09 maio 2011

Igreja Perseguida na Etiópia

 
A Etiópia está localizada em uma importante área do leste africano conhecida como Chifre da África. Seu território apresenta um grande número de montanhas e planaltos. A região apresenta grande diversidade no clima e na vegetação.

População

A população etíope é diversificada. Quase 77 grupos étnicos compõem a população, e falam-se 84 línguas no país. O idioma amárico é o oficial. Algumas escolas, entretanto, substituíram o ensino dessa língua por outras mais faladas na região, como o oromifa e tigrinia.

A AIDS é um problema para os etíopes. Em 2005, a ONU afirmou que mais de 25 mil pessoas são infectadas pelo HIV semanalmente na Etiópia, incluindo crianças.1 Aproximadamente 4,4% dos adultos possuem o vírus.

Por conta da doença, a expectativa de vida é baixa (55 anos) e a mortalidade infantil é alta (8,2% das crianças que nascem vivas morrem antes de completar o 1º ano de idade).

História

As origens da Etiópia remontam ao século II. Ela nunca foi colonizada, com exceção de um período de cinco anos em que foi ocupada pela Itália (1936-1941).

Em 1974, uma junta militar depôs o imperador Haile Selassie, no poder desde 1930, e estabeleceu o socialismo na Etiópia.

O período socialista durou até 1991 e foi marcado por golpes de Estado sangrentos, rebeliões, seca e problemas com refugiados.

A gestão mais conhecida foi a do coronel Mengistu Haile Mariam (1977-1991). Ele foi considerado responsável pela morte e desaparecimento de milhares de etíopes durante os anos de 1977-1979. Em 1991 ele fugiu inesperadamente do país e refugiou-se no Zimbábue.

Em dezembro de 2006 Mengistu foi considerado culpado de praticar genocídio durante seu governo, e em maio de 2008 foi sentenciado à morte. As duas decisões foram tomadas sem a presença dele no tribunal. A sentença só será executada se Mengistu deixar o exílio ou se o presidente do Zimbábue extraditá-lo, o que parece difícil de acontecer.

A Frente Revolucionária Democrática do Povo Etíope que assumiu o governo após a saída de Mengistu dirige a nação até hoje.

Fome

A economia da Etiópia é empobrecida, baseada na agricultura. Esta emprega 80% de todos os trabalhadores.

A agricultura sofre com as frequentes secas e a população sofre com a falta de alimentos. Mais de um milhão de etíopes já morreram de inanição nos últimos 30 anos. Atualmente, cerca de 45% da população é subnutrida.


A Igrejavoltar ao topo

Segundo a tradição, o cristianismo chegou à Etiópia por meio de um jovem O cristianismo chegou à Etiópia no século IV com Merópius, um filósofo cristão que naufragou em sua viagem à Índia. Merópius morre, mas seus dois guardas Frumentius e Aedesius, foram levados ao palácio e se tornaram, posteriormente, o secretário particular e o copeiro do rei Ella Amida.

Depois de um tempo, Frumentius, em uma viagem ao Egito, entrou em contato com o bispo de Alexandria e pediu que fossem enviados missionários ao reino da Etiópia. O bispo Atanásio concordou e imediatamente apontou Frumentius para a tarefa.

Frumentius foi ordenado o primeiro bispo (abuna) da Igreja Ortodoxa Etíope e passou a ser conhecido como Abuna Salama, o bispo da paz. Ele foi bem sucedido em sua missão e com o apoio do rei Ezana, filho de Ella Amida, a Etiópia se tornou uma nação cristã.

O protestantismo

O protestantismo chegou à Etiópia com sociedades missionárias. As três principais missões que formaram a Igreja protestante na Etiópia são: missão luterana, missão Interior do Sudão e a missão menonita.

As missões luteranas foram as primeiras a chegar e criaram a igreja Mekane Yesus (lugar de Jesus) em 1959. A Mekane Yesus é forte no sul e oeste da Etiópia, áreas abertas aos missionários por não haver forte presença ortodoxa.

A missão Interior do Sudão começou a trabalhar no Sul da Etiópia na década de 1920 e saiu do país quando os italianos invadiram o país, em 1938. Voltando cinco anos mais tarde, esses missionários encontram uma próspera igreja, formada por mais de cem congregações e 20 mil membros. A igreja Kale Hiwot (Palavra de vida) nasceu desse ministério e continuou a crescer desde o restabelecimento da liberdade religiosa em 1991.

A missão menonita foi à Etiópia após a Segunda Guerra como agência de ajuda humanitária, mas recebeu autorização para evangelizar. Duas igrejas distintas nasceram por influência da missão menonita. A Meserete Kristos (Cristo é o fundamento) é parte importante da organização menonita mundial. A igreja Mulu Wengel (Evangelho Pleno) procura manter-se livre de ligações com o ocidente.

Os ortodoxos são 40-45% da população etíope; os evangélicos são aproximadamente 10%.


A perseguiçãovoltar ao topo

Embora a liberdade religiosa seja garantida pela Constituição, o governo controla essa liberdade.

A Igreja evangélica é a que mais sofre, por ser a minoria. Ela é monitorada pelo governo e não goza dos mesmos direitos que os ortodoxos ou muçulmanos.

Em setembro de 2008, líderes das igrejas protestantes de Lalibela receberam ordem de parar todos os cultos das igrejas. A ordem foi baseada na alegação de que tais igrejas eram ilegais.

Lalibela é conhecida por suas igrejas encravadas nas rochas, que datam do século XII, propriedades da Igreja Etíope Ortodoxa. Por centenas de anos, a cidade foi centro de treinamento de padres, monges e outros ministros ortodoxos. A peregrinação a Lalibela é sagrada para os ortodoxos etíopes, pois consideram esta a segunda Jerusalém.

A comunidade local se orgulha muito da herança de Lalibela e trabalha duro para manter qualquer outra religião fora da região, inclusive o protestantismo.

Mais propensos à evangelização do que os demais cristãos, os evangélicos atraem o ódio de muçulmanos e ortodoxos por "roubarem seu rebanho": fazerem convertidos em meio às comunidades islâmica e ortodoxa.

As pessoas que tentam incorporar reformas à Igreja Ortodoxa são excomungadas e expulsas de suas moradias, como aconteceu na metade de 2008. Dezoito membros da Igreja Ortodoxa Etíope (EOC), acusados de atividades em favor de reformas, foram recentemente excomungados.

Os que se convertem e passam a frequentar a Igreja protestante sofrem retaliações e ataques mais diretos. Em julho de 2008, dois convertidos tiveram sua casa incendiada. Apesar de a família sair com vida, os danos foram altos.

Os ex-muçulmanos são vítimas da perseguição de seus familiares. São marginalizados pela comunidade e também sofrem ameaças e ataques. O caso mais exemplar disso foi o assassinato de evangelista Michael Dhaba, em outubro de 2006.

Michael, com 38 anos de idade quando faleceu, era um evangelista conhecido, dedicado a alcançar os muçulmanos com o amor de Cristo. Por meio de seu ministério, muitos muçulmanos vieram a conhecer a verdadeira paz com Deus.

Mesmo Michael tendo o respeito e a admiração de alguns xeiques, havia alguns que estavam insatisfeitos com a dedicação de Michael em ganhar almas para Cristo. Ele foi martirizado na porta de casa, em frente à sua família.


Motivos de oraçãovoltar ao topo

1. O islamismo continua a ser um desafio para o cristianismo. Ore para que a Igreja saiba lidar com esse conflito de maneira adequada, apresentando respostas como a evangelização e a implantação de igrejas.

2. A Etiópia abriga um grande número de refugiados. Ore para que a Igreja alcance os campos de refugiados com serviço, apoio, auxílio e amor.

3. A Etiópia está cercada de muitos povos ainda não alcançados. Ore para que a Igreja etíope desenvolva ainda mais a sua visão missionária em direção aos países vizinhos.

4. Ex-muçulmanos têm sido vítimas de marginalização. Peça a proteção de Deus para aqueles que sofrem desprezo e oposição por terem aceitado a salvação em Cristo. Ore para que a Igreja saiba como cuidar desses novos convertidos.


Fontes

2008 Report on International Religious Freedom

BBC Country profile

Ethnologue.com

- Portas Abertas Internacional

Países@

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Human Development Reports

The World Factbook

Under Secretary for Public Diplomacy and Public Affairs

1 http://br.news.yahoo.com/s/08122008/11/entretenimento-jornalista-narra-luta-hiv.html 

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