A casa de número 112, na Avenida Ocean, em Amityville, no estado americano de Nova York, talvez seja a casa assombrada mais famosa do mundo. Ela está a venda pela pechincha de 1.15 milhões de dólares (mas deve valer a pena se você curte fantasmas).
Várias reformas já foram feitas na casa para impedir que curiosos e caçadores de fantasmas inoportunos aparecessem e atrapalhassem a vida dos corajosos que já viveram lá.
A história dos fantasmas começou no ano de 1974, quando seis pessoas de uma mesma família foram mortas lá, pelo filho mais velho –- Butch DeFoe. Depois a casa foi vendida para George e Kathy Lutz, que foram morar lá com seus três filhos.
Os Lutz disseram que a casa estava cheia de forças sobrenaturais – fantasmas abriam e fechavam portas, uma gosma nojenta (ectoplasma?) caía do teto e rostos demoníacos, assim como um enorme número de insetos, aterrorizaram a família.
A história dos Lutz foi parar nas mãos do escritor Jay Anson, que escreveu e depois publicou “O Horror em Amityville”, em 1977. Logo o livro virou um Best seller. Mas será que ele conta a verdade?
Pesquisadores que se dedicaram ao assunto descobriram vários furos na história dos Lutz. Um cara chamado Rick Moran descobriu mais de 100 balelas contadas pela família. Mesmo assim, os Lutz mantiveram sua versão e ganharam um bom dinheiro com o livro e os filmes feitos sobre a casa.
Eventualmente, o advogado de Butch DeFoe admitiu que ele, junto com os Lutz, criaram aquela história mirabolante. A casa nunca foi assombrada.
Então a casa de Amityville está a venda por 1, 15 milhão de dólares mas os fantasmas não estão incluídos no pacote.
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30 setembro 2011
28 setembro 2011
UMA PANDEMIA COM 100 MILHOES DE MORTOS?
Com relação ao tempo anterior à Sua volta, Jesus falou do aumento de guerras e terremotos e também de epidemias e fomes (Lc 21.11; Mt 24.7). Esses sinais dos tempos foram descritos por Ele como dores iniciais que atingirão nosso mundo antes dEle trazer nova vida à terra através da Sua volta. Há algum tempo os cientistas vislumbram um novo cenário de horror, uma possível onda de gripe aviária com conseqüências nunca vistas para a população mundial:
Uma nova epidemia ameaça a humanidade – um horror com 100 milhões de mortos?
Completamente ignorada pela opinião pública [até recentemente], uma grande epidemia ameaça a humanidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu a respeito de uma catastrófica epidemia de influenza (gripe). Segundo o jargão dos especialistas em epidemias, há 37 anos a humanidade encontra-se numa “fase interpandêmica”, no intervalo entre duas ondas de gripe de extensão mundial. As últimas duas – em 1957 e 1968 – causaram um milhão de mortos cada uma! A maioria das pessoas já não se lembra delas, o que não é de admirar: apesar de terem provocado tantas mortes, os especialistas as consideram “relativamente leves”.
Segundo técnicos do governo alemão, o resumo do cenário é: “As conseqüências poderiam ser desastrosas, com até 100 milhões de mortos... Para os especialistas, uma coisa está clara: nenhum outro fator levaria a tantas mortes em tão pouco tempo. Além disso, em contraste com outras doenças infecciosas, não há proteção, pois o vírus da gripe sofre mutações constantes”.
Klaus Stöhr, coordenador do departamento especial da OMS que cuida da influenza, diz: “Ninguém poderá impedir a próxima epidemia mundial de gripe, quando quer que aconteça!” Suas projeções máximas indicam, apenas para a Alemanha: caso o vírus atinja a sociedade despreparada e a metade da população alemã seja contaminada, o que é bem possível, 600.000 pessoas teriam que ser internadas, das quais 160.000 morreriam.
“Há muito tempo”, adverte Stöhr, “a probabilidade de uma pandemia se propagar não era tão alta”. Desde a última, em 1968, a população aumentou muito, desloca-se mais e, principalmente na Ásia, vive em contato com aves e suínos suscetíveis à gripe. Desde 1977, por diversas vezes o vírus da gripe do frango contaminou seres humanos. Até agora, tem sido possível interromper rapidamente seu avanço. Se, porém, esse vírus se juntar a uma cepa humana de fácil propagação, ele poderia varrer o mundo como uma arma biológica de destruição em massa.
A OMS – sem alarmar a opinião pública mundial – já declarou o pré-alerta máximo. Em novembro de 2004, ela convocou virólogos, especialistas em saúde e diretores de laboratórios de todo o mundo para avaliar a crise. As conclusões foram preocupantes: “Infelizmente, estamos despreparados”, diz a ata. No caso de uma pandemia, haverá uma luta mundial para se obter medicamentos e vacinas para combater o vírus. Atualmente, leva-se cinco meses para desenvolver uma vacina apropriada para uma nova cepa de vírus. Então, a proteção será oferecida conforme as prioridades nacionais. O governo terá de decidir quem vai sobreviver e quem deve morrer! Caso se queira reduzir o número de mortes, as crianças e os jovens terão de ser vacinados primeiro. Se a intenção for garantir o funcionamento do Estado, policiais, soldados, políticos e administradores teriam de ser protegidos antes. A única certeza é que os médicos e enfermeiros teriam absoluta prioridade. Eles não poderão ser contaminados de forma nenhuma.
A capacidade mundial de produção desse tipo de vacina é atualmente de 300 milhões de unidades. Entretanto, seriam necessárias “bilhões” delas. Os locais de produção estão concentrados em nove países: Austrália, Canadá, Japão, EUA, França, Grã-Bretanha, Países Baixos e Alemanha. Outros países têm papel insignificante. É claro que os produtores cuidariam primeiro de si mesmos. Foi o que se mostrou quando ocorreu pela primeira vez a gripe suína nos EUA, em 1976. Os americanos proibiram imediatamente a exportação de vacinas e, assim, colocaram em risco os vizinhos canadenses. Em virtude disso, o Canadá logo se estruturou para começar uma produção própria. “Esse foi um caso de pouca gravidade em comparação com o que poderia ocorrer no futuro” (P.-D.)
O número dos infectados pela AIDS aumenta, os causadores de epidemias tornam-se cada vez mais resistentes e as novas descobertas são extremamente preocupantes. Calcula-se que apenas na Alemanha há em torno de 800.000 infectados pela hepatite C. Outras doenças e epidemias avançam e as advertências dos cientistas sobre possíveis pandemias se assemelham a romances de ficção científica. Não se trata de alarmismo, mas da realidade. O que Deus nos revelou na Bíblia a respeito dos juízos dos tempos finais torna-se cada vez mais provável e aproxima-se constantemente. Jesus referiu-se a eles como sinais da Sua volta, e o Apocalipse fala detalhadamente sobre eles. No que se refere à ameaça de uma epidemia de gripe, chama a atenção a seguinte afirmação: “Atualmente, leva-se cinco meses para desenvolver uma vacina apropriada para uma nova cepa de vírus”. O livro do Apocalipse fala duas vezes de um período de cinco meses quando trata da quinta trombeta:
“O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra, e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte. Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém. Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles. O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem; tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão; tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja; tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses; e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom” (Ap 9.1-11).
Será que essa descrição, além de outros significados, também poderia referir-se a uma epidemia de influenza? Sem dúvida, a fumaça que sobe e traz consigo uma espécie de gafanhotos, faz lembrar uma epidemia viral, que poderia levar muitas pessoas à morte. A duração de cinco meses poderia indicar a desesperadora busca por uma vacina.
Naturalmente sabemos, pelo contexto, que a quinta trombeta refere-se a uma invasão de demônios que atormentarão a humanidade. Eles certamente usarão de diversos recursos para isso, inclusive enfermidades e epidemias.
Sem dúvida essa mensagem não agrada aos homens que não têm mais interesse pela Bíblia. Apesar disso, ela é verdadeira. Deus virá para o juízo, e ai dos que forem Seus inimigos. Adversários de Deus são todos aqueles que ainda não são propriedade integral do Senhor Jesus. Por outro lado, através de Jesus Deus torna-se amigo dos que O aceitam.
Diante dos cenários apocalípticos, muitas pessoas entram em pânico, ficam amedrontadas e deprimidas. Outras simplesmente escondem a cabeça na areia e não querem saber do que acontece à sua volta, fecham-se e não se deixam abalar. Já outras são indiferentes, argumentando: “A volta de Jesus ainda pode demorar muito. Há séculos já se dizia as mesmas coisas”. Sem dúvida, todas as gerações passadas usaram esse argumento e o mesmo será dito pela geração que efetivamente viverá nos tempos finais. Outro grupo se rebela e luta contra a verdade bíblica, combatendo qualquer argumento cristão com zombarias ou evasivas “intelectuais”, rejeitando os alertas como sendo tentativas de criar pânico ou conversa de sectários.
Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). O único caminho para escapar do desastre do nosso tempo é Jesus Cristo. Quem se converte a Ele encontra consolo eterno em meio à inquietação que nos aflige. Para os que crêem em Jesus Cristo há uma boa-nova da parte de Deus: podemos aguardar “dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1 Ts 1.10). “...porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.9).
A ira de Deus começará com a abertura dos juízos apocalípticos anunciados – mas aqueles que estão em Jesus serão guardados. Isso não significa, entretanto, que tais pessoas não poderão adoecer, mas que, em meio à aflição, serão sustentadas por Cristo através de uma esperança viva. Por isso, ninguém deveria entrar em pânico, nem esconder-se atrás de desculpas e da indiferença, mas aceitar a esperança oferecida em Jesus Cristo. (Norbert Lieth
HIPNOSE- A Porta para o Ocultismo
HIPNOSE Porta Para o Ocultismo Martin e Deidre Bobgan |
A popularidade da hipnose
Durante estes dias de um suposto grande estresse e pressão, [alega-se que] a hipnose estaria pronta a oferecer cura para as massas. A hipnose... [seria] uma ferramenta terapêutica que os profissionais de saúde [poderiam] tirar do baú para lutar contra o vício do fumo ou problemas de obesidade; para administrar os problemas de ansiedade, medos e fobias; para curar dor; superar depressão; melhorar a vida sexual das pessoas; para curar males tais como a asma e a febre; enfrentar quimioterapia sem sentir náuseas; para curar ferimentos mais rapidamente; e para aumentar as notas na escola. Além disso, ...a hipnose [poderia ser usada] como parte do processo terapêutico para reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos, para acelerar a recuperação do paciente, e para reduzir o desconforto pós-operatório. Dentistas [poderiam] usar técnicas hipnóticas em conjunto com óxido nitroso com o propósito de relaxar os pacientes, minimizar dor e hemorragia, e controlar a rejeição do paciente ao anestésico durante as intervenções.
A parte mais triste disso tudo é que alguns cristãos desavisados estão dispostos a "tentar" a hipnose. Uma propaganda em um jornal, publicada por uma Clínica Hipnoterápica (existe até uma "Sociedade Americana para Hipnose Clínica"), fez algumas afirmações incríveis que indicam como a técnica de hipnose realmente não é bíblica (i.e., da Nova Era):
A hipnose é o método mais efetivo de mudar a sua maneira de pensar, sentir e agir. Quando você alinha a sua mente subconsciente – sua voz interior – com sua mente consciente, você apaga crenças conflitantes que o restringem. Você pode então avançar, sem sabotar a si mesmo. As técnicas da clínica hipnótica guiam você a um estado de mente relaxado e pacífico. Você mantém total controle enquanto aprende a usar o poder de toda a sua mente a fim de criar um desejo forte de atingir o seu alvo. Você pode mudar a sua vida.
A hipnose não é algo novo. Ela já tem sido usada durante milhares de anos por feiticeiros, médiuns espíritas, xamãs, hindus, budistas e iogues. Mas a popularidade crescente do uso da hipnose para a cura no mundo secular tem influenciado muitos na Igreja a aceitarem a hipnose como um meio de tratamento. Há médicos, dentistas, psiquiatras e psicólogos, não-cristãos e cristãos professos, que recomendam e usam a hipnose.
Violentação da vontade
Ainda que um hipnotizador possa produzir somente um transe leve ou médio, ele não pode impedir alguém hipnotizado de entrar espontaneamente na zona de perigo, a qual pode incluir um senso de separação do corpo, uma aparente clarividência, alucinação, estados místicos similares aos descritos pelos místicos orientais, e até o que o pesquisador de hipnotismo Ernest Higard descreve como "possessão demoníaca". Nós argumentaríamos que a hipnose pertence ao oculto em qualquer nível de transe, mas quando ela se aprofunda em seus níveis, a hipnose está indubitavelmente ligada ao ocultismo.
Há controvérsias sobre se um hipnotizador pode ou não levar uma pessoa a fazer alguma coisa contra a sua própria vontade. Muitos hipnotizadores dizem categoricamente que a vontade não pode ser violada. Mas a evidência aponta em outra direção. A hipnose aumenta a capacidade de uma pessoa ser sugestionada a tal ponto que o sujeito crerá quase qualquer coisa que o hipnotizador lhe disser – até mesmo ao ponto de ter uma alucinação mediante a sugestão do hipnotizador. Durante a hipnose, as habilidades críticas de uma pessoa são reduzidas de tal forma a ponto de criar o que tem sido chamado de "transe lógico", o que aceita, sem discernimento, aquilo que normalmente pareceria irracional, ilógico e incompatível.
Pelo fato de quase qualquer coisa parecer plausível para alguém no estado de transe, é possível para uma pessoa hipnotizada agir contra a sua vontade, ou seja, fazer o que não faria se estivesse fora do estado hipnótico. A hipnose passa por cima da vontade ao colocar a responsabilidade do lado de fora da escolha objetiva, racional e crítica. Com as habilidades normais de avaliação submergidas, a sugestibilidade aumentada, e as restrições racionais reduzidas, a vontade estará seriamente impedida e, no mínimo, aberta para ser violada.
"Memórias" do passado e previsões do futuro
Um uso popular da hipnose tem sido o da procura da memória para "voltar até a infância". Alguns pacientes inclusive descrevem suas experiências do que eles crêem ser sua vida no ventre da mãe e seu nascimento subseqüente (isto é impossível, entretanto, por causa do fato científico neurológico de que a mielina do cérebro pós-natal é incapaz de guardar tais memórias). Outros ainda descrevem algum tipo de estado desincorporado e, então, o que eles identificam como sendo suas vidas passadas e antigas identidades. Quanto disso é criado pelo aumento da sugestibilidade, imaginação irrestrita, transe alucinógeno ou intervenção demoníaca não pode ser determinado! Além disso, a Bíblia claramente contradiz a noção de vidas passadas e reencarnação – "...aos homens está ordenado morrerem uma só vez" (Hb 9.27).
A hipnose nem mesmo é confiável para recordar coisas recentes. O que é "lembrado" sob o efeito da hipnose tem sido muitas vezes criado, reconstruído ou melhorado durante o estado de alta sugestibilidade. Pesquisas indicam que depois de hipnose, a pessoa é incapaz de distinguir entre uma recordação verdadeira e o que imaginou ou criou sob o efeito da sugestão. Muito provavelmente, a hipnose trará à luz falsas impressões como se fossem eventos verdadeiros do passado (indivíduos podem e muitas vezes mentem durante a hipnose!). É mais provável então que a hipnose mais contamine a memória do que ajude a pessoa a lembrar o que realmente aconteceu.
Além da terapia hipnótica das vidas passadas, alguns praticantes estão fazendo agora terapia hipnótica da vida futura. A pessoa hipnotizada supostamente vê os futuros eventos, resolve assassinatos, revela os destinos futuros de personalidades bem conhecidas, etc. Alguém envolvido nessa viagem hipnótica deve perguntar a si mesmo: "Onde está a linha de demarcação entre o demoníaco e o divino, entre a esfera de Satanás e a da ciência? Em que ponto a porta das trevas se abre e o diabo conquista uma fortaleza na alma?"
Rótulos científicos
Pelo fato de alguns médicos e psicólogos usarem a hipnose, a maioria crê que ela seja algo médico e, portanto, científico. O rótulo de "médica" antes da palavra hipnose dá a impressão de que a hipnose é benevolente e segura. Até mesmo alguns cristãos famosos alegam que a hipnose pode ser de ajuda se praticada por médicos cuja intenção seja boa e não má (apesar da hipnose ter sido investigada através de meios científicos, e existirem alguns critérios mensuráveis sobre o transe em si mesmo, a hipnose não é uma ciência).
Ninguém sabe exatamente como a hipnose "funciona", além do óbvio "efeito placebo" – o uso bem-sucedido do "falso feedback" (falsa realimentação) da mesma maneira como o "feedback" é usada em técnicas ocultas comuns à acupuntura, biofeedback e psicoterapia. Mas combinar a palavra hipnose com a palavra terapia não transforma essa prática oculta em científica. Um paletó branco pode ser uma roupa bem mais respeitável do que penas e caras pintadas, mas as coisas básicas permanecem as mesmas. A hipnose é hipnose, mesmo que seja chamada de hipnose médica, hipnoterapia, auto-sugestão, ou qualquer outra coisa. A hipnose nas mãos de um médico é tão científica quanto uma forquilha para procurar água nas mãos de um engenheiro civil.
Transes que ocorrem mediante a ação de médicos não são significantemente diferentes da hipnose do ocultismo. Nos seus artigos sobre hipnose, os quais são usados em escolas de medicina, dois renomados pesquisadores afirmam categoricamente: "O leitor não deveria se confundir pela suposta diferença entre hipnose, zen, ioga e outras metodologias orientais de cura. Ainda que os rituais de cada uma difiram uns dos outros, eles são fundamentalmente a mesma coisa." Só porque a hipnose é usada por um médico não significa que ela esteja livre de sua natureza ocultista. Mais e mais praticantes de medicina estão sendo influenciados por essas antigas práticas médicas do ocultismo. O movimento de cura holística tem casado, com muito sucesso, a medicina ocidental com o misticismo oriental.
Transes hipnóticos auto-induzidos
Aqueles que poderiam se sentir um pouco nervosos com o fato de serem hipnotizados por outros, muitas vezes, tendem a se sentir seguros com a auto-hipnose (ainda que essas pessoas, em um transe hipnótico auto-induzido, possam ganhar um certo controle e exercitar algum grau de escolha, eles, mesmo assim, não retêm o seu meio normal de avaliação da realidade, e moderação racional). Mestres de auto-hipnose geralmente tentarão assegurar às pessoas que a hipnose é simplesmente a atenção enfocada, concentração aumentada, relaxamento, visualização e imaginação. No entanto, tais atividades são precisamente os meios para se entrar em transe. Além disso, eles continuam ligados em um nível diferente durante o transe. Ao imaginar que está deixando o corpo, a pessoa pode entrar em um transe com o tipo de alucinação e transe lógico de tal forma que realmente parece estar fora de seu corpo.
Um médico, ao ensinar auto-hipnose em uma classe, instruiu seus estudantes a entrarem em transe hipnótico, deixarem seus corpos, e então voltarem-se para explorar várias partes dos seus corpos. O propósito de tal exercício era o auto-diagnóstico e a cura de si mesmo. O ocultista Edgar Cayce também usou auto-hipnose para diagnosticar enfermidades e prescrever tratamentos. Portanto, a auto-hipnose pode ser uma atividade tão ocultista e demoníaca como um transe dirigido por um hipnotizador.
Hipnose e ocultismo
Em seu livro Peace, Prosperity and the Coming Holocaust (Paz, Prosperidade e o Futuro Holocausto), Dave Hunt faz algumas observações interessantes a respeito do porquê ele classificaria hipnose como parte do ocultismo:
Uma razão para chamarmos a hipnoterapia de um ritual religioso é o fato de que ela produz efeitos misteriosos que deixarão totalmente confundido um investigador que a analise como ciência; (1) sob hipnose administrada por psiquiatras, pessoas que nunca tiveram contato com OVNIs podem ser estimuladas a "lembrarem-se" de um rapto por um OVNI que coincide em detalhes com aqueles descritos por outros que supostamente foram raptados por eles; (2) a hipnose também leva a ter "memórias" espontâneas de vidas passadas e futuras, com mais ou menos um quinto delas envolvendo uma existência em outros planetas; (3) o transe hipnótico também duplica as experiências que são comuns sob o estímulo de drogas psicodélicas, meditação transcendental, e outras formas de ioga e meditação orientais; (4) a hipnose também cria poderes psíquicos espontâneos, clarividência, experiências fora do corpo, e todo um espectro de fenômenos ocultos; e (5) a experiência da chamada morte clínica (quase-morte) é também produzida sob hipnose.
Duas conclusões que a maioria dos investigadores acha muito desagradáveis, mas que parecem ser inescapáveis são as seguintes: (1) há uma origem comum por detrás de todos os fenômenos ocultos, incluindo OVNIs, que parece estar hábil e deliberadamente orquestrando uma fraude inteligente para seus próprios propósitos; e (2) a hipnose, ou o poder da sugestão, está no coração desse esquema de fenômenos ocultos.
A conexão entre a hipnose e o misticismo oriental é evidente. Nas várias profundidades do transe hipnótico, pacientes descrevem experiências que são idênticas a da consciência cósmica e auto-realização induzidas pelo transe da ioga. Eles primeiro experimentam uma paz profunda, depois a separação do corpo, depois a liberação de sua própria e pequena identidade a fim de fundirem-se com o Universo, e o sentimento de que eles são tudo e não têm qualquer limitação para o que podem experimentar ou se tornar. Por exemplo, uma consciência de ser deus "na qual o tempo, o espaço e o ego são supostamente transcendentes, mergulhando na pura consciência do nada primal do qual toda a criação existente tem sua origem."
A hipnose começou como parte do ocultismo e da religião falsa. A Bíblia fala fortemente contra todas as práticas das falsas religiões e do ocultismo. Deus deseja que o Seu povo, com suas necessidades, se volte para Ele, e não para aqueles que praticam feitiçaria, adivinhação ou encantamento. Ele avisa Seu povo para não seguir médiuns, mágicos, encantadores, feiticeiros, e aqueles que consultam os mortos (Deuteronômio 18.9-14). A hipnose, tal como é praticada hoje, pode muito bem ser a mesma coisa que é identificada na Bíblia como "encantamento" (Levítico 19.26).
No hipnotismo, a fé é transferida de Deus e de Sua Palavra para o hipnotizador e sua técnica. Deus fala ao Seu povo através da mente consciente e racional. Ele criou os indivíduos como criaturas que fazem escolhas conscientes e volitivas. Ele enviou o Seu Santo Espírito para habitar nos cristãos a fim de capacitá-los a confiar nEle e obedecer-Lhe através do amor e da escolha consciente. A hipnose, por outro lado, opera na base da imaginação, ilusão, alucinação e engano. Jesus alertou Seus seguidores contra o engano. Depois que uma pessoa abre a sua mente para o engano através da hipnose, ela pode se tornar muito mais vulnerável a outras formas de fraude espiritual.
A hipnose pode gerar as imitações satânicas do exercício da verdadeira religião. Se a hipnose gera qualquer forma de fé e adoração que não é dirigida diretamente para o Deus da Bíblia, qualquer pessoa que se submete ao hipnotismo pode estar fazendo o papel de prostituta na esfera espiritual (veja Lv 19.26,31; 20.6,27; Dt 18.9-14; 2 Rs 21.6; 2 Cr 33.6; Is 47.9-13; Jr 27.9).
O hipnotismo é, na melhor das hipóteses, potencialmente perigoso, e, no pior dos casos, demoníaco. No pior caso, ele abre um indivíduo para experiências psíquicas e de possessão satânica. Quando os médiuns entram em transe hipnótico e contatam os "mortos‘, quando os clarividentes revelam informações que eles não poderiam conhecer de forma alguma, quando os prognosticadores, através de auto-hipnose, revelam o futuro, certamente Satanás está agindo.
Conclusão
Devido a todas essas razões: porque a hipnose tem sempre sido uma parte integral do ocultismo, porque ela não é uma ciência, por causa dos seus conhecidos efeitos maléficos, e por causa de sua fraude espiritual, o cristão deve evitá-la completamente, até mesmo por motivos "médicos". É óbvio que a hipnose é letal se usada com propósitos maus. No entanto, nós argumentamos que a hipnose é potencialmente letal seja para qualquer propósito que for usada. No momento em que alguém se rende à porta do ocultismo, mesmo em nome da "ciência" e da "medicina", ele se torna vulnerável aos poderes das trevas. (Adaptação de trechos do livro "Hypnosis and the Christian" – Traduzido por Ebenezer Bittencourt.)
24 setembro 2011
Tempos Dificeis- Martin e Deidre Bobgan
Tempos Difíceis
Os cristãos estão vivendo tempos difíceis. Descontentamento, decepção, desconforto, desencorajamento, desespero, depressão, divórcio, discórdia, desdém, desgosto, dissensão e desobediência são bastante comuns entre os que foram chamados para dar testemunho da glória de Deus e para refletir a imagem de Cristo. Muitos cristãos têm buscado conselheiros profissionais e psicólogos para ajudá-los a resolver os problemas da vida, mas esses problemas parecem estar aumentando.Os "consumidores" cristãos carregados de problemas também podem escolher entre uma grande quantidade de produtos: livros, conferências e grupos de auto-ajuda – mas os problemas continuam se multiplicando. Quanto mais se trata dos problemas, mais as pessoas se tornam centradas neles. Até aqueles que tentam resolver os problemas da vida com princípios bíblicos, muitas vezes acabam se envolvendo tanto nesses problemas que não alcançam a raiz da dificuldade real. O tratamento dos problemas freqüentemente alcança somente os sintomas superficiais, apenas substituindo-os por outros sintomas. Alguns cristãos vivem de crise em crise. Outros carregam um peso que parece ficar mais e mais pesado com o passar dos anos.
Nunca houve tantos livros disponíveis para os cristãos na sua busca da família perfeita, do casamento perfeito e da vida perfeita. Não obstante, muitos cristãos falham em refletir a imagem de Cristo em sua família, no casamento e na vida. Será que as dificuldades que os cristãos enfrentam estão relacionadas com o fato deles estarem vivendo naqueles tempos difíceis sobre os quais Paulo alertou a Timóteo? "Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas..." (2 Tm 3.1-2). A Edição Revista e Corrigida diz:"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos..."
As pessoas estão perecendo por causa do amor – do amor a si próprias. Elas foram ensinadas pelos especialistas modernos em psicologia que deveriam amar a si mesmas. Elas ouviram que, a menos que se amassem, elas não poderiam amar aos outros. Pregadores e outras pessoas bem-intencionadas fizeram ecoar as palavras: "você precisa se amar". Conselheiros e televangelistas insistiram: "Ame-se! Goste de si mesmo! Honre-se! Você merece!" Cada vez mais essas tentações de auto-comiseração ou exaltação do ego são sutil e facilmente aceitas pelas pessoas, pois o coração é enganoso (Jr. 17.9).
Mas, observe o que procede de pessoas que são "amantes de si mesmas". Esses homens "egoístas" são: "avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (2 Tm 3.2-4).
Uma rápida observação das palavras que seguem "amantes de si mesmas" revela um estado de vida bastante pecaminoso, assim como atitudes e atos pecaminosos. Tal amor a si próprio é tão poderoso que os "amantes de si mesmos" são "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus". E isso está em profunda contradição com o Grande Mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.36-39).
Enquanto que os propagadores do amor a si próprio tentam ler um terceiro mandamento (ame-se a si mesmo) nessa passagem das Escrituras, Jesus deixou claro que estava falando de apenas dois mandamentos, pois disse: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22.40). Não há nas Escrituras um mandamento para amar a si mesmo.
Os homens são infelizes e sofrem com os problemas da vida porque se tornaram "amantes de si mesmos" e "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus". A inclinação pecaminosa do ser humano é amar a si mesmo mais do que a Deus e às outras pessoas. O egoísmo se agarra à natureza humana e produz inveja, luxúria, orgulho, arrogância, desrespeito por Deus, desobediência aos pais, falta de gratidão, engano, provocando tanto a paixão pelos seus próprios caminhos quanto a contenda por causa deles. Ele leva também a falsas acusações, que são exageradas, já que as pessoas têm sido encorajadas a culpar seus pais, as circunstâncias, e a qualquer outra coisa, menos a si mesmas, pela sua condição de vida.
Será que as pessoas estão tentando desenvolver-se, melhorando a si mesmas e às circunstâncias em que vivem, sem tocar na raiz do problema? Será que o amor a si próprio está escondido sob os mais benevolentes gestos e por trás das orações mais fervorosas? Que tipo de crescimento pessoal as pessoas estão procurando? O crescimento pessoal que vai aumentar sua auto-estima, ou o crescimento pessoal que envolve negar a si mesmo e tomar a sua cruz? O crescimento pessoal que vai confirmar o valor de seus próprios egos, ou o que as tornará semelhantes à imagem de Cristo?
Ambas as formas de crescimento, tanto a que se inclina para o amor a si mesmo quanto a que se inclina para amar a Deus, têm um custo elevado. Amar a si mesmo mais do que amar a Deus leva a uma perda espiritual, mas amar a Deus com todo o seu ser leva a negar o "eu" e faz com que o efeito mortal da cruz se faça sentir contra o velho homem (aquele "eu" ao qual muitos de nós ainda estão agarrados e amam), que deve ser considerado morto (Rm 6).
Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?" (Lc 9.23-25).
O mesmo Deus que salva e santifica também ordenou que as boas obras sejam uma conseqüência natural da Sua obra: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.8-10). Essas boas obras incluem amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e a obediência a Ele, pois o amor a Deus é expresso obedecendo-Lhe e amando-se uns aos outros. Uma pessoa não é salva nem se santifica pelas boas obras. Entretanto, as boas obras são conseqüência do que Deus já fez e continua a fazer. Por isso, Paulo diz: "Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.12-13).
Além disso, todas essas coisas devem ser feitas sem murmurações nem contendas (Fp 2.14), ou seja, sem reclamar ou discutir com Deus sobre as circunstâncias da vida e como proceder na presença dEle.
Por toda a caminhada cristã há o despojar-se dos velhos caminhos (do velho homem com suas paixões enganosas) e o revestir-se do novo homem, "criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade" (Ef 4.24).
Essa é a caminhada diária do cristão. Despojar-se do velho homem é o equivalente a negar a si mesmo, e revestir-se do novo homem envolve tomar sua cruz e seguir a Cristo.
Se bem que muitos cristãos podem concordar em princípio, quantos estão fazendo isso diariamente, momento após momento? Quantos de nós estão confiando no Senhor o suficiente para tomarmos a nossa cruz, reconhecendo-O em todos os nossos caminhos e deixando-O afastar-nos do amor-próprio para amá-lO de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a força, amando-nos uns aos outros tanto quanto nós já nos amamos a nós mesmos? Cada dia é cheio de oportunidades para amar a Deus ou para amar o "eu" em primeiro lugar. Qual vamos escolher? (Martin e Deidre Bobgan, PsychoHeresy Awareness Letter 3-4/2000 – traduzido por Jarbas Aragão -
Raízes do Conflito em GAZA
Diante dos recentes e explosivos acontecimentos em Gaza, o mundo precisa entender as raízes desse eterno conflito, do contrário, estaremos todos nos enganando com falsas esperanças de paz.
Durante décadas, os árabes têm exigido que Israel acabe com a “ocupação” e, em 2005, Israel fez isso, retirando-se de Gaza unilateralmente. Uma vez atendidas todas as exigências, não havia mais nenhum “ciclo de violência” ao qual revidar, nenhuma justificativa para qualquer coisa que não fosse paz e prosperidade. Com sua excelente localização e belas praias no Mediterrâneo oriental, uma Gaza pacífica e próspera poderia ter-se tornado outra Hong Kong – um brilhante centro comercial. Mas, em vez de escolherem a paz, os palestinos escolherem a jihad islâmica. Eles levaram seus lança-foguetes para a fronteira e começaram a bombardear civis israelenses.
Para entender as razões que levam os palestinos a escolherem a violência em lugar da paz é preciso fazer a ligação entre o comportamento das nações muçulmanas e o conjunto de leis do Islã: a sharia. Os livros oficiais sobre a sharia definem jihad como: “fazer guerra contra os não-muçulmanos para estabelecer a religião”. (Sharia Shafi’i o9.0). Fazer a jihad não é apenas o dever de todo muçulmano como indivíduo; é também o principal dever do chefe de Estado muçulmano (o califa).
O xeque Maolana Maududi, um dos mais eminentes eruditos islâmicos do século XX, declarou:
Nenhum líder muçulmano sobrevive numa nação muçulmana se anunciar o fim da jihad contra os países não-muçulmanos e disser que todas as referências à jihad na lei islâmica não se aplicam mais nos dias de hoje. Tratar países e indivíduos não-muçulmanos como iguais, respeitando-os e mantendo a paz, sem tentar convertê-los ao Islamismo, é uma atitude que contraria a lei islâmica.
Os líderes muçulmanos que se atrevem a ir contra essa ideologia são chamados de traidores e fantoches do “Grande Satanás” ocidental. Nenhum líder muçulmano quer esse tipo de rótulo. Ao assinar o tratado de paz com Israel, em 1979, o então presidente do Egito, Anwar Sadat, confidenciou a pessoas próximas que sabia estar assinando sua própria sentença de morte. Ele compreendia muito bem que, de acordo com a sharia, deveria estar em guerra permanente contra a não-muçulmana nação de Israel.
Como um líder ou indivíduo muçulmano pode desprezar as centenas de ordens para que os muçulmanos matem judeus e cristãos contidas na Hadith e no Corão?
Muitos muçulmanos afirmam que árabes e judeus conviveram bem durante muitos anos, antes de 1948. Mas essa afirmação ignora o fato de que os judeus tinham que viver como “dhimmis” debaixo da lei islâmica (sharia) e nunca lhes foi permitido governarem a si mesmos fora da sharia. Quando os muçulmanos estavam fracos, normalmente tratavam bem seus dhimmis e ignoravam as ordens para matá-los, subjugá-los e humilhá-los. Mas o ódio aos judeus é inerente às escrituras islâmicas – que não admitem reforma, sob pena de morte.
Essa é a verdadeira base do conflito árabe/israelense: não é um conflito por causa de terra ou de ocupação, mas uma obrigação divina de destruir a vizinha nação (não-muçulmana) de Israel, onde os judeus não são mais dhimmis, mas têm a liberdade de governarem a si mesmos. Não podemos ignorar o fato de que a raiz do problema está nas escrituras muçulmanas. Essa é a verdadeira força motriz por trás da máquina de ódio e propaganda jihadista contra os judeus no mundo muçulmano.
Alguns muçulmanos já me disseram que não acreditam na sharia e me perguntam por que faço tanto estardalhaço em torno disso. Minha resposta é que a sharia é a lei nacional em 54 países muçulmanos, e muitos grupos muçulmanos estão exigindo sua implantação no Ocidente. Em 1990, 45 países muçulmanos assinaram a Declaração do Cairo sobre os Direitos Humanos no Islã, que estabelece a primazia da sharia em relação à Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
O mundo muçulmano precisa examinar detidamente suas leis e escrituras sagradas, seus sermões, ensinos e pregações, e remover os obstáculos para a paz que o tem condenado a um permanente estado de jihad. E o mundo não-muçulmano não deve alimentar ilusões. (Nonie Darwish, extraído de www.FrontPageMagazine.com - http://www.beth-shalom.com.br)
Durante décadas, os árabes têm exigido que Israel acabe com a “ocupação” e, em 2005, Israel fez isso, retirando-se de Gaza unilateralmente. Uma vez atendidas todas as exigências, não havia mais nenhum “ciclo de violência” ao qual revidar, nenhuma justificativa para qualquer coisa que não fosse paz e prosperidade. Com sua excelente localização e belas praias no Mediterrâneo oriental, uma Gaza pacífica e próspera poderia ter-se tornado outra Hong Kong – um brilhante centro comercial. Mas, em vez de escolherem a paz, os palestinos escolherem a jihad islâmica. Eles levaram seus lança-foguetes para a fronteira e começaram a bombardear civis israelenses.
Os livros oficiais sobre a sharia definem jihad como: “fazer guerra contra os não- muçulmanos para estabelecer a religião”. |
Um califa muçulmano tem a incumbência de levar seu povo à guerra e comandar a jihad ofensiva e agressiva. Ele deve organizar a jihad contra qualquer governo não-muçulmano que impeça a da’wah (pregação e disseminação do Islamismo) muçulmana em seu país. (Lei Shafi’i 25.0 a 25.9).O artigo 25.9 da sharia estabelece:
(Quando o califa nomeia um governante para uma região), se a área faz fronteira com terras inimigas, (ele deve) empreender a jihad contra os inimigos, dividindo os despojos da batalha entre os combatentes e separando um quinto para pessoas que mereçam.E também:
O califa deve fazer guerra contra judeus, cristãos e zoroastristas até que estes se tornem muçulmanos ou então paguem o imposto individual de não-muçulmanos, desde que, primeiramente, lhes tenha dado a opção de abraçar o Islamismo ou pagar o jizya, o imposto individual para não-muçulmanos (em concordância com a palavra de Alá, o Altíssimo, capítulo 9, verso 29).Zia-Ul-Haq, ex-presidente do Paquistão, afirmou que “a jihad, em seu aspecto de guerra, é uma responsabilidade coletiva da Ummah (comunidade) muçulmana.
O xeque Maolana Maududi, um dos mais eminentes eruditos islâmicos do século XX, declarou:
O Islã deseja destruir todos os Estados e governos que se oponham à ideologia e ao programa do Islã em toda a face da terra, independentemente do país ou nação onde isso aconteça. O propósito do Islã é implantar um Estado com base em sua própria ideologia e programa... o objetivo da jihad islâmica é eliminar o controle de qualquer sistema não-islâmico e estabelecer em seu lugar um governo islâmico. O Islã não tem intenção de restringir sua revolução a um único Estado ou a alguns poucos países; o objetivo do Islã é realizar uma revolução mundial.Algumas pessoas parecem pensar que essas leis são apenas relíquias históricas que só existem nos livros, mas não na prática ou na mente dos muçulmanos. Entretanto, esse é o tipo de negação da realidade a que não podemos nos permitir; essas leis controlam o coração, a mente e as ações da maioria dos indivíduos e Estados muçulmanos existentes no mundo de hoje. Essas passagens escriturísticas são ensinadas, pregadas e promovidas como a inquestionável e eterna palavra de Deus, e sua divulgação é financiada pelos petrodólares sauditas em todo o mundo, inclusive em nações ocidentais como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.
Como um líder ou indivíduo muçulmano pode desprezar as centenas de ordens para que os muçulmanos matem judeus e cristãos contidas na Hadith e no Corão? |
Os líderes muçulmanos que se atrevem a ir contra essa ideologia são chamados de traidores e fantoches do “Grande Satanás” ocidental. Nenhum líder muçulmano quer esse tipo de rótulo. Ao assinar o tratado de paz com Israel, em 1979, o então presidente do Egito, Anwar Sadat, confidenciou a pessoas próximas que sabia estar assinando sua própria sentença de morte. Ele compreendia muito bem que, de acordo com a sharia, deveria estar em guerra permanente contra a não-muçulmana nação de Israel.
Como um líder ou indivíduo muçulmano pode desprezar as centenas de ordens para que os muçulmanos matem judeus e cristãos contidas na Hadith e no Corão?
Q 9.29: Combatei aqueles que não crêem em Alá e no Dia do Juízo Final e que não se abstêm do que Alá e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que, submissos, paguem o Jizya.Um líder muçulmano não tem como enfrentar seus devotos súditos muçulmanos se tomar a decisão de estabelecer relações de amizade e paz com os judeus. Afinal, as mesquitas de todo o Oriente Médio recitam as ordens dadas por Maomé a todos os muçulmanos:
Q 9.5: Mas quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os incrédulos onde quer que os acheis.
Q 47.4: E quando vos enfrentardes com os incrédulos (em batalha), golpeai-lhes os pescoços.
A Hora (Ressurreição) não chegará até que os muçulmanos lutem contra os judeus e os matem. E os judeus se esconderão atrás de rochas e árvores, e a rocha e a árvore dirão: Ó muçulmano, ó servo de Alá, há um judeu atrás de mim; vem e mata-o! (Sahih Muçulmano 41:6985; também Sahih Bukhari 4:52:177)Essa Hadith emitida por Maomé torna ilegal a existência de todo um grupo de pessoas. Ela foi promulgada no século VII, e não depois de 1948, quando o Estado de Israel foi criado. Ela não é uma reação provocada por desgraças recentes; é um mandamento permanente.
Muitos muçulmanos afirmam que árabes e judeus conviveram bem durante muitos anos, antes de 1948. Mas essa afirmação ignora o fato de que os judeus tinham que viver como “dhimmis” debaixo da lei islâmica (sharia) e nunca lhes foi permitido governarem a si mesmos fora da sharia. Quando os muçulmanos estavam fracos, normalmente tratavam bem seus dhimmis e ignoravam as ordens para matá-los, subjugá-los e humilhá-los. Mas o ódio aos judeus é inerente às escrituras islâmicas – que não admitem reforma, sob pena de morte.
Essa é a verdadeira base do conflito árabe/israelense: não é um conflito por causa de terra ou de ocupação, mas uma obrigação divina de destruir a vizinha nação (não-muçulmana) de Israel, onde os judeus não são mais dhimmis, mas têm a liberdade de governarem a si mesmos. Não podemos ignorar o fato de que a raiz do problema está nas escrituras muçulmanas. Essa é a verdadeira força motriz por trás da máquina de ódio e propaganda jihadista contra os judeus no mundo muçulmano.
Alguns muçulmanos já me disseram que não acreditam na sharia e me perguntam por que faço tanto estardalhaço em torno disso. Minha resposta é que a sharia é a lei nacional em 54 países muçulmanos, e muitos grupos muçulmanos estão exigindo sua implantação no Ocidente. Em 1990, 45 países muçulmanos assinaram a Declaração do Cairo sobre os Direitos Humanos no Islã, que estabelece a primazia da sharia em relação à Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.
O mundo muçulmano precisa examinar detidamente suas leis e escrituras sagradas, seus sermões, ensinos e pregações, e remover os obstáculos para a paz que o tem condenado a um permanente estado de jihad. E o mundo não-muçulmano não deve alimentar ilusões. (Nonie Darwish, extraído de www.FrontPageMagazine.com - http://www.beth-shalom.com.br)
Nonie Darwish é americana de origem árabe/muçulmana. Escritora independente e palestrante, administra o site www.arabsforisrael.com.
A parábola da Rosa
Assim que ela soltou seu primeiro botão que em breve desabrocharia, o homem notou espinhos sobre o talo e pensou consigo mesmo: "como pode uma flor tão bela vir de uma planta rodeada de espinhos?"
Entristecido com o fato, ele se recusou a regar a roseira e, antes mesmo de estar pronta para desabrochar a rosa morreu.
Isso acontece com muitos de nós com relação à nossa semeadura.
Plantamos um sonho e, quando surgem as primeiras dificuldades, abandonamos a lavoura.
Fazemos planos de felicidade, desejamos colher flores perfumadas e, quando percebemos os desafios que se apresentam, logo desistimos e o nosso sonho não se realiza.
Os espinhos são exatamente os desafios que se apresentam para que possamos superá-los.
Se encontramos pedras no caminho é para que aprendamos a retirá-las e, dessa forma, nossos músculos se tornem mais fortes.
Não há como chegar ao topo da montanha sem passar pelos obstáculos naturais da caminhada. E o mérito está justamente na superação desses obstáculos.
O que geralmente ocorre é que não prestamos muita atenção na forma de realizar nossos objetivos e, por isso, desistimos com facilidade e até justificamos o fracasso lançando a culpa em alguém ou em alguma coisa.
O importante é que tenhamos sempre em mente que se desejamos colher flores, temos que preparar o solo, selecionar cuidadosamente as sementes, plantá-las, regá-las sistematicamente e, só depois, colher.
Se esperamos colher antes do tempo necessário, então a decepção surgirá.
Se temos um projeto de felicidade, é preciso investir nele. E considerar também a possibilidade de mudanças na estratégia.
Se, por exemplo, desejamos um emprego estável, duradouro, e não estamos conseguindo, talvez tenhamos que rever a nossa competência e nossa disposição de aprender.
Não adianta jogar a culpa nos governantes nem na sociedade, é preciso, antes de tudo, fazer uma avaliação das nossas possibilidades pessoais.
Se desejamos uma relação afetiva duradoura, estável, tranqüila, e não conseguimos, talvez seja preciso analisar ou reavaliar nossa forma de amar.
Quando os espinhos de uma relação aparecem, é hora de pensar numa estratégia diferente, ao invés de culpar homens e mulheres ou a agitação da vida moderna, ou simplesmente deixar a rosa do afeto morrer de sede.
Há pessoas que, como o homem que deixou a roseira morrer, deixam seus sonhos agonizarem por falta de cuidados ou diminuem o seu tamanho. Vão se contentando com pouco na esperança de sofrer menos.
Mas o ideal é estabelecer um objetivo e investir esforços para concretizá-lo.
Se no percurso aparecer alguns espinhos, é que estamos sendo desafiados a superar, e jamais a desistir.
***
Quem deseja aspirar o perfume das rosas, terá que aprender a lidar com os espinhos.
Quem quer trilhar por estradas limpas, terá que se curvar para retirar as pedras e outros obstáculos que surjam pela frente.
Quem pretende saborear a doçura do mel, precisa superar eventuais ferroadas das fabricantes, as abelhas.
Por tudo isso, não deixe que nenhum obstáculo impeça a sua marcha para a conquista de dias melhores.
16 setembro 2011
a arte cibernética de segunda ordem
Uma das questões chave da arte contemporânea, especificamente no campo das artes visuais, é: "o que é exatamente new media art”? Talvez seja extemporâneo ressuscitar a fadada pergunta, já que analistas e praticantes dessa forma de expressão vêm por décadas explicando o termo à exaustão, criando guarda-chuvas conceituais, topologias remodeladas e conceitos pessoais. Ao invés de começar com um conjunto de observações e tentar subordiná-las a uma lei ordenadora, os agentes que perambulam na fronteira da new media art preferiram gerar categorias não definidas (ou mal definidas), refugiando-se em recantos neutros e desviando-se de possíveis ataques. Enquanto isso, a crítica se especializa; ou se omite.
É possível, ao menos no Brasil, que o gueto da arte tecnológica (outra expressão imprecisa) tenha sido formado ainda nas décadas de 60 e 70, no momento em que alguns artistas contemporâneos passaram a aplicar novas mídias e tecnologias em suas expressões. Era a época da holografia e da arte computacional elaborada por meio de computadores de grande porte, suportes ainda mal compreendidos por cientistas, o que não dizer dos artistas? É sempre bom lembrar que a proposta de Art and Technology, exposição promovida pelo Los Angeles County Museum of Art em 1969, foi mal recebida por muitos dos artistas convidados, pois implicava em colaboração dos últimos com engenheiros de diversas indústrias. Com o passar dos anos, os objetos técnicos foram assimilados no dia-a-dia das pessoas (e dos artistas), e passou a não fazer mais sentido a new media art se refugiar num canto do sistema das artes.
Neste sentido, a classificação ganhou flexibilidade o suficiente não a ponto de criar escolas, mas interpretações mais plausíveis. Obviamente, o que é chamado de new media art é, na verdade, arte visual contemporânea, com um toque a mais. É arte visual contemporânea, mas com uma diferença que faz a diferença, expressão de Bateson que está de acordo com várias outras colocações propositadamente ambíguas que, somadas umas às outras, podem criar eventualmente lacunas não vazias, esperando por explicativas. De qualquer forma, há filões variados. E o que aparentemente mais se ajusta a essa realidade estética pode ser simplesmente cunhado de “arte cibernética”. Mas antes de tudo, levanta-se a questão: o que é mesmo "cibernética"?
Cibernética: mera curiosidade histórica?
A história da cibernética é conhecida, mas por pouco não caiu no ostracismo. O que começou como uma nova tecnologia para previsão de percursos de mísseis balísticos, depois migrando para a ciência cognitiva e invadindo a seara da conversação humana, acabou tornando-se uma mera curiosidade histórica décadas depois de sua reestréia. Não é do escopo do presente texto relembrar uma rocambolesca parte da história do desenvolvimento técnico-científico, mesmo porque a própria história da cibernética é ambígua e controversa. Para se ter uma idéia, seus detratores costumam condicioná-la ao capitalismo “vencedor”, principalmente sob o manto de suas derradeiras manifestações: o liberalismo e a sociedade da vigilância (1) .
É sabido que o matemático estadunidense Norbert Wiener, procurador da palavra “cibernética” no século 20, tinha conexões com o complexo militar dos EUA, e suas idéias sobre controle, ao serem tomadas ao pé da letra, podem conotar um tipo de manipulação. Porém o controle sobre o qual Wiener se referia estava relacionado mais ao desvendamento de como os sistemas – orgânicos e inorgânicos – se regulam ou se auto-regulam do que como se dá o governo puro e simples de um navio ou uma nação; o controle seria, portanto, uma espécie de revelação de relações (analógicas, digitais, etc.) para erradicar automatismos. Além disso, o exercício mental despendido por ele na previsão de trajetórias de mísseis, por contraditório que isso possa parecer, acabou por atenuar a linearidade do pensamento cientifico, e inspirou mais tarde o desenvolvimento de modelos estocásticos, com os quais é possível não predizer um futuro inevitável (bomba X, alvo Y), mas um campo de possibilidades.
É de considerável importância o advento de idéias ulteriores ao advento da cibernética de primeira ordem, principalmente as reverberadas pela tríade Heinz von Foerster, Gordon Pask e Gregory Bateson. É do primeiro a sugestão para que a cibernética se descolasse do campo da física e passasse a incluir aspectos subjetivos nos circuitos fechados por sistemas orgânicos e inorgânicos. Desta feita, o observador não seria mais um agente passivo e o mundo invadiria seus limites protoplasmáticos, assim como não mais ele se esconderia atrás da cortina de sua reflexão interior. Na nova configuração, os mundos exteriores e interiores invadem-se, remodelam-se e imprimem sentidos sobre regiões supostamente fora de seus domínios.
Gordon Pask, um ciberneticista britânico mas, antes de tudo, um verdadeiro polimata do século 20, é responsável por estudos de como são formados os conceitos e quais os princípios que regem e dão coerência às conversações. São de fundamental importância suas idéias sobre predominâncias na transmissão de subjetividade: aparentemente, ela ocorre na esfera física, na junção entre sistemas nervosos de indivíduos biomecânicos; mas, na proposta de Pask, a carne é apenas o fio condutor de uma forma predominante de viabilidade da espécie, a saber, as idéias, chamadas por ele de “sistemas psicológicos”. Vê-se que, além de encarnar um cientista maluco, que fazia explodir computadores eletroquímicos em seu laboratório, Gordon Pask também trafegava com maestria na zona cinzenta que separa o sujeito do objeto. Ou os une.
A tríade se completa com o antropólogo britânico Gregory Bateson, idealizador da “ecologia de mentes”. A transferência da mente humana (da subjetividade, enfim) para o campo da natureza rendeu-lhe acusações de funcionalismo (2), pois supostamente a incorporação da cultura pela natureza transformaria homens em autômatos, movidos cegamente por leis biológicas e de mercado. Mas se o meio ambiente tem mais variedade que os indivíduos que nele atuam, por que não reconhecer as limitações da mente humana e a primazia da Grande Mente, que vem evoluindo desde os primórdios do universo? Afinal, no cabo-de-guerra ecológico, a natureza sempre vence no momento derradeiro. Apesar de imanente, o sujeito proposto por Bateson busca outras unidades básicas de sobrevivência que não sejam as determinadas pelo individualismo. E, para usar o exemplo clássico de detração à cibernética, ao cortar um tronco de madeira, o sujeito não está apenas exercitando seus músculos, mas completando uma observação com o intuito de concluir uma tarefa. Em suma, não está impondo uma forma, mas dialogando com a matéria.
As propostas dos três pensadores da Nova Cibernética refutam de forma elegante a Objetividade Clássica e, de quebra, erradicam resquícios materialistas e positivistas, para os quais não seriam possíveis percepções não mediadas, sem a participação do observador. A inclusão do sujeito foi, antes de tudo, um ato radical, parte de uma revolução não concluída, posto que morta prematuramente por falta de verbas. Mesmo as piores intrigas contra a cibernética, principalmente as que a associam ao utilitarismo, foram refutadas nas salas do Biological Computer Laboratory, um laboratório de inovação gerenciado por Heinz von Foerster na Universidade de Illinois, durante as décadas de 50 e 60. O poder de fogo do BCL era tão potente (3) que a artilharia disparada por evangelistas da Inteligência Artificial, principalmente os patrocinados pelo MIT, acabou por virar mera diatribe.
Novas perspectivas
Sujeito e perspectiva: os dois blocos básicos da Nova Cibernética. Aparentemente, há consenso no que se refere ao primeiro elemento: interioridade, pessoalidade, alma, reminiscência. Já definir “perspectiva” é mais complexo. De acordo com pesquisador estadunidense Stuart A. Umpleby, a perspectiva depende da biografia e repertório (sinônimos de alma?) do sujeito observador. Seria mais um modo de ver do que um ponto de vista, este último no sentido físico e epistemológico. Para analisar com mais desprendimento o fenômeno da perspectiva, talvez seja coerente promover o fictício Senhor Palomar (4) ao papel de crash test dummy de algumas experiências de pensamento. O personagem de Calvino é um observador atento, mas por mais que direcione suas formulações sobre o mundo ao seu redor, aspectos mundanos são interpostos impiedosamente sobre suas distinções. Em outras palavras, para cada medida de “energia de segunda ordem” despendida por ele, há sempre um momento em que realidades físicas e temporais se impõem sobre ele.
As circunstâncias pelas quais vive Senhor Palomar sugerem um embate entre sujeito e objeto, pois ambos estão em fases diferentes, em termos subjetivos. Por esse motivo, destituímos o personagem e cedemos seu lugar a um sujeito real: o xamã amazônico. Para alguns povos indígenas ameríndios, a subjetividade não é exclusividade do sujeito, podendo transbordar para o mundo dito inanimado. Discutido em vários círculos antropológicos, o animismo – idéia segundo a qual espíritos habitam não apenas humanos, mas também vegetais, minerais, etc. – expande as tradicionais noções de perspectiva. Ao centrifugar a perspectiva para um ponto de vista interno, o personagem de Calvino opera num plano fechado, como se estivesse monopolizando um ponto de vista. No “perspectivismo” ameríndio (5), cada unidade da natureza se vê como os humanos se enxergam, em outras palavras, haveria um ponto de vista único, que, devido à multiplicidade de objetos inanimados (porém munidos com pontos de vista) e corpos animados, provocaria a diferenciação de perspectivas. O animismo pode ser uma maneira de reverter a noção de perspectiva legada do pensamento cientifico tradicional que data do século 17.
Aparentemente, Palomar valoriza um sistema tropológico visual (6), frente ao qual dançam os objetos do teatro do mundo (pássaros, planetas, ondas, etc.). Segundo a gramática grega, há várias palavras que significam diversos modos de ver, como blepo, que é a visão do olho, capacitada pela conjunção de leis ópticas e biológicas; e eidon, que associa a visão de olhos biológicos com a visão mental, subjetiva. Mesmo que Palomar se valesse apenas de eidon, continuaria se frustrando com as interposições da realidade concreta. Já o xamã amazônico opera uma espécie de gestalt switch, transferindo o ponto de vista, teoricamente exclusivo de apenas um sentido, para o plano do corpo. Ao considerar uma subjetividade latente em todas as coisas, passível de ser compartilhada se corretamente anulada a diferenciação que acomete os agentes do mundo a todo o momento, o xamã torna-se um co-sujeito polisensorial. Ele é literalmente interativo, e não reativo aos estímulos, tornando-se o modelo de interator perfeito de obras de arte cibernética de segunda ordem.
A arte cibernética de segunda ordem
Definida a perspectiva ideal, ao menos parcialmente, introduz-se o tema da arte cibernética de segunda ordem. Em primeira instância, o relacionamento do observador com uma obra desta categoria é interativo e não reativo, já que ele constrói um conhecimento, ou participa de um processo, não necessariamente estável (7). Não é uma relação de “apertar botões”, ou de perceber sensores, comportamentos típicos do fetiche tecnológico corrente; é uma co-relação, que implica numa co-produção. Enfatiza uma relação pró-ativa, da qual emerge uma novidade. Os pontos de vista dos agentes não são mais instrumentalizados por um sentido (visão), mas por todo um aparato sensório-motor. O canal é uma via de mão dupla, através do qual trafegam informações, perturbações, colapsos, ou seja, sinais que se distinguem em meio a um fluxo entrópico de estímulos externos.
Segundo o pesquisador e artista Paul Brown, na arte cibernética de segunda ordem os processos cognitivos evocados por uma obra alteram as mesmas evocações originais que, por sua vez, modificam o próprio processo produtivo de evocações, subvertendo a noção de causa e efeito por meio de um sistema recursivo (8). Na cibernética de segunda ordem, a relação causal não é linear, podendo o efeito dar origem a uma causa, e assim sucessivamente, numa série de eventos recursivos aninhados. Ao formatar os processos cognitivos por meio de múltiplas evocações, obras de arte dessa categoria acabam por reformular a própria lógica da percepção artística, associada comumente a posturas contemplativas, do tipo eidon.
Estabelece-se, assim, uma conversação entre obra e interator. Inicialmente, suas características são de primeira ordem, causais, uma ação de processos sobre processos: a cognição conduz a uma ação que produz uma cognição. Pensamento e efeito interagem e se encadeiam segundo uma lógica proposicional, ainda que longe de um ponto de equilíbrio. Entretanto, a relação de um interator com a obra de arte cibernética de segunda ordem expande-se para uma relação de segundo grau, em que ocorre uma estabilização, ou ao menos uma conversão para um estado em que as perspectivas são sincronizadas, lembrando que “perspectiva” é uma habilidade não restrita aos humanos, segundo a idéia do animismo. A relação transmuda-se para uma interação, e segue em direção a um valor próprio, uma direção preservada, um autovalor comum às duas partes. O valor eigen atingido (segundo von Foerster) talvez seja o que mais se aproxima da noção da filosofia oriental de “não-ação”.
Em termos práticos, qual seria um bom exemplo de obra de arte cibernética de segunda ordem? Talvez o trabalho que mais se aproxima desse conceito seja “Performative Ecologies”, do artista irlandês Ruairi Glynn. Trata-se de uma comunidade de robôs que, basicamente, se orienta por meio de um software de reconhecimento de padrões faciais. As esculturas se engajam em formas de comunicação não verbais, usando como argumentos simbólicos imagens dos observadores e o tempo de permanência deles frente à suas câmeras. A ecologia do título refere-se ao sistema formado por robôs e humanos que, juntos, perfazem a co-emergência de comportamentos, com cada parte estimulando a outra de maneira provocativa, no sentido de manter e reconhecer um relacionamento não determinado por processos deterministas. Os robôs, em dado momento, executam um verdadeiro balé cibernético, como se estivessem retribuindo (e celebrando) a sua comunhão com humanos.
É bem provável que a arte cibernética de segunda ordem ainda não tenha sido totalmente materializada, devido tanto a necessidade de se alterar a perspectiva sobre a perspectiva dos sujeitos, como de se modificar o tempo de experiência e fruição de tal obra, que não ocorre indutivamente, a priori, e nem dedutivamente, a posteriori, mas a praesenti, no exato momento da experiência e da formação de conceitos, memórias e individuações. Tal obra não se vale de ilusões, tampouco de truques; não é um mistoscópio, um brinquedo óptico, uma máquina de sombras. É um artefato que age profundamente na consciência e na percepção dos observadores, levando-os a uma zona de fluxo interativo, a uma esfera onde a relação homem-máquina não é mais vista como uma aberração, mas como uma conversação de alto nível, em que há compartilhamento de subjetividades, sejam elas processadas por um cérebro eletrônico ou de carne.
É possível, ao menos no Brasil, que o gueto da arte tecnológica (outra expressão imprecisa) tenha sido formado ainda nas décadas de 60 e 70, no momento em que alguns artistas contemporâneos passaram a aplicar novas mídias e tecnologias em suas expressões. Era a época da holografia e da arte computacional elaborada por meio de computadores de grande porte, suportes ainda mal compreendidos por cientistas, o que não dizer dos artistas? É sempre bom lembrar que a proposta de Art and Technology, exposição promovida pelo Los Angeles County Museum of Art em 1969, foi mal recebida por muitos dos artistas convidados, pois implicava em colaboração dos últimos com engenheiros de diversas indústrias. Com o passar dos anos, os objetos técnicos foram assimilados no dia-a-dia das pessoas (e dos artistas), e passou a não fazer mais sentido a new media art se refugiar num canto do sistema das artes.
Neste sentido, a classificação ganhou flexibilidade o suficiente não a ponto de criar escolas, mas interpretações mais plausíveis. Obviamente, o que é chamado de new media art é, na verdade, arte visual contemporânea, com um toque a mais. É arte visual contemporânea, mas com uma diferença que faz a diferença, expressão de Bateson que está de acordo com várias outras colocações propositadamente ambíguas que, somadas umas às outras, podem criar eventualmente lacunas não vazias, esperando por explicativas. De qualquer forma, há filões variados. E o que aparentemente mais se ajusta a essa realidade estética pode ser simplesmente cunhado de “arte cibernética”. Mas antes de tudo, levanta-se a questão: o que é mesmo "cibernética"?
Cibernética: mera curiosidade histórica?
A história da cibernética é conhecida, mas por pouco não caiu no ostracismo. O que começou como uma nova tecnologia para previsão de percursos de mísseis balísticos, depois migrando para a ciência cognitiva e invadindo a seara da conversação humana, acabou tornando-se uma mera curiosidade histórica décadas depois de sua reestréia. Não é do escopo do presente texto relembrar uma rocambolesca parte da história do desenvolvimento técnico-científico, mesmo porque a própria história da cibernética é ambígua e controversa. Para se ter uma idéia, seus detratores costumam condicioná-la ao capitalismo “vencedor”, principalmente sob o manto de suas derradeiras manifestações: o liberalismo e a sociedade da vigilância (1) .
É sabido que o matemático estadunidense Norbert Wiener, procurador da palavra “cibernética” no século 20, tinha conexões com o complexo militar dos EUA, e suas idéias sobre controle, ao serem tomadas ao pé da letra, podem conotar um tipo de manipulação. Porém o controle sobre o qual Wiener se referia estava relacionado mais ao desvendamento de como os sistemas – orgânicos e inorgânicos – se regulam ou se auto-regulam do que como se dá o governo puro e simples de um navio ou uma nação; o controle seria, portanto, uma espécie de revelação de relações (analógicas, digitais, etc.) para erradicar automatismos. Além disso, o exercício mental despendido por ele na previsão de trajetórias de mísseis, por contraditório que isso possa parecer, acabou por atenuar a linearidade do pensamento cientifico, e inspirou mais tarde o desenvolvimento de modelos estocásticos, com os quais é possível não predizer um futuro inevitável (bomba X, alvo Y), mas um campo de possibilidades.
É de considerável importância o advento de idéias ulteriores ao advento da cibernética de primeira ordem, principalmente as reverberadas pela tríade Heinz von Foerster, Gordon Pask e Gregory Bateson. É do primeiro a sugestão para que a cibernética se descolasse do campo da física e passasse a incluir aspectos subjetivos nos circuitos fechados por sistemas orgânicos e inorgânicos. Desta feita, o observador não seria mais um agente passivo e o mundo invadiria seus limites protoplasmáticos, assim como não mais ele se esconderia atrás da cortina de sua reflexão interior. Na nova configuração, os mundos exteriores e interiores invadem-se, remodelam-se e imprimem sentidos sobre regiões supostamente fora de seus domínios.
Gordon Pask, um ciberneticista britânico mas, antes de tudo, um verdadeiro polimata do século 20, é responsável por estudos de como são formados os conceitos e quais os princípios que regem e dão coerência às conversações. São de fundamental importância suas idéias sobre predominâncias na transmissão de subjetividade: aparentemente, ela ocorre na esfera física, na junção entre sistemas nervosos de indivíduos biomecânicos; mas, na proposta de Pask, a carne é apenas o fio condutor de uma forma predominante de viabilidade da espécie, a saber, as idéias, chamadas por ele de “sistemas psicológicos”. Vê-se que, além de encarnar um cientista maluco, que fazia explodir computadores eletroquímicos em seu laboratório, Gordon Pask também trafegava com maestria na zona cinzenta que separa o sujeito do objeto. Ou os une.
A tríade se completa com o antropólogo britânico Gregory Bateson, idealizador da “ecologia de mentes”. A transferência da mente humana (da subjetividade, enfim) para o campo da natureza rendeu-lhe acusações de funcionalismo (2), pois supostamente a incorporação da cultura pela natureza transformaria homens em autômatos, movidos cegamente por leis biológicas e de mercado. Mas se o meio ambiente tem mais variedade que os indivíduos que nele atuam, por que não reconhecer as limitações da mente humana e a primazia da Grande Mente, que vem evoluindo desde os primórdios do universo? Afinal, no cabo-de-guerra ecológico, a natureza sempre vence no momento derradeiro. Apesar de imanente, o sujeito proposto por Bateson busca outras unidades básicas de sobrevivência que não sejam as determinadas pelo individualismo. E, para usar o exemplo clássico de detração à cibernética, ao cortar um tronco de madeira, o sujeito não está apenas exercitando seus músculos, mas completando uma observação com o intuito de concluir uma tarefa. Em suma, não está impondo uma forma, mas dialogando com a matéria.
As propostas dos três pensadores da Nova Cibernética refutam de forma elegante a Objetividade Clássica e, de quebra, erradicam resquícios materialistas e positivistas, para os quais não seriam possíveis percepções não mediadas, sem a participação do observador. A inclusão do sujeito foi, antes de tudo, um ato radical, parte de uma revolução não concluída, posto que morta prematuramente por falta de verbas. Mesmo as piores intrigas contra a cibernética, principalmente as que a associam ao utilitarismo, foram refutadas nas salas do Biological Computer Laboratory, um laboratório de inovação gerenciado por Heinz von Foerster na Universidade de Illinois, durante as décadas de 50 e 60. O poder de fogo do BCL era tão potente (3) que a artilharia disparada por evangelistas da Inteligência Artificial, principalmente os patrocinados pelo MIT, acabou por virar mera diatribe.
Novas perspectivas
Sujeito e perspectiva: os dois blocos básicos da Nova Cibernética. Aparentemente, há consenso no que se refere ao primeiro elemento: interioridade, pessoalidade, alma, reminiscência. Já definir “perspectiva” é mais complexo. De acordo com pesquisador estadunidense Stuart A. Umpleby, a perspectiva depende da biografia e repertório (sinônimos de alma?) do sujeito observador. Seria mais um modo de ver do que um ponto de vista, este último no sentido físico e epistemológico. Para analisar com mais desprendimento o fenômeno da perspectiva, talvez seja coerente promover o fictício Senhor Palomar (4) ao papel de crash test dummy de algumas experiências de pensamento. O personagem de Calvino é um observador atento, mas por mais que direcione suas formulações sobre o mundo ao seu redor, aspectos mundanos são interpostos impiedosamente sobre suas distinções. Em outras palavras, para cada medida de “energia de segunda ordem” despendida por ele, há sempre um momento em que realidades físicas e temporais se impõem sobre ele.
As circunstâncias pelas quais vive Senhor Palomar sugerem um embate entre sujeito e objeto, pois ambos estão em fases diferentes, em termos subjetivos. Por esse motivo, destituímos o personagem e cedemos seu lugar a um sujeito real: o xamã amazônico. Para alguns povos indígenas ameríndios, a subjetividade não é exclusividade do sujeito, podendo transbordar para o mundo dito inanimado. Discutido em vários círculos antropológicos, o animismo – idéia segundo a qual espíritos habitam não apenas humanos, mas também vegetais, minerais, etc. – expande as tradicionais noções de perspectiva. Ao centrifugar a perspectiva para um ponto de vista interno, o personagem de Calvino opera num plano fechado, como se estivesse monopolizando um ponto de vista. No “perspectivismo” ameríndio (5), cada unidade da natureza se vê como os humanos se enxergam, em outras palavras, haveria um ponto de vista único, que, devido à multiplicidade de objetos inanimados (porém munidos com pontos de vista) e corpos animados, provocaria a diferenciação de perspectivas. O animismo pode ser uma maneira de reverter a noção de perspectiva legada do pensamento cientifico tradicional que data do século 17.
Aparentemente, Palomar valoriza um sistema tropológico visual (6), frente ao qual dançam os objetos do teatro do mundo (pássaros, planetas, ondas, etc.). Segundo a gramática grega, há várias palavras que significam diversos modos de ver, como blepo, que é a visão do olho, capacitada pela conjunção de leis ópticas e biológicas; e eidon, que associa a visão de olhos biológicos com a visão mental, subjetiva. Mesmo que Palomar se valesse apenas de eidon, continuaria se frustrando com as interposições da realidade concreta. Já o xamã amazônico opera uma espécie de gestalt switch, transferindo o ponto de vista, teoricamente exclusivo de apenas um sentido, para o plano do corpo. Ao considerar uma subjetividade latente em todas as coisas, passível de ser compartilhada se corretamente anulada a diferenciação que acomete os agentes do mundo a todo o momento, o xamã torna-se um co-sujeito polisensorial. Ele é literalmente interativo, e não reativo aos estímulos, tornando-se o modelo de interator perfeito de obras de arte cibernética de segunda ordem.
A arte cibernética de segunda ordem
Definida a perspectiva ideal, ao menos parcialmente, introduz-se o tema da arte cibernética de segunda ordem. Em primeira instância, o relacionamento do observador com uma obra desta categoria é interativo e não reativo, já que ele constrói um conhecimento, ou participa de um processo, não necessariamente estável (7). Não é uma relação de “apertar botões”, ou de perceber sensores, comportamentos típicos do fetiche tecnológico corrente; é uma co-relação, que implica numa co-produção. Enfatiza uma relação pró-ativa, da qual emerge uma novidade. Os pontos de vista dos agentes não são mais instrumentalizados por um sentido (visão), mas por todo um aparato sensório-motor. O canal é uma via de mão dupla, através do qual trafegam informações, perturbações, colapsos, ou seja, sinais que se distinguem em meio a um fluxo entrópico de estímulos externos.
Segundo o pesquisador e artista Paul Brown, na arte cibernética de segunda ordem os processos cognitivos evocados por uma obra alteram as mesmas evocações originais que, por sua vez, modificam o próprio processo produtivo de evocações, subvertendo a noção de causa e efeito por meio de um sistema recursivo (8). Na cibernética de segunda ordem, a relação causal não é linear, podendo o efeito dar origem a uma causa, e assim sucessivamente, numa série de eventos recursivos aninhados. Ao formatar os processos cognitivos por meio de múltiplas evocações, obras de arte dessa categoria acabam por reformular a própria lógica da percepção artística, associada comumente a posturas contemplativas, do tipo eidon.
Estabelece-se, assim, uma conversação entre obra e interator. Inicialmente, suas características são de primeira ordem, causais, uma ação de processos sobre processos: a cognição conduz a uma ação que produz uma cognição. Pensamento e efeito interagem e se encadeiam segundo uma lógica proposicional, ainda que longe de um ponto de equilíbrio. Entretanto, a relação de um interator com a obra de arte cibernética de segunda ordem expande-se para uma relação de segundo grau, em que ocorre uma estabilização, ou ao menos uma conversão para um estado em que as perspectivas são sincronizadas, lembrando que “perspectiva” é uma habilidade não restrita aos humanos, segundo a idéia do animismo. A relação transmuda-se para uma interação, e segue em direção a um valor próprio, uma direção preservada, um autovalor comum às duas partes. O valor eigen atingido (segundo von Foerster) talvez seja o que mais se aproxima da noção da filosofia oriental de “não-ação”.
Em termos práticos, qual seria um bom exemplo de obra de arte cibernética de segunda ordem? Talvez o trabalho que mais se aproxima desse conceito seja “Performative Ecologies”, do artista irlandês Ruairi Glynn. Trata-se de uma comunidade de robôs que, basicamente, se orienta por meio de um software de reconhecimento de padrões faciais. As esculturas se engajam em formas de comunicação não verbais, usando como argumentos simbólicos imagens dos observadores e o tempo de permanência deles frente à suas câmeras. A ecologia do título refere-se ao sistema formado por robôs e humanos que, juntos, perfazem a co-emergência de comportamentos, com cada parte estimulando a outra de maneira provocativa, no sentido de manter e reconhecer um relacionamento não determinado por processos deterministas. Os robôs, em dado momento, executam um verdadeiro balé cibernético, como se estivessem retribuindo (e celebrando) a sua comunhão com humanos.
É bem provável que a arte cibernética de segunda ordem ainda não tenha sido totalmente materializada, devido tanto a necessidade de se alterar a perspectiva sobre a perspectiva dos sujeitos, como de se modificar o tempo de experiência e fruição de tal obra, que não ocorre indutivamente, a priori, e nem dedutivamente, a posteriori, mas a praesenti, no exato momento da experiência e da formação de conceitos, memórias e individuações. Tal obra não se vale de ilusões, tampouco de truques; não é um mistoscópio, um brinquedo óptico, uma máquina de sombras. É um artefato que age profundamente na consciência e na percepção dos observadores, levando-os a uma zona de fluxo interativo, a uma esfera onde a relação homem-máquina não é mais vista como uma aberração, mas como uma conversação de alto nível, em que há compartilhamento de subjetividades, sejam elas processadas por um cérebro eletrônico ou de carne.
14 setembro 2011
A seduçao da Apostasia- Lieth
O esoterismo, amplamente espalhado e que se tornou socialmente aceitável, apresenta-nos seu "cristo" afirmando que tudo é divino. |
Quando os discípulos perguntaram a Jesus quais seriam os sinais da Sua volta, entre outras coisas Ele falou de sedução: "Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos" (Mt 24.4-5).
Provavelmente nunca antes foram oferecidos tantos "cristos" às pessoas como hoje em dia. O esoterismo, amplamente espalhado e que tornou-se socialmente aceitável, apresenta-nos seu "cristo" afirmando que tudo é divino. Por isso, seus adeptos adoram todas as coisas, como pedras, animais, espíritos, etc.
Esses falsos "cristos" evidentemente oferecem um falso evangelho, que na verdade não é evangelho e, portanto, também não pode ajudar as pessoas. Li, por exemplo, em um jornal:
Pesquisadores americanos desvendam novo evangelho
Dois cientistas americanos conseguiram, segundo suas próprias afirmações, descobrir no mínimo seis evangelhos considerados perdidos. Eles conteriam, muito provavelmente, relatos autênticos dos ensinos de Cristo no primeiro e segundo séculos.
Na opinião desses cientistas, além dos quatro Evangelhos haveria pelo menos mais seis relatos de discípulos de Cristo. Por último havia sido redescoberto em 1945, no Egito, o evangelho de Tomé.
O manuscrito foi escrito em língua copta, usando o alfabeto grego, disse Paul Mirecki, cientista religioso da Universidade de Kansas. O copta era falado na época principalmente no Egito, disse o especialista em manuscritos antigos. O autor teria sido, provavelmente, um membro da minoria cristã dos gnósticos, dos conhecedores.
Ele redigiu o texto em forma de diálogo, apresentando conversas de Jesus com Seus discípulos após Sua ressurreição. O tema seria a redenção através do conhecimento. Isso lançaria uma luz completamente nova sobre as origens do cristianismo, disse Mirecki. A mensagem do texto seria: o conhecimento, e não a fé, leva à redenção – um ensino que a igreja oficial foi obrigada a rejeitar.
O fato de terem sido encontradas somente 15 páginas do manuscrito original provavelmente indicaria uma queima de livros no século 5, disse Mirecki. No decorrer dos séculos, muitas minorias cristãs teriam desaparecido. Algumas acabaram integradas na igreja católica ou na igreja ortodoxa, outras foram eliminadas devido ao seu desvio doutrinário. Por isso, o manuscrito seria também uma prova da existência de minorias religiosas. (Der Zürcher Oberländer)
A Bíblia ensina: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 Jo 4.1). E em 2 Coríntios 11.13-15 ela diz: "Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras."
Na notícia anteriormente citada não é revelado um novo evangelho, mas, sim, um "outro evangelho". Pois nela se rejeita a fé, colocando-se em seu lugar o conhecimento. Isso, entretanto, jamais pode ter sido dito por Jesus. Justamente Jesus destacou, com palavras claríssimas, exclusivamente a fé como base da salvação:
- "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome" (Jo 1.12).
- "...para que todo o que nele crê tenha a vida eterna" (Jo 3.15).
- "Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (Jo 3.36).
- "Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (Jo 5.24).
Em outras passagens, a Bíblia nos ensina com muita clareza que o conhecimento sem fé jamais pode levar à salvação. Pelo contrário, Deus transformou em loucura o conhecimento que se nega a crer, para destacar a fé, evidenciando que a fé em Jesus Cristo está acima de qualquer conhecimento: "Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos entendidos. Onde está o sábio? onde o escriba? onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar aos que crêem, pela loucura da pregação" (1 Co 1.18-21).
O que realmente deveríamos conhecer é que somos salvos exclusivamente pela fé em Jesus (e não por obras!): "...sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus, também nós temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado" (Gl 2.16).
Simplesmente não é possível que o mesmo Cristo tenha ensinado mais tarde algo diferente, totalmente contrário às Suas afirmações anteriores. Não pode ser que os quatro Evangelhos e o ensino do Novo Testamento tenham sido escritos, concluídos e divulgados há quase 2000 anos, para que agora, após esses 2000 anos, apareça algo novo (comp. Ap 22.18-19). Não, aqui se trata evidentemente de um outro evangelho, que não é de Deus, e pretende afastar da fé em Jesus como único caminho até Deus (comp. Jo 14.6). Também a esse respeito a Bíblia fala com muita clareza: "Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gl 1.8-9).
13 setembro 2011
Cristãos são obrigados a compartilhar o evangelho secretamente
Falando na Conferência Bienal da Comunidade dos Vietnamitas Menonitas, que ocorreu nos dias 12 a 14 de agosto, Bui Thanh Nhan, pastor da Igreja Evangélica My Tho do Vietnã, falou sobre os desafios que a igreja vietnamita enfrenta. O Pastor Nhan teve uma estreita associação com os menonitas, pois trabalhou na Clínica Evangélica em Pleiku, criada em 1963 pelo Comitê Central Menonita em cooperação com a igreja evangélica. A igreja aprendeu a viver em família e todos os eventos que havia na comunidade eram usados para evangelizar, incluindo festas de aniversários, casamentos, festas de ano novo, festas infantis e até funerais. Nhan disse que os membros da Igreja Evangélica agradecem a Deus pelo alimento e, quando um grupo da igreja vem visitar a comunidade ou a família, sempre participa de alguma refeição e o pastor é convidado, para orar com eles. Em seguida, um membro do grupo menonita diz: “Vocês podem orar, pastor, mas antes queria saber sobre o significado do nascimento e da morte de Jesus”, pois eles vêm de uma cultura em que veneram ancestrais. O pastor, então, pede para falar por cinco minutos, antes de liderar a oração da refeição. “Devemos ser prudentes como as serpentes e simples como as pombas”, diz Nhan. Existem agora 90 congregações menonitas registradas, com mais de 6 mil membros, e várias congregações têm construído seus próprios templos. A Igreja Menonita do Vietnã tem 78 congregações registradas, que possuem 6.700 membros. Ambos os grupos têm programas de treinamento para líderes de igreja e evangelistas. Tradução: Lucas Gregório |
A Parábola da Figueira- Lietth
"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.32-35).
Além da oliveira, da videira e do espinheiro, a figueira é uma ilustração de Israel, do judaísmo. Essas quatro "árvores" são mencionadas em uma passagem de Juízes (9.8-15). Além delas, também a romã é uma representação do povo judeu. Certamente a passagem bíblica que exprime com maior precisão que a figueira é uma ilustração de Israel está em Oséias 9.10, onde Deus, o Senhor, diz: "Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como as primícias da figueira nova..." É o que também se vê claramente em Jeremias 24.3-7: "Então, me perguntou o Senhor: Que vês tu, Jeremias? Respondi: Figos; os figos muito bons e os muito ruins, que, de ruins que são, não se podem comer. A mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Do modo por que vejo estes bons figos, assim favorecerei os exilados de Judá, que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus. Porei sobre eles favoravelmente os olhos e os farei voltar para esta terra; edificá-los-ei e não os destruirei, plantá-los-ei e não os arrancarei. Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o Senhor; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração."
Além disso, a figueira contém um sentido profético muito profundo, o que se vê claramente nas palavras proféticas de Jesus quando fala da Sua vinda: "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas" (Mt 24.32-33).
A seguir vamos analisar a figueira Israel à luz profética da Bíblia, perguntando-nos o que podemos aprender dela: "Aprendei, pois, a parábola da figueira..." Três simbolismos chamaram a minha atenção e quero compartilhá-los a seguir:
Primeira representação: a figueira como mestre que ensina o caminho certo, o caminho para a justiça verdadeira, legítima e permanente
Onde a figueira (Israel) aparece pela primeira vez na Bíblia?
Talvez alguns leitores dirão que encontramos em Gênesis 12 o chamamento de Abraão como primeiro hebreu, seguido pelo seu filho Isaque e pelo seu neto Jacó, cujo nome foi mudado por Deus para Israel em Gênesis 32.28: "Então disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste." É correto que o nome Israel aparece aqui pela primeira vez.
Mas eu creio que a figueira (Israel), na profundidade profética dos desígnios da salvação de Deus ("Aprendei, pois, a parábola da figueira..."), já aparece nas primeiras páginas da Bíblia, isto é, em Gênesis 3.7: "Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueiras e fizeram cintas para si." Segundo o meu entendimento, encontramos aqui a primeira menção de Israel como figueira na Bíblia, ou seja, o Israel da lei, que apenas pode cobrir o pecado.
Além da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si") é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome. Para mim, a menção da figueira já nas primeiras páginas da Bíblia (ao lado de inúmeras outras árvores paradisíacas criadas por Deus, cujos nomes não são citados) é uma gloriosa figura da eleição de Israel: "...o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra" (Dt 7.6).
Além da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si") é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome.
Adão e Eva haviam pecado e, em conseqüência, reconheceram que estavam nus. Então eles apanharam folhas de figueira e cobriram sua nudez com essas folhas. Entretanto, assim eles somente puderam cobrir a sua culpa, mas não puderam obter o perdão do seu pecado. Para isso foi necessário um sacrifício de sangue: "Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu" (Gn 3.21) Isso significa que Deus matou dois animais e, com sua pele, cobriu a nudez dos dois primeiros seres humanos. O sangue derramado nesse ato serviu para o perdão do pecado.
Portanto, já nas primeiras páginas da Bíblia é revelado profeticamente todo o Plano de Salvação. Ali ele ainda está envolto em mistério, mas no decorrer de outras revelações posteriores tornou-se cada vez mais nitidamente visível.
O que aprendemos disso?
1. As folhas da figueira apontam para uma outra salvação, que é melhor e mais perfeita
Em Hebreus 7.19 está escrito: ("...pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus." Mas quem é a esperança superior, acima da lei? O sacrifício providenciado por Deus em Jesus Cristo na cruz!
Segundo o meu entendimento, as cintas de folhas de figueira indicam a necessidade de uma vestimenta mais definitiva, que exigia um sacrifício com sangue, uma esperança superior. Depois que Adão e Eva pecaram, imediatamente souberam que estavam nus e que deviam cobrir-se: "...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si." Mas isso não foi suficiente diante do Deus santo. Por isso, cheio de misericórdia, Ele matou dois animais e "fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu."
Exatamente este é o sentido e a finalidade de Israel no Plano de Salvação. A figueira Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus Cristo, o Grande Sacrifício da Justiça de Deus. Em Israel nos foi dada a lei. Mas por meio dela reconhecemos que somos pecadores e carecemos da graça de Deus. Outrora Adão e Eva tomaram as folhas da figueira, mas perceberam que essas cintas feitas por eles mesmos não podiam salvá-los do pecado que haviam cometido e que necessitavam de outra salvação.
Quase toda a Epístola aos Hebreus mostra que o antigo Israel, em todos os seus procedimentos, é uma indicação para Cristo; que todos os seus sacrifícios apontam para o perfeito sacrifício de Jesus na cruz, e que o sumo sacerdote judeu da Antiga Aliança é uma referência ao Sumo Sacerdote verdadeiro, definitivo e eterno: Jesus Cristo.
A figueira Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus Cristo, o Grande Sacrifício da Justiça de Deus.
Israel sob a lei aponta para a graça (Gl 3.24). Em Israel, sob a lei, os pecados puderam ser apenas cobertos (folhas de figueira). Mas pelo sacrifício de Jesus, com sangue – que maravilhosa boa nova de salvação!! – os pecados são perdoados e tirados. A respeito lemos em Hebreus 9.26: "...Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado."
2. Pelas folhas da figueira vemos que as obras da lei não podem produzir a justiça que vale diante de Deus
Em nenhum lugar isso é demonstrado mais claramente do que na figueira Israel. Em todo o decurso da história desse povo, Deus mostrou a todo o mundo que a lei não pode salvar.
Mas justamente este é o grande problema de Israel até hoje, pois eles continuam pensando que podem ser salvos pelas obras da lei. A Bíblia, porém, ensina inequivocamente: "...por obras da lei, ninguém será justificado" (Gl 2.16). Em Gálatas 3.10 isso é expresso de maneira ainda mais precisa: "Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo da maldição..." O apóstolo Paulo dirigiu essas palavras profundamente sérias em primeiro lugar aos crentes na Galácia, que além da graça em Jesus Cristo ainda queriam assumir as leis do judaísmo. Como Adão e Eva ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si)", hoje muitos procuram alcançar o favor de Deus pela observância da lei ou de exercícios religiosos. Conheci, por exemplo, um homem que antes de se converter a Jesus orava o "Pai Nosso" 150 vezes por dia. Todos que fazem tais coisas se esforçam em vão, pois assim estão realmente "...debaixo da maldição". Diante disso, como soa maravilhosa a mensagem do sacrifício de Jesus na cruz: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito (Dt 21.23): maldito todo aquele que for pendurado em madeiro" (Gl 3.13) – "fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu." Ele realizou uma salvação superior!
Hans Brandenburg disse certa vez:
O legalismo é o equívoco de trocar o diagnóstico pela terapia... Legalismo sempre é algo pela metade. Em geral o homem escolhe um ponto especial que está disposto a observar e guardar, e então se apóia na pressuposta observância dessa lei e negligencia a comunhão com Jesus.
Exatamente assim também Paulo se expressa quando fala da figueira Israel: "Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus" (Rm 10.3-4).
Qual é a sua situação? Você já aceitou a graça? No fundo, é tudo tão simples: basta ir ao Senhor Jesus Cristo e Lhe entregar toda a nossa vida. Na verdade, este já é o passo do arrependimento, quando reconhecemos: "Eu sou um grande pecador". É impossível mencionar todos os pecados que cometemos em pensamentos, palavras e ações durante nossa vida. Por isso, venha a Jesus Cristo com toda a sua vida e diga a Ele: "Eu sou um grande pecador. Senhor, eu preciso de Ti para toda a minha vida – para tudo que houve, para tudo que é, e para tudo que virá. Eu te aceito agora como meu Salvador". Então você experimentará repentinamente o que é salvação verdadeira – pois esta é a justiça em Jesus, a justiça que tem valor diante de Deus!
Já nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação verdadeira. Assim como as folhas de figueira de Adão e Eva indicavam o anseio de salvação – e mais além o sacrifício pleno e suficiente de Jesus Cristo –, Israel nos é dado como um exemplo que aponta para a graça redentora. Por meio deste povo nos é mostrado claramente o anseio por salvação e a satisfação desse anseio em Jesus Cristo.
Segunda representação: a figueira como mestre que ensina sobre a salvação
Já nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação verdadeira.
Em 2 Reis 20.5-7 o Senhor diz ao Seu profeta Isaías: "Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde."
O que aprendemos disso?
1. A figueira Israel existe para salvação
Israel é como uma pasta de figos, como remédio para a humanidade, para todas as nações. Mas não é em si mesmo que este povo é salvação e bênção sobre a terra. Israel só pode ser uma ajuda para um mundo enfermo por causa dAquele que vem de Israel e se tornou o sacrifício para o mundo: Jesus Cristo. Este já foi o desígnio de salvação de Deus com Abraão, quando falou ao patriarca de Israel: "...em ti serão benditas todas as famílias da terra." (Gn 12.3b). Jesus é o Salvador do mundo, mas foi o judaísmo que o trouxe ao mundo. Essa é a única razão de ser do povo judeu, do qual o Eterno de Israel fez vir Seu Filho Jesus Cristo para salvação do mundo inteiro!
Os botânicos descrevem a figueira da seguinte maneira:
– "Tem tronco retorcido com casca clara". Em si mesmo, Israel é torto e rebelde, mas resplandece por meio de Jesus Cristo. Tive que pensar em Moisés, que em si mesmo também era "torto". Mas quando retornava do encontro com Deus, "a pele do seu rosto resplandecia" (Êx 34.29).
– "A ramada se estende em todas as direções e tem folhas com cinco pontas". Israel se tornou salvação para todos os povos. O Evangelho foi anunciado primeiramente em Jerusalém, Samaria e Judéia, mas depois, partindo de Israel (figueira), – para todas as direções, para todos os povos. Folhas com cinco pontas: cinco é o número da graça. Uma pasta de figos foi colocada sobre a parte enferma do corpo de Ezequias e ele foi curado. Jesus teve cinco ferimentos que se tornaram a salvação do mundo.
Em Isaías 49.3 está escrito: "...e me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado" (Is 49.3). Aqui vemos a identificação de Israel com seu Filho maior, Jesus Cristo. A figueira Israel, em conexão com Jesus, o Messias, tornou-se a salvação para o mundo. Por isso está escrito mais adiante: "Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra" (Is 49.6). Aqui a Palavra de Deus não se refere mais a Israel propriamente, mas Àquele que viria de Israel, a Jesus Cristo: "...pouco é o seres o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel..." Pois Israel não poderia restaurar a si mesmo, nem poderia tornar a trazer os remanescentes de si mesmo. E como a figueira Israel em si mesma é torta, resplandecendo somente em seu Messias, assim também é evidente que as palavras seguintes se referem ao Filho maior de Israel: "...também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra". Por isso Jesus disse em João 4.22b: "...a salvação vem dos judeus."
2. Profeticamente parece que já se delineia também a futura salvação de Israel – seu próprio restabelecimento se avizinha
Voltemos novamente para o rei Ezequias, que já estava diante da morte, mas em lágrimas implorou a cura ao Senhor. Deus ouviu sua oração e ordenou a Isaías: "Volta, e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde" (2 Rs 20.5-7).
Assim como Ezequias, também Israel ainda terá que enfrentar angústia mortal. Pois no tempo da Grande Tribulação todas as nações da terra se voltarão contra Israel e se reunirão em Armagedom para destruí-lo totalmente. Mas então esse povo, em agonia, como Ezequias outrora, clamará ao Senhor com suas últimas forças: "Deus de Abraão, Isaque e Jacó! Nosso Messias, vem e salva-nos dos nossos inimigos!" Ele ouvirá Seu povo e o salvará – Israel poderá ir ao templo novamente (pois Jesus levantará o templo do Milênio) – Ele derrotará os inimigos de Israel e protegerá a cidade de Jerusalém.
A história de Ezequias se encaixa no contexto das afirmações de Deus sobre o futuro de Israel e da vinda de Jesus. Assim talvez já possamos ver, na pasta de figos, por meio da qual a saúde de Ezequias foi restabelecida, um paralelo da figueira restabelecida em Mateus 24: "Aprendei, pois, a parábola da figueira..." E a declaração: "...no terceiro dia subirás à casa do Senhor", é no mínimo interessante. Pedro disse: "Há, todavia, uma cousa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe 3.8). Desde a primeira vinda de Jesus a Belém já se passaram quase dois mil anos (dois dias divinos). Não é em vão que após 1948 anos Deus fez de Israel novamente um povo na Terra Prometida, e no ano de 1967 lhe devolveu a cidade de Jerusalém. Será que Israel subirá novamente à casa do Senhor no "terceiro dia"? Não sabemos o momento exato da vinda de Jesus para a Sua Igreja, nem o dia da Sua volta para Seu povo Israel. Mas vemos e presenciamos em nossos dias a restauração da figueira: Israel é conduzido em direção à sua cura. E nosso Senhor prometeu expressamente: "Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.34-35).
Terceira representação: a figueira como mestre que ensina sobre os desígnios proféticos da salvação de Deus
Em Lucas 17.5-6 lemos: "Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá."
É preciso esclarecer que, conforme diversos autores, a árvore aqui chamada de amoreira é, na verdade, o sicômoro, a figueira brava, a mesma árvore em que Zaqueu subiu para ver Jesus (Lucas 19). Um dicionário da Bíblia diz a respeito: "O sicômoro pode atingir até 16 metros de altura e alcança uma circunferência de até 10 metros. A madeira é dura, uniforme e muito durável e, depois do cedro, é a melhor madeira para carpintaria."
Certa vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer: "Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt 21.43).
O Senhor Jesus apontou para uma árvore tão grande e disse aos seus apóstolos, que eram judeus: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá." Certamente podemos dizer que, no sentido profético, isso se cumpriu exatamente. Foi o que realmente aconteceu com a figueira Israel, que no tempo de Jesus havia se tornado um povo orgulhoso. Os israelitas foram desarraigados da sua pátria judaica e lançados no mar das nações. Este foi um desígnio de salvação de Deus e tornou-se uma bênção para os povos. Por meio da fé dos apóstolos, que eram judeus, descendendo eles mesmos da figueira, o Evangelho foi levado aos gentios.
A Bíblia fala em Atos 13.46-47 sobre essa transferência do Evangelho de Israel para as nações: "Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. Porque o Senhor assim no-lo determinou (Is 49.6): Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra." Ao desarraigamento espiritual de Israel seguiu-se, então, também o desarraigamento como nação: no ano 70 d.C. os judeus foram arrancados de sua terra e espalhados por todo o mundo.
Os apóstolos tiveram a fé para transplantar a bênção de Israel para o mar das nações. O Messias deles nos foi trazido como o Cristo. Certa vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer: "Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt 21.43).
O que parecia juízo – e, com certas reservas, também o foi – tornou-se uma bênção para os gentios. Paulo fala a respeito em suas palavras aos judeus, e assim explica que, de acordo com Isaías 49.6, isso foi necessário para se tornar salvação e luz para todos os gentios. Enquanto o sicômoro foi transplantado ao mar das nações, nós nos tornamos participantes da "bênção e seiva salvadora" da figueira. A esse respeito Paulo diz em Romanos 11.11: "Porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum; mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios..."
Mas Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais – o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção volta para a terra e para o povo de Israel.
Mas Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais – o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção volta para a terra e para o povo de Israel. A figueira novamente lançará raízes e trará frutos. Por isso Paulo continua dizendo: "Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!" (v. 12). Esse novo arraigamento da figueira Israel na sua terra para restauração espiritual e nacional também é salientado em Romanos 9.26: "e no lugar em que se lhes disse: Vós sois o meu povo; ali mesmo são chamados filhos do Deus vivo." De que lugar se fala aqui? Da terra de Israel!
Assim, finalmente tudo converge na gloriosa promessa de Miquéias 4.4: "Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse" (compare também Ageu 2.19). O sentar-se debaixo da videira e da figueira é uma maravilhosa imagem de uma vida em paz assegurada. Agora ainda não é assim, mas Israel será levado a isso – no Milênio de Jesus Cristo. Já o reinado de Salomão apontou para o Milênio, onde um dia reinará paz: "Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão" (1 Rs 4.25). Isso se cumprirá de maneira completa quando Jesus Cristo voltar ao Seu povo como o Messias de Israel. Por isso oramos: "Maranata – vem Senhor Jesus!"
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