O “Código Da vinci” teve um sucesso do tipo sensacionalista, o que muito preocupa os estudiosos que como eu, procuram se ater a fatos. Penso que o problema é essa obra ser um romance- e portanto se apresentar como ficção- mas ao mesmo tempo lançar mão de uma quantidade razoável de fatos, nomes conhecidos e coisas como as descobertas de Nag Hammadi para dar uma aparência de precisas factual. É difícil para o publico leigo distinguir onde começa um e termina o outro. Portanto estritamente desse ponto de vista, ele é muito desorientador.
Além disso, está claro para mim que Dan Brown não sabe grande coisa sobre os aspectos investigativos desse campo, de certa maneira, distorce as evidencias para torna-las mais sensacionais do que são. Por exemplo, ele se refere aos achados de Nag Hammadi como “pergaminhos” o que não são. Eles são códices- livros com paginas individuais. Na verdade, eles são o mais antigo exemplo disponível de livros com encadernação de couro. Em outro momento, Dan Brown menciona o documento Q, dizendo: “Supostamente, trata-se de um livro contendo os ensinamentos de Jesus, talvez escrito por ele mesmo”. O interessante é que, embora cite esse documento, ele não o discute- talvez porque como sabemos que Jesus não o escreveu, isso não ajudaria o seu argumento. Essas são apenas das idéias mais sensacionais do que factuais no romance.
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