13 junho 2011

O MAIOR SEGREDO DO DIABO Por Ray Comfort Tradução de Fernando Guarany Jr.PT 1

No final dos anos 70, Deus muito graciosamente abriu-me um ministério itinerante. Conforme comecei a viajar, passei a ter acesso aos registros de crescimento das igrejas e fiquei horrorizado ao descobrir que algo perto de 80 a 90% das pessoas que tomavam uma decisão por Cristo estavam desviando-se da fé. Ou seja, o evangelismo moderno, com seus métodos estava criando entre 80 e 90 “desviados” para cada 100 pessoas que se decidiam por Jesus.
Deixem-me tentar tornar a questão mais real para vocês. Em 1991, no primeiro ano da década da colheita, uma grande denominação nos Estados Unidos foi capaz de obter 294.000 decisões por Cristo. Isto é, em um ano, esta grande denominação de 11.500 igrejas foi capaz de obter 294.000 decisões por Cristo. Infelizmente, passado algum tempo apenas contavam com 14.000 destes congregando, o que significa que eles já não podiam prestar contas por 280.000 das decisões alcançadas. E estes são resultados normais do evangelismo moderno e, algo que descobri no final dos anos 70; Algo que me preocupou muito. Comecei a estudar o Livro de Romanos diligentemente e, especificamente, a maneira de proclamação do Evangelho de homens como Spurgeon, Wesley, Moody, Finney, Whitefield, Lutero, entre outros, que Deus tem usado através dos tempos, e descobri que eles usavam um princípio que é quase totalmente negligenciado pelos métodos evangelísticos modernos. Comecei a ensinar este princípio; Providencialmente, fui convidado para instalar o nosso ministério na cidade de Bellflower no sul da Califórnia, especificamente para trazer este ensinamento para a igreja dos Estados Unidos. As coisas andaram devagar nos primeiros três anos, até que recebi uma ligação de Bill Gothard, que havia assistido a mensagem em vídeo. Ele pagou minha passagem de avião até San Jose no norte da Califórnia; Lá, compartilhei a mensagem com 1000 pastores. Então, em 1992, ele exibiu o vídeo daquela pregação para 30.000 pastores. No mesmo ano, David Wilkerson me telefonou de Nova Iorque. Ele ligou do seu carro. (estava ouvindo a mensagem em seu carro e me ligou do próprio telefone do seu carro!) Imediatamente, ele me colocou em um vôo de Los Angeles para Nova Iorque para compartilhar o mesmo ensinamento com a sua igreja – de tão importante que considerou a mensagem. Recentemente, ouvi falar de um pastor que escutou esta mensagem 250 vezes. Ficaria feliz se você ouvisse pelo menos uma vez este ensinamento que se chama: “O Maior Segredo do Diabo.”
A Bíblia diz no Salmo 19, versículo 7, “A Lei do Senhor é perfeita para converter a alma.” O que é mesmo que a Bíblia diz que é perfeita e, no final das contas, converte a alma? Ora, as Escrituras deixam bem claro: “A Lei do Senhor é perfeita para converter a alma.” Agora, para ilustrar a função da Lei de Deus, vamos observar por um instante a Lei Civil. Imagine se eu dissesse a você: “Tenho boas novas para você: alguém acabou de pagar uma multa de trânsito no valor de R$ 25.000,00 para você!” Provavelmente você reagiria dizendo: “O que você está dizendo? Essas não são boas novas! Isso [que você está dizendo] não faz o menor sentido. Não tenho uma multa de trânsito de R$ 25.000,00!” As minhas boas novas não seriam boas novas para você: pareceria tolice! Mas, além disso, seria uma ofensa, porque eu estaria insinuando que você havia cometido um crime (quebrado a lei) quando você pensa não ter feito tal coisa. Entretanto, se colocar a situação da seguinte maneira, ela fará mais sentido: “No caminho para cá, um radar da polícia (a lei) pegou você a 160 quilômetros por hora em uma área reservada para uma convenção de crianças deficientes visuais. Havia dez avisos claros que a velocidade máxima era de 60 quilômetros por hora, mas você passou por ali ”voando” a uma velocidade de 160 km/h. O que fez foi muito perigoso e, portanto, a multa de R$ 25.000,00 era justa. A lei estava por ser aplicada quando alguém que você nem mesmo conhece entrou em cena e pagou a sua multa. Você realmente é um felizardo!”
Vejam que ao explicarmos precisamente o que foi feito de errado primeiro, fazemos com que as boas novas verdadeiramente tenham sentido. Se eu não mostrar claramente que o indivíduo violou a lei, então as boas novas parecerão tolice e serão recebidas como uma ofensa. Mas, a partir do momento que entender que quebrou a lei, então as boas novas se tornarão boas novas de fato!
Assim, da mesma maneira, se eu abordar um pecador impenitente e disser: “Jesus Cristo morreu na cruz por seus pecados”, isso soará como tolice e o ofenderá. Tolice porque não fará sentido. A Bíblia diz que: “A pregação da cruz é tolice para aqueles que perecem.” (1 Cor 1:18). E também será ofensivo porque estaremos insinuando que o indivíduo é um pecador quando ele acha que não o é! Porque, até onde ele tem conhecimento, existem muitas pessoas piores do que ele. Contudo, se eu dedicar tempo para seguir os passos de Jesus, a mensagem fará mais sentido. Se eu dedicar tempo para abrir a Lei Divina, os Dez Mandamentos, e mostrar ao pecador precisamente o que ele fez de errado, como tem ofendido a Deus ao violar a Sua Lei, então, quando ele estiver, conforme diz Tiago, “convencido pela Lei como transgressor” (Tiago 2:9) as boas novas da multa sendo paga não parecerão tolice, mas serão “o poder de Deus para salvação” (Romanos 1:16).
Agora, tendo em mente estes pensamentos como introdução, vamos ver o que diz Romanos 3:19. Vamos analisar algumas das funções da Lei de Deus para a humanidade. Romanos 3:19 diz assim: “Agora, pois, sabemos que o que quer que a Lei diga, ela diz para aqueles que estão debaixo da lei, para que toda boca seja calada e todo o mundo torne-se culpado diante de Deus.” Então, uma função da lei de Deus é calar a boca. Fazer os pecadores pararem de se justificar e dizer: “Ah, tem muita gente pior do que eu. Eu não sou uma má pessoa, não!” Ou seja, a lei cala a boca da justificativa e deixa o mundo inteiro , e não apenas os Judeus, culpado diante de Deus.
Romanos 3:20 diz assim: “Portanto pelos feitos da Lei nenhuma carne será justificada à Sua vista: porque pela Lei vem o conhecimento do pecado.” Então, a Lei de Deus nos informa o que significa pecado. 1 João 3:4 diz: “Pecado é a transgressão da Lei.” Romanos 7.7 afirma: “O que diremos então?” diz Paulo, “É a lei pecado? De modo nenhum, eu não conheci o pecado senão pela Lei.” O que Paulo está dizendo aqui simplesmente é: “Eu não sabia o que era o pecado até a Lei me ensinar.” Gálatas 3.24 afirma: “De modo que a Lei se tornou nosso aio [professor], para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados.” A lei de Deus age como um professor para nos trazer a Cristo para que possamos ser justificados pela fé em Seu sangue. Assim, a Lei não nos ajuda, ela apenas nos mostra nossa impotência. Ela não nos justifica, ela apenas nos deixa culpados diante do julgamento de um Deus santo.
A tragédia do evangelismo moderno é que, na virada do século XX, quando a lei de Deus foi abandonada e desprezada em sua capacidade de converter a alma, de conduzir os pecadores a Cristo, os defensores do evangelismo moderno tiveram que encontrar outra razão para os pecadores responderem ao evangelho. A maneira que os evangelistas modernos encontraram para atrair tais pecadores foi a estratégia da “melhoria na qualidade de vida.” O Evangelho foi degenerado para algo como: “Jesus Cristo vai te dar paz, alegria, amor, realização pessoal e felicidade duradoura.” Agora, para ilustrar a natureza anti-bíblica deste ensinamento tão popular, gostaria que vocês escutassem com bastante atenção a seguinte anedota, pois a essência do que estou ensinando baseia-se nesta historinha que vou contar. Então, por favor, escutem atentamente:
Dois homens estão sentados em um avião. Ao primeiro é dado um pára-quedas e é orientado a colocá-lo, pois, o pára-quedas melhoraria a qualidade do seu vôo. Ele fica um tanto cético no início porque não consegue ver como o fato de usar um pára-quedas em um avião poderia melhorar a qualidade de seu vôo. Porém, depois de certo tempo, ele decide experimentar para ver se o que lhe havia sido dito era mesmo verdade. Então, quando ele coloca o pára-quedas, ele nota o peso sobre seus ombros e descobre que tem dificuldade para sentar-se direito. Mesmo assim, não tira o pára-quedas de imediato, pois se consola com o fato de que lhe foi dito que o pára-quedas melhoraria o seu vôo. Assim, ele decide dar um tempinho para ver se a tal coisa funciona mesmo. Enquanto espera, percebe que alguns dos outros passageiros estão rindo dele, pelo fato de ele estar usando um pára-quedas em pleno vôo. Ele começa a sentir-se um tanto humilhado. Quando os outros passageiros começam a apontar e rir dele, ele não agüenta mais! Então, encolhe-se em sua poltrona e arranca o pára-quedas, jogando-o ao chão. Desilusão e amargura preenchem o seu coração, pois, pelo que parece, contaram-lhe uma mentira absurda!
O segundo homem também recebe um pára-quedas, mas escutem só o que lhe é dito: “Coloque este pára-quedas, pois a qualquer momento você terá que saltar deste avião e nós estamos a 25.000 pés de altura.” Ele fica muito agradecido e coloca logo o pára-quedas; Nem percebe o peso do objeto sobre seus ombros, muito menos se incomoda com o fato de que não consegue sentar-se direito, pois sua mente está consumida pelo pensamento do que aconteceria se saltasse sem o pára-quedas.
Vamos analisar o motivo e o resultado da experiência de cada um dos passageiros. O motivo do primeiro homem para colocar o pára-quedas foi apenas para melhorar a qualidade de sua viagem. O resultado da experiência foi que ele se sentiu humilhado pelos passageiros, ficou desiludido e bastante amargurado em relação àqueles que lhe deram o pára-quedas. Ele precisará de um longo tempo para recuperar-se da experiência e, possivelmente, nunca mais vai aceitar uma coisa daquelas novamente. O segundo homem colocou o pára-quedas simplesmente para escapar do salto para morte e, devido ao conhecimento do que aconteceria se saltasse despreparado, ele tem uma profunda alegria e paz no coração, pois sabe que será salvo de uma morte certa e terrível. Tal conhecimento dá-lhe a habilidade de suportar o escárnio dos outros passageiros. Sua atitude em relação a quem lhe ofereceu o pára-quedas é de profunda gratidão.
Agora, escutem o que os métodos de evangelismo moderno dizem. Eles dizem assim: “Coloque o Senhor Jesus Cristo. Ele te dará amor, alegria, paz, realização pessoal e felicidade duradoura.” Em outras palavras, “Jesus melhorará a sua viagem.” Dessa maneira, o pecador responde ao apelo de um modo experimental e “coloca” o Senhor Jesus para ver se a “propaganda” é verdadeira. E o que vem sobre ele? Tentação, tribulação e perseguição. Os outros passageiros escarnecem dele. O que ele faz, então? Arranca o Senhor Jesus e joga ao chão, pois se sente ofendido por causa da Palavra (Marcos 4.17). Ficou desiludido e bastante amargurado, e com razão. Pois, prometeram-lhe paz, alegria, amor, realização e felicidade duradoura, e tudo o que conseguiu foram provações e humilhação. Então, ele passa a apontar sua amargura em direção àqueles que lhe deram as tão famosas “boas novas”. Seu último estado é pior do que o primeiro: outro desviado inoculado e amargurado.
Santos, ao invés de pregar que Jesus melhora a qualidade do vôo, nós deveríamos estar alertando os passageiros que eles terão que pular do avião. Ou seja, “que está determinado ao homem morrer uma só vez, e que depois disto virá o julgamento.” (Hebreus 9:27). E aí, quando o pecador entender as horríveis conseqüências por quebrar a Lei de Deus, ele correrá para os braços do Salvador para escapar da ira vindoura. E se formos testemunhas verdadeiras e fiéis, é isso que deveremos pregar: que existe uma ira vindoura; que Deus “ordena a todas as pessoas em todos os lugares que se arrependam” (Atos 17:30). Por que se arrepender? “Porque Ele estabeleceu um dia em que julgará o mundo com justiça” (vs. 31). Entenda que não é uma questão de felicidade, mas sim de justiça. Não importa o quanto o pecador possa estar sendo feliz ou o quanto ele possa estar aproveitando “os prazeres passageiros do pecado” (Hebreus 11.25), sem a justiça de Cristo, ele perecerá no dia da ira. “De nada aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra da morte.” (Provérbios 11.4). Paz e alegria são frutos legítimos da salvação, mas não é legítimo usar tais frutos como propaganda para a salvação. Se persistirmos em fazer isso, os pecadores responderão à mensagem com um motivo impuro, desprovidos de arrependimento.
Agora, vocês conseguem lembrar porque o segundo passageiro tinha alegria e paz no coração? Era porque ele sabia que o pára-quedas ia salvá-lo da morte certa. E como crente, como Paulo diz, eu tenho “alegria e paz em crer” (Romanos 15:13), porque sei que a justiça de Cristo me livrará da ira vindoura.
Agora, com esses pensamentos em mente, vamos analisar com cuidado um incidente a bordo do avião. Aparece uma aeromoça novata. Ela carrega uma bandeja com café fervendo. É o seu primeiro dia de trabalho. Ela quer que este dia fique marcado na mente dos passageiros, e consegue seu intento, pois conforme está andando pelo corredor, tropeça e despeja café quente no colo do nosso segundo passageiro. Qual a reação dele ao sentir o líquido fervente queimar a sua pele? Será que ele grita: “Aaaaaii! Que dor!”? Sim, ele sente a dor. Mas será que arranca o pára-quedas e o joga ao chão? Será que ele esbraveja dizendo: “Droga de pára-quedas!”? Não. Por que ele faria isso? Ele não colocou o pára-quedas para melhorar a qualidade de seu vôo. Ele colocou para salvá-lo da morte certa. Por isso, o incidente faz com que se agarre ainda com mais força ao pára-quedas e mal consiga esperar a hora de saltar.
Então, se “colocarmos” o Senhor Jesus pelo motivo correto, isto é, para escapar da ira vindoura, quando vier a tribulação, quando o vôo ficar turbulento, nós não ficaremos com raiva de Deus e nem perderemos nossa paz e alegria. Por que faríamos isto? Não aceitamos Jesus para melhorar nosso estilo de vida: nós o aceitamos para fugir da ira vindoura. Portanto, ao invés de nos levar à ira, a tribulação conduz o verdadeiro crente para mais perto do Salvador. Infelizmente, temos literalmente multidões de pessoas que se professam Cristãos, mas que perdem sua alegria e paz quando o vôo fica turbulento. Por quê? Porque são produto de um evangelho humanista. Estes crentes vêm a Jesus sem arrependimento, sem o qual não há salvação.Recentemente, estive na Austrália ministrando e... – a propósito a Austrália é um pequeno país na costa da Nova Zelândia – ...preguei sobre pecado, a Lei, justiça, santidade, julgamento, arrependimento e inferno, e não me surpreendi com a quantidade de pessoas que quiseram “entregar seus corações a Jesus”. Na verdade, o ambiente ficou muito tenso. Depois do evento, disseram-me: “Há um jovem rapaz lá atrás que quer entregar sua vida a Cristo.” Eu fui lá e encontrei um jovem que nem conseguia fazer a oração de entrega, de tão desesperadamente que chorava. Aquilo para mim foi muito encorajador, pois, por muitos anos, sofri de “frustração evangélica”. Eu queria tanto que os pecadores respondessem ao Evangelho egocêntrico que eu pregava. A essência do que pregava era mais ou menos o seguinte: “Você nunca encontrará a paz verdadeira sem Jesus Cristo; você tem um grande vazio em seu coração que só mesmo Deus pode preencher.” Eu pregava Cristo crucificado e, só no finalzinho, pregava arrependimento. Quando alguém respondia ao apelo, eu abria um dos meus olhos e pensava: “Ah, não! Esse cara quer dar o seu coração a Jesus, mas há uma probabilidade de 80% de ele vir a desviar-se. Estou cansado de criar desviados. Preciso ter certeza de que ele sabe mesmo o que está fazendo. É melhor que esteja sendo sincero!” Assim, me aproximaria do rapaz com um espírito da Gestapo Nazista. Chegaria bem pertinho dele e diria: “O que focê querr?” Ele diria: “Estou aqui para tornar-me um cristão.” Eu argumentaria: “Tem certeza?” Ele responderia: “É. Tenho.”, Eu tornaria a perguntar: “Você tem realmente certeza?”. Ele diria: “É. Podes crer.” “Tá certo, vou orar com você, mas é melhor que você ore com sinceridade, do fundo do seu coração. Agora repita esta oração comigo! ‘Ó, Deus, eu sou um pecador’” Ele dizia: “Ah, é... Deus, eu sou um pecador!” No que eu pensava: “Por que será que não há nenhum sinal claro de quebrantamento. Não há sinal visível de que este jovem possa estar no seu íntimo realmente arrependido de seus pecados” Foi então, que entendi qual era o motivo: ele estava sendo 100% sincero. Ele estava tomando sua decisão de todo o seu coração. Ele sinceramente queria dar uma experimentada neste Jesus para ver no que dava. Já tinha experimentado sexo, drogas, materialismo, álcool. Ele pensava assim: “Já experimentei uma porção de coisas na vida. Por que então não experimentar esse tal de Jesus para ver se Ele é tudo isso mesmo que esses crentes dizem que ele é: alegria, amor, realização, felicidade duradoura.” O jovem não estava ali para fugir da ira vindoura, pois eu não tinha pregado que havia ira alguma por vir! Isso estava fazendo uma falta terrível nas minhas mensagens. O jovem não estava quebrantado, pois ele nem mesmo sabia o que era o pecado. Lembram de Romanos 7:7? Paulo disse que não conheceu o pecado senão pela Lei. Como alguém pode a vir a searrepender se nem mesmo sabe o que é o pecado? Então, qualquer coisa que nós venhamos a chamar de arrependimento vem a ser algo que chamo de arrependimento horizontal. A pessoa sente remorso por ter mentido para as pessoas, roubado das pessoas, etc. Mas, quando David pecou com Bate-Seba e quebrou todos os Dez Mandamentos de uma só vez – quando cobiçou a mulher do próximo, viveu uma mentira, roubou a mulher do próximo, cometeu adultério, desonrou seus pais e, portanto, desonrou a Deus – ele não disse: “Eu pequei contra Urias” O que ele disse foi: “Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que era mal à Tua vista.” (Salmo 51:4). Quando José foi tentado sexualmente, ele disse: “Como poderia eu fazer tal coisa e pecar contra Deus?” (Gênesis 39:9). O filho pródigo disse: “Eu pequei contra o Céu” (Lucas 15:21). Paulo pregava “arrependimento para com Deus (Atos 20:21). E a Bíblia diz: “A tristeza segundo Deus produz arrependimento” (2 Coríntios 7:10). Então, quando a pessoa não entende que o pecado é primariamente vertical, ela simplesmente conseguirá exercitar arrependimento superficial, experimental e horizontal – e se desviará quando vierem a tribulação, a tentação e a perseguição.
A.B. Earl disse: “Descobri através de extensa experiência que as mais sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.” Agora, gostaria que vocês fizessem algo incomum. Não vou fazê-los passar vergonha. Dou minha palavra. Mas, gostaria de perguntar-lhes quantos de vocês estavam pensando em outra coisa enquanto eu estava lendo a citação de A.B. Earl. Quero admitir algo para vocês. Eu mesmo estava pensando em outra coisa enquanto lia a citação! Sabem o que estava pensando? “Ninguém está me ouvindo. Eles estão pensando em outra coisa.” Então, para ressaltar um ponto importante, gostaria que vocês fossem realmente honestos comigo. Se você estava pensando em outra coisa e não faz a menor idéia do que A.B. Earl disse, levante sua mão bem alto, bem alto. Geralmente, uns 70% das pessoas levantam a mão. Vamos lá, estamos quase nos 70%. Muito bem, pastor, obrigado, por sua honestidade.
A.B. Earl foi um famoso evangelista do século XIX que teve mais de 150.000 convertidos para substanciar suas afirmações. Satanás não quer que vocês escutem o que eu estou dizendo, então, prestem bastante atenção.
A.B. Earl disse: “Descobri através de extensa experiência que as mais sérias ameaças da Lei de Deus têm um papel importantíssimo na condução das pessoas a Cristo. Elas precisam se ver perdidas antes de clamar por misericórdia; elas não fugirão do perigo até que o enxerguem.”
É mais ou menos assim: tente salvar alguém de se afogar quando a pessoa não acredita estar se afogando e veja se ela vai ficar muito contente com você. Você a vê no lago e pensa: “Acho que ela está se afogando. Sim, acho que está se afogando mesmo.” Aí, você pula na água e a arrasta até a areia sem dizer coisa alguma. Ela não ficará muito contente com você, pode ter certeza. Ela não vai querer ser salva até ver que está correndo perigo. Da mesma forma, os pecadores não fugirão da ira vindoura sem antes a enxergarem!
Veja bem: se você viesse a mim e dissesse: “Olha, Ray. Isso aqui é a cura para o Mal de Groaninzin. Vendi minha casa para levantar o dinheiro para comprar esse remédio. Tome. É um presente para você”. Provavelmente eu reagiria assim: “O que? Cura para o que? Mal de Groaninzin? Você vendeu sua casa para levantar o dinheiro para comprar esse remédio? E está me dando de presente? Ora, muito obrigado. Tchau... Esse cara é louco.” Sabe, essa seria provavelmente a maneira como eu reagiria se você vendesse sua casa para comprar o remédio para me curar de uma doença da qual jamais ouvi falar. Ainda mais se viesse oferecê-lo a mim gratuitamente – acharia você muito estranho.
Mas, se ao invés disso, você chegasse a mim e dissesse: “Ray, você está com o Mal de Groaninzin. Já consigo ver dez claros sintomas em sua pele. Você morrerá em duas semanas.”, eu me convenceria de que tinha a doença (já que os sintomas eram tão evidentes) e diria: “Oh! O que farei agora?” Nisso, você responderia: “Não se preocupe. Tenho aqui a cura para sua doença. Vendi minha casa para comprar este remédio. Tome. É um presente para você.” Nessa situação, eu não desprezaria seu sacrifício. Ao contrário, ficaria grato e tomaria posse dele. Por quê? Porque, ao enxergar a doença que me consumia, desejei a cura.Lamentavelmente, o que tem acontecido nos Estados Unidos e no Mundo Ocidental é que temos pregado a cura sem primeiro convencermos da doença. Temos pregado o Evangelho da graça sem primeiro convencer os pecadores da Lei, ou seja, que são transgressores. Como conseqüência desta pregação, que oferece a graça primeiro, quase todas as pessoas que tento evangelizar no sul da Califórnia e no Cinturão Bíblico já “nasceram de novo” umas seis ou sete vezes. Quando digo: “Você precisa entregar sua vida a Jesus Cristo.” A resposta que sai quase que instantaneamente é: “Ah, já fiz isso quando tinha sete, onze, dezessete, vinte e três, vinte e oito, trinta e dois anos de idade...” Na hora, você sabe que o indivíduo não é Cristão. Ele é um fornicador. É um blasfemo, mas acha que é salvo porque “nasceu de novo”. O que está acontecendo? Ele está usando a graça de nosso Deus para dar ocasião à carne. Não reconhece nem estima o sacrifício de Jesus. Para ele, não há nada de mais em pisar o sangue de Cristo (Hebreus 10:29). Por quê? Por que jamais se convenceu de que tinha a doença e, portanto, não é grato pela cura.
O Evangelismo Bíblico é sempre, sem exceção, Lei para os soberbos e Graça aos humildes. Não existe uma passagem na Bíblia onde Jesus ofereça o Evangelho, as Boas Novas, a Cruz ou a Graça de Deus a uma pessoa soberba, arrogante e que se considera boa aos próprios olhos. Não mesmo. Com a Lei, Ele quebra o coração duro, e com o Evangelho, cura o coração quebrantado. Por quê? Porque Ele sempre fez aquilo que agrada ao Pai. Deus resiste aos soberbos e dá graça aos humildes (Tiago 4:6; 1 Pedro 5:5). “Todos os soberbos de coração”, dizem as Escrituras, “são abominação ao Senhor” (Provérbios 16.5).
Jesus nos disse para quem é o Evangelho. Disse assim: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos.” (Lucas 4:18). Estas são declarações espirituais. Os pobres (humildes) em espírito. Os quebrantados de coração (Isaías 57:15), os cativos são aqueles que Satanás tem mantido presos à sua vontade (2 Timóteo 2:26) e os cegos são aqueles que o deus desse mundo tem cegado para que a luz do Evangelho não brilhe sobre eles (2 Coríntios 4:4). Somente os enfermos precisam de médico (Marcos 2:17) e somente aqueles que estão convictos de que têm a doença ficarão gratos e se apropriarão da cura.
Vejamos alguns exemplos do uso da Lei com os soberbos e graça com os humildes. Lucas 10:24. Ah! Quando eu citar uma referência aqui do púlpito, repetirei duas vezes, pois sei que há homens presentes – e os homens precisam escutar as coisas duas vezes para poderem entender... Os homens precisam escutar as coisas duas vezes. E isso é sustentado biblicamente. Quando Deus fala com homens na Bíblia, Ele usa seus nomes duas vezes: “Abraão, Abraão... Saul, Saul... Moisés, Moisés... Samuel, Samuel...” Porque os homens precisam escutar as coisas duas vezes. As mulheres apenas uma. Eu não sei quantas vezes nos cultos o pregador dizia “Lucas 10:25” e eu me virava para minha esposa e dizia: “O que foi que ele disse?”. Ela respondia: “Lucas 10:25”. Aí eu dizia: “Obrigado, querida!” AUXILIADORA IDÔNEA. Foi por isso que Deus criou as mulheres: porque os homens não conseguem se virar sozinhos. O negócio é assim: Os homens perdem as coisas. As mulheres as acham. “Onde estão as chaves, querida?” “Bem no seu nariz, querido.” Sabem, eu não sei quantas vezes já abri o armário e disse: “Não tem mais doce, meu docinho” e ela respondeu: “Está aqui, querido.” Onde os homens estariam sem as mulheres? Hein? Ainda estariam no Jardim do Éden! Foi Eva quem achou a árvore. Adão nem mesmo sabia o que estava se passando. Na verdade, se observarmos o processo de criação da mulher, a Bíblia diz qque, para criar a mulher, Deus colocou o homem em um profundo sono. Mas, não diz se ele jamais conseguiu acordar desse sono!
Em Lucas 10:25, vemos um certo advogado se levantar e tentar Jesus. Este homem não é um advogado comum, mas um professo especialista na Lei de Deus. Ele levantou-se e disse a Jesus: “Como posso alcançar a vida eterna?” O que foi que Jesus fez? Deu-lhe a Lei. Por quê? Porque o homem era soberbo, arrogante e se considerava muito bom. Eis um professo especialista na Lei de Deus tentando o próprio Filho de Deus. Pois, na verdade, o espírito por trás de sua pergunta era: “E o que você acha que devemos fazer para alcançar a vida eterna?” Por isso, Jesus aplicou-lhe a Lei, dizendo: “O que está escrito na Lei?” Qual a sua leitura dela?” No que o advogado responde: “Ah, deves amar o Senhor teu Deus de todo o teu coração, entendimento, alma e força; ama o teu próximo como a ti mesmo.” Jesus afirmou-lhe: “Faça isso e viverás.” As Escrituras continuam dizendo: “Mas, ele, querendo justificar-se, disse a Jesus: ‘Quem é o meu próximo?” A Bíblia Viva mostra de maneira mais clara o efeito da Lei sobre o homem. Ela diz: “O homem quis justificar sua falta de amor por certos tipos de pessoas; então perguntou: “Quais próximos?” Vejam só, ele não tinha problemas com os Judeus, mais não gostava dos Samaritanos. Então, Jesus contou-lhe a história que chamamos de “O Bom Samaritano” que não era “bom” em absoluto. Amando o seu próximo tanto quanto amava a si mesmo, ele meramente obedeceu aos requerimentos básicos da Lei de Deus. E o efeito da essência da Lei, a espiritualidade da Lei (daquilo que a Lei exige em verdade), foi calar a boca do homem. Percebam, ele não amava seu próximo no nível exigido pela Lei. A Lei foi aplicada para calar todas as bocas e deixar o mundo inteiro culpado diante de Deus.
De maneira parecida, em Lucas 18:18, o jovem rico chegou a Jesus, dizendo: “Como alcançarei a vida eterna?” Eu fico me perguntando como a maioria de nós reagiria se alguém se aproximasse e dissesse: “Como posso alcançar a vida eterna?” Certamente diríamos: “Ó... rápido! Faça essa oração antes que você mude de idéia!” Mas, o que foi que Jesus fez com o Seu convertido em potencial? Ele aplicou-lhe a Lei. Deu-lhe cinco Mandamentos horizontais, mandamentos em relação ao seu próximo e, quando o homem afirmou: “Ah! Esses eu tenho guardado desde minha mais tenra idade.”, Jesus respondeu-lhe: “Uma coisa ainda vos falta” e usou a essência do primeiro dos Dez Mandamentos: “Eu sou o Senhor vosso Deus... Não tereis outros deuses além de mim” (Êxodo 20:2-3). Jesus mostrou ao jovem que o seu deus era o dinheiro, e que não se pode servir Deus e a Mamon. (Mateus 6:24). Lei para os soberbos!
Também vemos a graça sendo dada aos humildes, como no caso de Nicodemos (João 3). Nicodemos era um dos líderes dos Judeus. Era mestre em Israel. Portanto, era completamente versado na Lei de Deus. Era humilde de coração porque veio a Jesus e reconheceu a Deidade do Filho de Deus. Um líder em Israel? “Sabemos que vens de Deus, pois nenhum homem pode fazer tais milagres a não ser que Deus esteja com Ele.” Então, Jesus deu a ele – alguém que sinceramente buscava a verdade, alguém de coração humilde e possuidor do conhecimento do pecado através da Lei – as Boas Novas da multa tendo sido paga e “de Deus amando o mundo de tal maneira que sacrificou seu unigênito Filho”. Assim, a mensagem não pareceu loucura para Nicodemos, mas o “poder de Deus para salvação.”
Algo parecido ocorreu também no caso de Natanael (João 1:43-51). Natanael era um Israelita criado de fato debaixo da Lei, em quem não havia dolo nem engano. Obviamente, a Lei foi a professora (aIio) que conduziu esse judeu a Cristo.

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