O debate
é uma antiga forma de discussão que combina elementos de informação, educação,
esperança de convencimento alheio e entretenimento. Os filósofos gregos, os
“sofistas”, eram excelentes nos debates, e os diálogos platônicos e as
dialéticas aristotélicas eram formas literárias refinadas de debate. Os
cristãos incorporaram a forma literária de debate e debateram sobre um grande
número de questões teológicas e filosóficas. As universidades medievais eram
lotadas com estudantes e professores que queriam debater. Alguns cristãos
medievais pensavam que se eles simplesmente pudessem discursar bem para a
comunidade judaica em um debate, as massas de judeus então se converteriam para
o Evangelho cristão. Em um famoso debate no século XIII, um frade dominicano
desafiou um notável rabino para um debate se Jesus era ou não o Messias. O
rabino hesitou em aceitar debater, sabendo que se ele vencesse o debate
apresentando boas razões do por que Jesus NÃO era o Messias, ele e seus
companheiros judeus sairiam perdendo de qualquer forma, e foi exatamente isto o
que ocorreu: o rabino venceu o debate, o frade perdeu, e então os cristãos
queimaram as casas e os negócios dos judeus.
Meu debate favorito
aconteceu em Cincinnati, em 1834, quando Alexander Capmbell, o fundador da
denominação protestante “The Disciples of Christ” [Os Discípulos de Cristo]
debateu com o bispo católico de Cincinnati, John Purcell, sobre a questão se a
Igreja católica era o anti-Cristo e a Besta vinda do mar. O debate durou seis
dias – seis horas em cada dia – e foi impresso em um volume de 500 páginas.
Ambos os debatedores viveram por muitos anos após o debate e nenhum deles
jamais cessou de falar sobre a questão.
Desde minha
conversão, eu já acreditava na ressurreição de Jesus com base em minha
experiência pessoal, e eu ainda penso que esta abordagem experimental sobre a
ressurreição é uma maneira perfeitamente válida para saber que Cristo
ressuscitou. Esta é a maneira pela qual a maioria dos cristãos atualmente sabe
que Jesus está vivo. Mas, como resultado de meus estudos, eu percebi que uma
extraordinária argumentação pode ser proposta para a ressurreição de Jesus de
forma histórica também, eu espero que você entenda que a ressurreição de Jesus
é a melhor explicação para certos fatos estabelecidos sobre Jesus.
Por agora, eu quero
esboçar brevemente como o argumento histórico para a ressurreição de Jesus se
apresenta. Ao construir uma argumentação para a ressurreição de Jesus, é
importante fazer uma distinção entre evidência e
a melhor explicação para
a evidência. Esta distinção é importante, pois na argumentação em questão a
evidência é relativamente não-controversa. Como veremos, a evidência é aceita
pela maioria dos estudiosos. Por outro lado, a explicação para a evidência é
controversa. Que a ressurreição é a melhor explicação para a evidência é uma
questão controversa. Embora Dr. Ehrman diga que não possa existir qualquer
evidência histórica para a ressurreição, veremos que o que ele realmente quer
dizer com suas palavras é que a ressurreição não pode ser a melhor explicação
para a evidência, não que não exista evidência.
Prossigo,
então, para meu primeiro ponto, a saber:
(I) Existem quatro fatos
históricos que precisam ser explicados por alguma hipótese histórica adequada:
- O sepultamento de Jesus.
- A descoberta de seu túmulo vazio.
- Suas aparições post-mortem.
- A origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.
- O sepultamento de Jesus.
- A descoberta de seu túmulo vazio.
- Suas aparições post-mortem.
- A origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.
Agora,
vamos analisar este primeiro ponto mais de perto. Eu quero compartilhar quatro
fatos que são largamente aceitos pelos historiadores atualmente.
Fato #1: Após sua crucificação
Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. Os historiadores sustentam este fato
baseando-se em evidencias como:
1. O sepultamento de Jesus é
atestado multiplamente por fontes primitivas independentes – Nós temos quatro biografias de Jesus, por
Mateus, Marcos, Lucas e João, que formam o Novo Testamento juntamente com
várias cartas do apóstolo Paulo. O relato do sepultamento é uma parte do relato
de Marcos sobre a história do sofrimento e morte de Jesus. Trata-se de uma
fonte muito próxima aos acontecimentos que provavelmente é baseada no
testemunho de um observador dos eventos e que, sobre a qual, o comentarista
Rudolf Pesch data para algum momento entre sete anos após a crucificação. Além
disso, Paulo cita uma fonte extremamente antiga para o sepultamento de Jesus
que a maioria dos estudiosos data para algum momento entre cinco anos após a
crucificação de Jesus. Testemunhos independentes sobre o sepultamento de Jesus
por José de Arimatéia são também fundamentados nas fontes por trás de Mateus e
Lucas e o evangelho de João, para não citar o evangelho apócrifo de Pedro.
Assim, nós temos pelo menos cinco notáveis fontes independentes sobre o
sepultamento de Jesus, algumas extremamente próximas ao evento da crucificação.
2. Como um
membro do Sinédrio Judaico que condenou Jesus, José de Arimatéia provavelmente
não é uma invenção cristã – Existia uma hostilidade compreensível no início na igreja
em relação aos líderes judeus. Aos olhos dos cristãos, eles planejaram a
condenação judicial de Jesus. Assim, de acordo com o estudioso do Novo
Testamento Raymond Brown, o sepultamento de Jesus por José é “muito provável”,
uma vez que é “quase inexplicável” porque os cristãos inventariam uma história
sobre um membro do Sinédrio Judaico que fez um bem a Jesus.
Por estas e outras razões,
a maioria dos críticos do Novo Testamento concordam que Jesus foi sepultado por
José de Arimatéia em uma tumba. De acordo com John A. T. Robinson da Cambridge University,
o sepultamento de Jesus em sua tumba é “um dos mais antigos e melhor-atestados
fatos sobre Jesus”.
Fato #2: No domingo após a
crucificação, a tumba de Jesus foi encontrada vazia por um grupo de seguidoras
de Jesus. Entre
as razões que levaram a maioria dos estudiosos a esta conclusão estão:
1. A tumba vazia também é
atestada multiplamente por fontes antigas independentes – A fonte de Marcos não terminou com o
sepultamento, mas com a história da tumba vazia, que está ligada à história do
sepultamento verbal e gramaticalmente. Além disso, Mateus e João contêm fontes
independentes sobre a tumba vazia; esta história também é mencionada nos
sermões nos Atos dos Apóstolos (2.29; 13.36); e esta é implícita por Paulo em
sua primeira carta à igreja de Corinto (I Co. 15.4). Assim, novamente nós temos
múltiplas fontes antigas atestando o fato da tumba vazia.
2. A tumba foi descoberta vazia
por mulheres – Na
sociedade judaica patriarcal o testemunho de mulheres não possuía consideração.
De fato, o historiador judeu Josefo disse que não era permitido às mulheres
servirem como testemunhas em um tribunal judaico. À luz deste fato, quão
extraordinário é o fato de terem sido mulheres quem descobriram a tumba vazia
de Jesus. Qualquer invenção posterior certamente colocaria discípulos homens
como Pedro e João como descobridores da tumba vazia. O fato de terem sido
mulheres, mais do que homens, que descobriram a tumba vazia, é melhor explicado
pelo fato de que elas eram as
principais testemunhas para o fato da tumba vazia, e os escritores dos
evangelhos sinceramente relataram isto, para eles, a descoberta da tumba pelas
mulheres foi um fato incomodo e embaraçoso.
Eu
poderia continuar, mas eu acho que foi dito o suficiente para indicar porque,
nas palavras de Jacob Kremer, um especialista austríaco sobre a ressurreição,
“a confiabilidade das narrativas bíblicas em relação à tumba vazia é sustentada
firme-mente pela grande maioria dos exegetas”
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