés
era eleito para libertar os hebreus da escravidão e a partir de então travou
uma grande batalha espiritual contra o Faraó, até que conseguiu libertar seu
povo, promovendo a abertura do mar.
A história é toda
repleta de códigos. O Faraó, mencionado no texto, representa nosso ego
exacerbado, que faz-nos esquecer que somos parte de um todo muito maior, e nos
impele no desejo de receber só para nós mesmos. É a pura visão da casca. Tanto
que os faraós, ao morrer, retiravam os órgãos e mumificavam o corpo, ou melhor,
a casca do corpo.
O Egito é uma
palavra-código que se refere a uma situação de escravidão à qual a grande
maioria dos seres humanos está submetida. É o nosso comportamento repetitivo,
caracterizado por padrões compulsivos, que nos afasta de uma vida
significativa.
A Travessia do Deserto
é o caminho longo, árduo e cheio de dificuldades, que percorremos para sair
deste estado de escravidão do aparente e chegar a uma nova consciência.
Finalmente, a Terra
Prometida é o estado de consciência elevada, que dá real sentido à nossa
existência. Momento em que compreendemos nosso lugar nesta existência, em que
atingimos o significado da palavra Amor. Neste estado não há espaço para o
medo. Nesta dimensão compreendemos o valor de cada obstáculo com que nos
deparamos. Cada um deles traz um significado a mais à nossa vida.
Este episódio nos
ensina sobre uma possibilidade sempre atual de mudarmos nossa consciência. Sair
do mundo da escravidão significa mergulhar em um mundo desconhecido, para uma
travessia muito longa e difícil. Somente com um propósito muito claro é
possível enfrentar os confrontos áridos deste deserto e encontrar os caminhos
que levam a uma vida significativa.
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