O Nascimento de Jesus
E o verbo se fez carne
Mt. 1. 16; Jo. 1. 1, 14
Introdução
Aqui iniciamos uma senda pela
história e vida de Jesus. Vamos segui-lo a cada movimento e vê-lo dar os
primeiros passos, vamos sentar aos seus pés para aprender com ele no templo de
Salomão mesmo que ele seja ainda um rapazinho de doze anos de idade e depois
vamos segui-lo de espreita por quarenta dias no deserto. Vamos sentar aos seus
pés para ouvir o seu mais retumbante sermão: “O sermão da montanha”. Talvez iremos nos ridicularizar com o
homem-Deus que hora está com os homens
que tem a vida cheia de pecado e logo depois está ressuscitando um amigo depois
de quatro dias.
Vamos de mãos dadas com o seu
Espírito navegar por águas profundas e desconhecidas em pleno deleite do amor
desse Homem-Deus que nunca abandonou a arte de amar. Vamos ver as ações daquele
que é o endereço de revelações e profecias de toda a história do povo de Deus.
Vamos tentar descobrir quem foi
esse homem na medida dos passos que damos nas estradas que ele passar. Com a
ajuda do Divino Espírito iremos desvendar mistérios ocultos ante os olhos dos
homens e iremos nos alegrar com a revelação de mistérios e códigos que estão
implícitos nas Sagradas Escrituras.
I- Códigos e Profecias que revelam o Filho de Deus
A Bíblia é um livro de códigos
que são mistérios especiais que estão ocultos aos olhos de quem faz uma leitura
superficial dela. Mas a qualquer um que se entregar inteiramente ao Santo Vento
lhe será tirada dos olhos o véu que o impede de enxergar as maiores revelações
do Livro de Deus.
De modo que alguns desses códigos
são como flashes de luz que apontam para Jesus. Apenas no livro da Origem de
todas as coisas temos três textos que são alusões claras de Cristo Jesus. Vemos
Deus cobrindo Adão e Eva com a pele de um animal após a queda, O Senhor ouviu o
grito de Ismael, estando este nas sombras de carvalhos, a árvore que deu origem
a cruz, o maior símbolo de salvação para a comunidade cristã. E vemos o
cordeiro que Deus providenciou para ser sacrificado no lugar de Isaac, sendo
então a revelação de que Jesus Cristo é o Cordeiro providenciado por Deus para
morrer em nosso lugar. Mas vamos analisar o fato da queda do homem no jardim do
Éden.
A queda do Homem e a História da Redenção. ( Gn. 3. 21)
O homem foi criado para que
houvesse um ponto de equilíbrio na criação de Deus. O ser humano é o lugar de
habitação de Deus nessa terra de acordo com 1Co 3. 16, quando o apóstolo Paulo
declara que somos a morada de Deus. E agora a criação de Deus é seduzida por
Satanás que desenvolveu em seu coração maligno
o desejo de ser igual a Deus e agora semeou no coração da criação esse
desejo insano. O desejo de querer ser igual a Deus. Logo a falácia do Diabo
perverteu a mente dos humanos e então quebraram o acordo de Deus. E na
tentativa de se esconder de Deus, eles tentam, inutilmente, se esconderem de
Deus. Usam meios e técnicas de fugirem de Deus, por que o pecado altera a nossa
consciência e nossa consciência opera uma transformação em nossa visão. Antes
do pecado era costume do humano receber a visita do Criador no fim da tarde,
mas agora em pecado, O Todo-Poderoso não é mais um amigo mas um inimigo. Por
isso anos depois o Profeta messiânico diz: “ o pecado faz uma divisão com
Deus”.
O Todo-Poderoso agora vem como de
costume na virada do dia para ter uma conversa com a sua criação. Sendo
conhecedor de todas as coisas, já sabia mesmo antes de executar a criação que
esse dia fatídico chegaria, e Ele pisou seus pés na terra, e a cada metro por
ele avançado, em cada árvore que por ela passava, Deus escrevia um recado para
a criação: “Não importa onde e nem como
você esteja, Eu irei a sua procura”. E sua voz ecoa na imensidão do paraíso
e na infinitude do universo, é possível ouvir o lamento na voz do Eterno, sem
sensacionalismo algum. O Senhor perguntou: “ Onde estás?”. E essa é a pergunta
de Deus para todo aquele que está debaixo do jugo do pecado e anda se
escondendo por trás da roupa falível da religião, de sistemas e filosofias, O
Senhor está passeando no meio do jardim devastado e brada para todo o pecador:
“onde estás?”.
Os humanos se apresentam quando
veem que para eles não se tem saída, mas em vez de confessar suas faltas, um
joga a culpa no outro em uma tentativa fracassada de serem redimidos por
atitudes próprias, mas a remissão de pecado só ocorre quando há derramamento de
sangue, e o sangue da criação não é puro.
Deus sacrifica um animal e veste
o ser humano de sua vergonha. Sendo então um código na História da Redenção da
humanidade. Isaías proclama que o Senhor o vestiu com roupas de salvação. (Is.
61. 10). No livro do profeta Zacarias, o sacerdote Josué é acusado por Satanás
de estar com a roupa suja e então o Senhor troca suas vestes, vestindo-o com
roupas novas, (Zc. 3. 3-4). E o apóstolo João na Revelação do Apocalipse relata
sobre essas vestes, (Ap. 21. 2).
Profecias Messiânicas (Is. 9. 6)
Nesse versículo existem algumas
verdades ocultas mas poderosas. Isaías é conhecido por todos como o profeta
messiânico, pelo fato de ele ter sido o profeta que mais vezes falou sobre o
Filho Amado de Deus. E nesse versículo que talvez seja o texto de ouro das
profecias acerca de Jesus, o profeta já inicia falando uma poderosa verdade
sobre as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina. O profeta diz assim: “um
filho se nos deu e um menino nos nasceu” e ele quer dizer assim: O Filho de
Deus, que é parte da personalidade divina, da natureza de Deus, aquele que é penetrado
em Deus sem perder a unicidade, aquele que é coabitado em Deus, a unidade de
Deus que é a perfeita união de três pessoas, Deus-Pai, Deus-Filho e
Deus-Espírito Santo, esse não pode nascer de um ser humano, então ele é o que
Isaías se refere ao filho que nos foi dado, por que Jesus Cristo foi quem se
doou em resgatar a criação. E menino que nasceu, foi a natureza humana de
Jesus, que sofreu os escárnios e açoites, passou fome, sede, sentiu cansaço,
cochilou nas viagens.
Na profecia de Isaías, o Espírito
Eterno concedeu que o profeta falasse quatro nomes acerca do Filho de Deus:
Maravilhoso conselheiro; Aquele
que evidenciaria a maravilha do reino de Deus, e é aquele que é o eixo
principal do plano da Redenção da humanidade.
Deus Forte; Nele está manifesto
toda a essência da divindade, Ele tem a perfeita plenitude da Divindade.
Pai da Eternidade; Ele é aquele
que revela a paternidade de Deus e também pratica o amor do Pai, o zelo do Pai,
o cuidado do Pai, e assim como o Pai supre as necessidades de seus filhos, Ele
também supre todas as necessidades de seus filhos.
Príncipe da Paz; como o Príncipe
da Paz, Ele veio com o tratado de paz entre Deus e a humanidade, e esse tratado
foi selado no alto do Gólgota, com as manchas de seu Sangue.
II- O milagre da encarnação. (Jo. 1. 1-3, 14)
O evangelho de João começa com um grande aparato discurso do apóstolo do
amor falando sobre a encarnação. Isso inicia uma batalha épica na nossa mente e
define a razão de nossa fé, porque estamos falando de alguém que enche o
coração do Pai de prazer, como se não bastasse Ele está no coração do Pai. Foi
amado desde a origem de todas as coisas, Ele é o único Deus, se tornou carne e
esteve entre nós. ( Jo 1. 1-3). Estamos falando de Jesus, e Ele não é apenas um
homem especial que alcançou um nível de intimidade especial com o Pai, Ele é o
Filho Eterno do Pai que compartilha sua vida com a criação em um fluxo de
comunhão em seu Espírito Santo. Esse Jesus, que é Deus, tornou-se homem e
habitou entre nós. Ele é Deus encarnado.
O evangelho do apóstolo do amor se inicia com uma mensagem poderosa: Deus
se tornou homem .Ele se encurvou até carregar o peso da humanidade. A vida
que jesus teve denunciava em cada momento sua humanidade, em momento nenhum ele
usou por usurpação ser igual a Deus. Viveu cada dia como um homem comum.
Padeceu dores, ansiedades, fome, sede, cansaço, tristeza, respeitou em todas as
circunstancias os limites da humanidade. Jesus teve uma vida que Deus havia
anelado para a humanidade desde a origem, mas que havia se perdido com queda no
jardim há muito tempo atrás. Nenhum dos seus milagres faziam testemunho de sua
natureza divina, em por meio de nenhum ele tinha a ideia de revelar sua
divindade, mas os milagres por si mesmos faziam testemunho da Glória de Deus.
Todos os seus milagres, eram realizados por ele como um simples homem que
escolheu confiar no Pai e viver nele e assim conhecer sua Soberana vontade, (Mc
9. 22-24).
A vida de Jesus na terra foi completamente coberta por um manto de
relação plena entre ele e seu Pai no Espírito, em nosso mundo físico e
temporal, nos mostrando que é possível vivermos aqui nesse mundo e desfrutarmos
do deleite que há na plena intimidade com O Pai. O evangelho de João nos revela
que em momento algum o seu relacionamento pleno com O Pai e o Espírto ficou
para trás na encarnação, por que ele nos leva a entender que a encarnação é o
resultado da vida trina. Em Cristo Jesus, a trindade se tornou humana, ainda
que Deus tenha estado permanente envolvido com a sua criação de uma maneira ou
de outra, mas em Jesus eles se tornaram carne.
O ser de Deus agora não é apenas divino mas humano também. Essa é a Grande prova do amor divino pela
humanidade miserável.
Como entender a ascensão do Filho encarnado?
A nossa imaginação fértil e aguçada é quase capaz de entender a
encarnação do Filho de Deus. A encarnação de Jesus não foi apenas no momento de
seu nascimento mas se entendeu por toda a sua vida, nascimento, crescimento,
morte, ressurreição e ascensão. A encarnação é um processo de desenvolvimento,
Ele é o filho de Deus Pai e em nós ele continuará sendo quem ele é
verdadeiramente. Na trindade o relacionamento entre os três é cheio de amor e
na humanidade de Jesus , ele cresceu e desenvolveu como cada um de nós.
Seu relacionamento com o Pai não foi dado de uma hora para outra, foi um
processo de crescimento. Jesus precisou de algum tempo para realizar sua tarefa
como Filho do Altíssimo, ele tinha que realizar sua missão em nosso mundo e em
cada estágio de nossa breve existência. E assim foi, na ascensão, ele foi para
o Pai como humano para ser assim para sempre( At 1. 9-10), e como nós somos ele
se assentou à destra do Pai (At 7. 56). Nessa cena, Jesus está no Pai como um
ser humano, como ele foi em toda sua humilde e misericordiosa existência mas
agora é para sempre. Jesus se senta agora como um ser humano à direita do Pai e
é perfeitamente unido a Ele em uma perfeita comunhão com o Espírito Santo. ( Jo.
16.28)
III- Jesus, ele é a nossa benção (Mt. 1. 16)
Mesmo antes do nascimento de
Jesus nós tínhamos flashes espirituais que nos davam resquícios da obra da
redenção da humanidade, o plano da salvação, não se compara ao fato de hoje
termos o Filho de Deus para compartilharmos com ele bênçãos poderosas, como por
exemplo, as três bênçãos que a Graça de Deus nos traz: (Rm. 5. 1-2)
1-Nós fomos justificados pela fé e assim temos paz com Deus. Quando
nós pecamos, nós nos afastamos de Deus e o temos como um inimigo, mas quando
nosso pecado é confessado ao declararmos que carecemos de um Salvador, a saber,
Jesus, nossa visão é transformada. Em Cristo nós temos paz com Deus. ( Fp. 4.
7)
2- Além de termos paz com Deus, também desfrutamos de um lugar com
Deus. Jesus, nos encontrou do lado de fora da sala do trono e nos tomou pela
mão e nos conduziu até a presença do Pai.
3- Nós partilhamos sua Glória. Éramos como um indigente que um dia
foi herdeiro do trono, mas que é uma vitima de uma queda, e estamos sem andar
em uma terra estranha. Até o dia em que o Rei nos fez uma promessa e nos mandou
chamar e nos adotou como seu filho. (2Sam. 9. 1-7; Rom. 8. 15).
Os privilégios da adoção. ( Rom.
8. 15)
Estamos perto de Deus. (Efe. 2.
13)
Estamos livres do mal. (Col. 1.
13)
Temos acesso ao Pai. (Efe. 2. 18)
Jamais seremos abandonados. (Heb.
13. 5).
Conclusão
Nenhum sacrifício foi tão
perfeito quanto o de Cristo.
Antes Deus era nosso inimigo
Hoje estamos do seu lado.
Nosso nome está inserido no Livro
da Redenção
E no céu, há um lugar para nós.